Eredivisie 2022/23, os relatos da 11ª rodada

Feyenoord 1×1 Fortuna Sittard (sábado, 22 de outubro)

Dilrosun (46′) – Córdoba (9′)

Diante de um Feyenoord embalado, podendo assumir momentaneamente a liderança em caso de vitória, só restava ao Fortuna Sittard se defender e apostar numa chance. No caso deste sábado, deu certo. Porque ainda no começo da partida – em jogada iniciada com suposta falta de Mats Seuntjens no desarme em Orkun Kökcü -, a bola foi lançada até Burak Yilmaz, que chutou. Ela ricocheteou em Jacob Rasmussen e Gernot Trauner, ficando à feição para Iñigo Córdoba estufar as redes. E a partir daí, os Fortunezen se fecharam na defesa pelo resto do primeiro tempo, sem que o Feyenoord tivesse muito espaço (ou muita velocidade) para conseguir empatar – e nas raras tentativas, o goleiro Ivor Pandur se mostrava seguro, como num chute de Kökcü. Eram necessárias mudanças, para dinamizar o Stadionclub em campo. Elas vieram, com as entradas de Patrik Walemark e Igor Paixão. E bastaram 33 segundos para o acerto ser premiado: Quinten Timber foi rápido, desarmou o zagueiro do Fortuna Sittard, e a bola sobrou para Javairô Dilrosun empatar, num chute cruzado. Começava aí outra onda de pressão Feyenoorder, com três grandes chances. Duas de cabeça, com Sebastian Szymanski (bola saiu por cima) e Igor Paixão (no contrapé do goleiro, rente à trave). Outra, num chute fraco de Igor Paixão, que Pandur pegou. Aos poucos, após tanto tentar, o Feyenoord perdeu fôlego. E perdeu outra chance de chegar à liderança, com o empate em casa.

RKC Waalwijk 1×4 Ajax (sábado, 22 de outubro)

Clement (40′) – Berghuis (22′, 52′), Brobbey (62′, 81′)

Com sua força ofensiva – mais do que suficiente em jogos do Campeonato Holandês, que o digam os 7 a 1 no Excelsior na rodada passada -, o Ajax encararia um RKC Waalwijk com somente um atacante, Michiel Kramer, na frente. O que não quis dizer nada, porque o time da casa teve muito espaço para atacar. Tanto que até chegou a marcar gol aos 12′, com Kramer, só anulado porque este estava impedido. Pelo menos por ora, os Ajacieden tomaram jeito: a jogada seguinte de ataque foi a do 1 a 0 – cruzamento de Jurriën Timber, que Steven Bergwijn ajeitou para Steven Berghuis chutar forte. Contudo, o RKC continuou mais ousado do que se esperava nos contra-ataques. Quase fez num toque de Kramer, tirado pelo goleiro Remko Pasveer com o calcanhar. Pouco depois, Pasveer vencido, Iliass Bel Hassani chutou em cima de um zagueiro, mas a jogada seguiu… e num cruzamento de Kramer, Pelle Clement estava na pequena área para empatar. O sinal de alerta se acendeu no Ajax: ou os visitantes de Amsterdã se aprumavam, ou amargariam tropeço fora de casa. E o time voltou a rondar mais o ataque, culminando num gol ainda mais bonito de Berghuis: ele recolocou o Ajax na frente com um voleio, da entrada da área, em diagonal, estufando as redes gostosamente. Berghuis consolidado como destaque, foi a hora de outro nome tranquilizar definitivamente o Ajax: Brian Brobbey, pré-convocado para a Holanda que disputará a Copa bem como Berghuis. Aos 62′, ele fez 3 a 1, tocando na saída do goleiro após lançamento de Timber; e aos 81′, o chute foi mais forte para transformar a vitória em goleada. Foi necessária uma sacudidela para que o Ajax vencesse mais tranquilamente – e mantivesse a liderança na Eredivisie.

Vitesse 2×1 Emmen (sábado, 22 de outubro)

Vidovic (26′), Wittek  (45′ + 2) – Diemers (68′)

Qualquer paz que o Vitesse pudesse ter, após vencer a primeira sob Phillip Cocu na Eredivisie, se acabou de novo após a vexatória eliminação na primeira fase da Copa da Holanda, para o amador Kozakken Boys (12º colocado da terceira divisão da Holanda/Países Baixos), nos pênaltis. E o gol anulado de Mark Diemers, aos 12′, por impedimento do meio-campo do Emmen, mais uma bola afastada em cima da linha minutos depois, foi o susto definitivo para que o Vites acordasse no jogo. Tanto que o primeiro gol nem demorou muito: Kacper Kozlowski – pré-convocado pela Polônia para a Copa – cruzou, Gabriel Vidovic dominou a sobra e chutou para as redes. Ainda antes do intervalo, numa cobrança de falta nos acréscimos, Maximilian Wittek bateu bem, e o goleiro Mickey van der Hart foi surpreendido no seu canto: 2 a 0. Na etapa final, em que pese ter diminuído seu ritmo, o Emmen ainda assustou com o gol de Diemers, em chute com desvio no meio. Mas o Vitesse manteve a vitória que minorou um pouco a fervura da crise.

Excelsior 2×1 AZ (domingo, 23 de outubro)

Horemans (6′), Azarkan (32′) – Sugawara (48′)

Quem esperava o AZ tendo ótima chance para seguir a vida após a derrota para o Feyenoord na rodada passada, já teve de começar a refazer as perspectivas após a rápida abertura do placar pelo Excelsior: Marouan Azarkan cobrou falta, e o lateral direito Siebe Horemans desviou de cabeça para as redes. Bastou para atordoar os visitantes de Alkmaar, que só chegaram perto do gol depois, com Pantelis Hatzidiakos, sem perturbar muito. O Excelsior dominava plenamente, e depois chegou ao 2 a 0: se passara para o primeiro, Azarkan marcaria depois, aproveitando lançamento de Lazaros Lamprou e finalizando com um toque sutil. Foi o suficiente para o técnico dos Alkmaarders: já aos 38′, Pascal Jansen fez duas alterações, tentando consertar os danos no AZ. Deu parcialmente certo. Logo que o segundo tempo começou, uma triangulação rendeu o gol dos visitantes: Dani de Wit lançou Tijjani Reijnders, este cruzou, e Yukinari Sugawara (um dos que haviam entrado no primeiro tempo) diminuiu para 2 a 1. Mais algum tempo, e aos 60′, De Wit mandou bola na trave. Mais alguns minutos, e um chute dele mesmo forçaria o goleiro Stijn van Gassel a fazer boa defesa. Todavia, o Excelsior se aguentou. Teve o prêmio da vitória, enquanto o AZ já amarga a terceira derrota seguida na temporada. E esta, não se esperava.

Groningen 4×2 PSV (domingo, 23 de outubro)

Pepi (39′), Balker (42′), Ngonge (45′ + 1), Pelupessy (90′ + 2) – Sangaré (45′ + 3), Til (76′)

O PSV dominou o jogo, durante boa parte do primeiro tempo. Acuava o Groningen no seu campo de defesa. Tivera pelo menos uma grande chance de abrir o placar, com Guus Til, cabeceando por cima do gol. Porém, seis minutos antes do intervalo, Armando Obispo tocou a bola… e errou o passe. Cyril Ngonge teve caminho livre até a área, chutou, o goleiro Walter Benítez rebateu, mas Ricardo Pepi estava a postos para o rebote e para o 1 a 0. Bastou para deixar o PSV em parafuso. Nos seis minutos de “apagão” (criticado por Til e pelo técnico Ruud van Nistelrooy), o zagueiro Radinio Balker cabeceou em escanteio para o 2 a 0, e Ngonge dominou lançamento, chutando de média distância, fazendo o terceiro gol. A partida mudara completamente. A necessidade de reação do PSV começou a ser aplacada ainda na etapa inicial, quando Ibrahim Sangaré marcou, de cabeça. No segundo tempo, Noni Madueke e Luuk de Jong vieram a campo. A pressão começou. Teve resultado quando Til acertou um cabeceio e diminuiu para 3 a 2. E na reta final, os visitantes de Eindhoven insistiram demais pelo empate. Com Luuk de Jong (cabeceio na trave), mais uma tentativa de Til (no travessão), com um cruzamento afastado por Neraysho Kasanwirjo na pequena área… porém, como se fosse um final feliz de um filme para o Groningen, um contra-ataque nos acréscimos, e Joey Pelupessy completou cruzamento para o gol da vitória. Que já era importante, para minorar a pressão da má situação na tabela. Foi ainda mais, por ser inesperada, diante de um time que luta pelo título.

NEC 3×3 Go Ahead Eagles (domingo, 23 de outubro)

Tannane (4′), Mattson (78′), Sandler (90′ + 5) – Lidberg (9′), Adekanye (41′), Edvardsen (50′)

Quando Oussama Tannane fez 1 a 0 para o NEC, numa bonita jogada individual, parecia que seria um dia tranquilo para o time de Nijmegen. Nada mais longe da realidade, como o cabeceio de Isac Lidberg que empatou o jogo deixou claro. O Go Ahead Eagles cresceu ao longo do primeiro tempo, e confirmou isso na virada: Mats Deijl cruzou, e Bobby Adekanye superou a marcação para o 2 a 1. Mal começou o segundo tempo, e Oliver Edvardsen marcou o terceiro dos visitantes de Deventer – o VAR ainda verificou antes de validar a jogada. E aí, o Go Ahead Eagles administrou a vantagem, que parecia indiscutível. Repita-se: nada mais longe da realidade, como deixou claro o segundo gol do NEC – Elayis Tavsan chutou, o goleiro Jeffrey de Lange rebateu, e Magnus Mattson fez o gol. Veio o ânimo dos mandantes, coroado com o empate de Philippe Sandler, de cabeça, nos acréscimos. Foi mais um empate para o NEC – o oitavo na temporada. Mas diante das circunstâncias, nem foi tão ruim.

Cambuur 0x1 Twente (domingo, 23 de outubro)

Van Wolfswinkel (90′ + 7)

Quando o Cambuur teve uma bola na trave, cabeceada por Silvester van der Water logo aos 4′, parecia que a partida seria bem equilibrada – e que o time da casa teria grande animação, como que contrabalançando o abatimento pela saída do técnico Henk de Jong, aconselhado por médicos a deixar de vez o cargo. Não foi bem assim: a etapa inicial foi mais morosa. No segundo tempo, a coisa seguiu desse jeito – em que pesasse uma chance de Ricky van Wolfswinkel pelo Twente, bem defendida pelo português João Virgínia (Cambuur). Mais perto do fim, Daan Rots mandou a bola na trave. Só que o 0 a 0 persistia. Até o último dos últimos minutos: aos 90′ + 6, Van Wolfswinkel chutou, e Doke Schmidt desviou a bola com a mão. O juiz Jochem Kamphuis deixou passar, o VAR não: pênalti marcado, Van Wolfswinkel bateu, e o 1 a 0 do Twente foi o último lance do jogo.

Utrecht 3×1 Sparta Rotterdam (domingo, 23 de outubro)

Redan (6′), Douvikas (48′), Klaiber (80′) – Kitolano (84′)

Era o Sparta Rotterdam tentando seguir o bom início de temporada que faz, contra um Utrecht precisando duplamente de reabilitação: pelo começo decepcionante e pela goleada sofrida para o PSV na rodada passada. Seis minutos passados, e a esperança dos Utregs aumentou: Taylor Booth cruzou, e Daishawn Redan completou para as redes. O Sparta Rotterdam buscou o empate – e quase o conseguiu com Sven Mijnans, nos acréscimos do primeiro tempo, não tivesse Tobias Lauritsen tocado com a mão na bola durante a jogada. Azar dos visitantes: já no começo do segundo tempo, novamente Booth cruzou, e Anastasios “Tasos” Douvikas cabeceou para o 2 a 0. E já na reta final, Sean Klaiber arriscou o chute, e talvez o goleiro Nick Olij pudesse ter ido melhor para evitar o 3 a 0. Nem o gol de honra de Joshua Kitolano evitou uma vitória reanimadora para o Utrecht, vivo na disputa por lugar na zona de play-offs para a Conference League.

Volendam 1×3 Heerenveen (domingo, 23 de outubro)

Van Hooijdonk (25′), Köhlert (85′), Sarr (88′) – Mühren (42′)

Aos 6′, o Volendam já tinha uma bola na trave, mandada por Benaissa Benamar. Aos 20′, teve um gol anulado: Robert Mühren estava alguns centímetros impedido, e o VAR flagrou. Com essa pressão do time da casa, o que aconteceu? Isso mesmo: o Heerenveen abriu o placar, até inesperadamente, com Sydney van Hooijdonk completando bola ajeitada por Mats Köhlert. O VAR voltou a olhar, apurando eventual impedimento, mas validou. Assim como validaria o empate dos Volendammers – novamente Mühren, desviando a bola após cobrança de falta de Carel Eiting. No segundo tempo, os visitantes da Frísia buscavam o empate… até que, aos 67′, o jogo foi interrompido, pela chuva pesada que caía sobre o KRAS Stadion. Cerca de vinte minutos depois, jogo retomado, mais uma interrupção – esta rápida: sabe-se lá por quê, um entregador invadiu o gramado, pacífica e até hilariamente. Com o ritmo amainado numa partida equilibrada, o empate parecia firme no placar. A cinco minutos do fim, Köhlert negou isso: com chute colocado, o ala esquerdo fez 2 a 1. E Amin Sarr ainda marcaria o terceiro.