Eredivisie 2022/23, os relatos da 9ª rodada

Groningen 2×3 RKC Waalwijk (sexta-feira, 7 de outubro)

Pepi (14′, 76′) – Van den Buijs (38′), Biereth (61′, 80′)

O Groningen já chegava sob pressão à partida: de cinco jogos em casa, só venceu um até agora, e o agente do técnico Frank Wormuth comentou, num podcast, que há problemas internos no clube. Tudo isso poderia ter sido minorado com a vantagem do time da casa: Thierry Lutonda derrubou Tomas Suslov na área, o juiz Martin van den Kerkhof marcou o pênalti após rever o lance no vídeo, e o americano Ricardo Pepi converteu para o 1 a 0. Porém, o fim do primeiro tempo foi desastroso para os Groningers: num erro, o zagueiro Radinio Balker cometeu pênalti sobre Roy Kuijpers, foi expulso, e coube a Dario van den Buijs acertar outra cobrança da marca da cal, marcando o primeiro do RKC Waalwijk. No segundo tempo, mal veio a campo (substituiu Lutonda), o atacante Mika Biereth se converteu no outro destaque da partida, ao virar o jogo para os visitantes de Waalwijk. Só que o Groningen se recompôs: após passe do colega de ataque Florian Krüger, Pepi empatou – segundo gol na partida, quarto gol em três jogos para o atacante que acabou de chegar e já se mostra importante. Mas a reanimação foi logo suspensa: Iliass Bel Hassani lançou, e Biereth recolocou o RKC Waalwijk no caminho da vitória que conquistaria, confirmando o bom começo da equipe auriazul – e ampliando a pressão sobre o Groningen.

Volendam 2×4 Ajax (sábado, 8 de outubro)

Zeefuik (74′), Eiting (86′) – Tadic (17′), Bassey (39′), Brobbey (64′), Klaassen (90′ + 6)

O Ajax entrou em campo no sábado, com as dores da terça-feira passada ainda latentes (afinal de contas, os 6 a 1 do Napoli pela fase de grupos da Liga dos Campeões foram a maior derrota da história do clube em torneios europeus). E isso se notou no primeiro tempo: mesmo com algum domínio, o time de Amsterdã não brilhava – e até tomou susto, como num cabeceio rebatido à queima-roupa pelo goleiro Remko Pasveer. Pelo menos, quando as chances surgiram, os Ajacieden aproveitaram. Primeiro, num pênalti cedido por Brian Plat (mão na bola, após jogada de Steven Berghuis), que Dusan Tadic converteu – primeiro gol do sérvio na Eredivisie. Depois, num cruzamento de Berghuis, Calvin Bassey, agora escalado como lateral esquerdo, cabeceou para o 2 a 0. No segundo tempo, quando Jurriën Timber avançou e passou para Brian Brobbey fazer 3 a 0, a vitória pareceu assegurada. Tão assegurada que o Ajax relaxou. Foi a senha para dois fortes sustos. O primeiro, num chute de Lequincio Zeefuik: Pasveer falhou, e o Volendam diminuiu. O segundo, em outro arremate, de Carel Eiting, fazendo o segundo dos donos da casa (e últimos colocados do campeonato). Poderia ter ficado muito pior: no último minuto, Henk Veerman chegou até a marcar o terceiro dos Volendammers – e só o impedimento marcado (e existente), causando a anulação do gol, aliviou os visitantes. Que ainda fizeram mais um – Davy Klaassen, nos acréscimos, aproveitando contra-ataque. Que voltaram a vencer. Mas que não eliminaram as desconfianças.

Sparta Rotterdam 3×1 Emmen (sábado, 8 de outubro)

Van Crooij (13′), Vriends (82′), Engels (90′ + 6) – Romeny (51′)

Dos dois times, o Sparta foi quem mais trouxe emoções a um primeiro tempo que teve poucas delas. Na verdade, a única emoção – e a melhor que sua torcida poderia ter: o gol. Numa triangulação, ainda no começo do jogo, veio o 1 a 0: Sven Mijnans passou, Mica Pinto cruzou, Vito van Crooij cabeceou para o seu quinto gol nesta temporada da liga neerlandesa. O que foi inesperado, em Roterdã, foi o ímpeto com que o Emmen voltou do intervalo. A ponto de uma troca de passes render o empate rápido: Mohamed Bouchouari cruzou, e Ole Romeny fez o 1 a 1. Só restou aos Spartanen, mais ofensivos e técnicos, buscarem voltar à frente do placar. Tiveram a busca mais facilitada por uma expulsão no Emmen (Miguel Araújo, aos 69′). Quase chegaram ao que buscavam quando Van Crooij fez um gol aos 79′, mas este foi anulado, por impedimento de Koki Saito durante a jogada. Mas o final acabaria sendo feliz para os donos da casa. Primeiro, aos 82′, o zagueiro Bart Vriends completou escanteio, de cabeça, para as redes; depois, já nos acréscimos, Mario Engels assegurou a vitória que segue o consistente começo de temporada que o Sparta Rotterdam, atual 6º colocado, faz.

NEC 1×1 Excelsior (sábado, 8 de outubro)

Dimata (59′) – Lamprou (88′)

Demorou muito para o NEC satisfazer sua torcida. Em partes, não pela sua culpa – aos 33′, Magnus Mattson chegou a balançar as redes, mas o VAR aconselhou e o juiz anulou a jogada, por mão de Dirk Proper na origem. Porém, não só a equipe de Nijmegen perdeu muitas chances, como viu Jasper Cillessen fazer até algumas defesas difíceis. Pelo menos, o alívio parcial veio no segundo tempo: Oussama Tannane cruzou da esquerda, para Landry “Nany” Dimata, de cabeça, garantir o 1 a 0. Por muito tempo, pareceu a vitória. Até dois minutos antes do tempo regulamentar acabar, quando Lazaros Lamprou brilhou: jogada individual, ginga na entrada da área, chute cruzado para o 1 a 1. Sétimo empate seguido do NEC no campeonato, só um antes do recorde histórico. Eis um “recorde de gosto duvidoso”…

Go Ahead Eagles 0x0 Cambuur (domingo, 9 de outubro)

De um lado, o time da casa tentando – com Isac Lidberg no primeiro tempo, com Oliver Edvardsen no segundo. Do outro, o Cambuur buscando repetir o desempenho da vitória inesperada contra o PSV, ao tentar bem mais o ataque – Remco Balk mandou a bola na trave, Tom Boere perdeu rebote. Mas no fim, ficou no placar o 0 a 0.

Feyenoord 2×0 Twente (domingo, 9 de outubro)

Kökcü (43′), Hancko (64′)

Num jogo entre dois times que rondavam as primeiras posições da tabela (e queriam mais era ficar nelas), o primeiro tempo foi agradavelmente equilibrado. O Feyenoord começou pressionando, mas nas melhores chances de gol que teve, tanto Javairô Dilrosun (chute perto da área) quanto Santiago “Bebote” Giménez (livre, após lançamento de Orkun Kökcü) pararam no goleiro Lars Unnerstall. E o Twente, rápido pelas pontas nos contragolpes, quase fez gol com Vaclav Cerny, mas aí foi o goleiro Justin Bijlow quem salvou. A diferença? Ficou na cobrança de falta de Kökcü: irretocável, no ângulo, levando o Feyenoord ao 1 a 0. Ainda nos acréscimos do 1º tempo, o Twente teve um expulso – Cerny acertou as travas da chuteira na perna de Dilrosun, numa dividida, e levou diretamente o cartão vermelho. E na etapa final, o Stadionclub ficou mais tranquilo. Giménez ainda perdeu algumas chances, mas logo veio o segundo gol – Quinten Timber fwez jogada individual, bateu, Unnerstall cedeu rebote, e na sobra Dávid Hancko (que desarmara Ricky van Wolfswinkel com brilhantismo minutos antes, perto da pequena área, na única chance do Twente no 2º tempo) cabeceou para o 2 a 0. Na disputa entre os semelhantes, deu Feyenoord. Que tem na próxima rodada, contra o AZ, a grande chance para entrar de vez na disputa da liderança.

Utrecht 1×2 AZ (domingo, 9 de outubro)

Sylla (90′ + 3) – Van Brederode (31′), Sugawara (68′)

Ah, o Utrecht começou melhor? Ah, o time da casa teve até um pênalti revertido após conselho do VAR (aos 12′, Sven Klaiber cruzou e a bola bateu na mão de Milos Kerkez – involuntariamente, o que levou ao cancelamento do penal que o juiz Serdar Gözübüyük marcara)? Sem problemas para o AZ. Assim que chegou à frente, foi para fazer 1 a 0, numa jogada individual de Myron van Brederode, coroada com chute preciso no canto esquerdo. Aí, a partida ficou mais equilibrada: se Bas Dost quase empatou para os Utregs, Pantelis Hatzidiakos cabeceou e quase ampliou para os visitantes de Alkmaar. E no segundo tempo, os Alkmaarders tomaram conta da partida. Coroando isso com a bela jogada de Yukinari Sugawara: tabela, drible no adversário, chute no ângulo, 2 a 0. Moussa Sylla ainda diminuiu, mas era insuficiente para evitar mais uma vitória do invicto AZ, líder do Campeonato Holandês. Sonhando cada vez mais em manter a ponta a longo prazo.

Heerenveen 0x1 PSV (domingo, 9 de outubro)

Gakpo (75′)

A goleada no FC Zürich-SUI (Liga Europa) já amenizara as dores da derrota para o Cambuur, na rodada passada. Ainda assim, o PSV precisava da vitória para seguir forte nas primeiras posições. Tomou um susto no começo – Amin Sarr passou por dois jogadores, entrou na área, e só não finalizou porque André Ramalho bloqueou o arremate na hora exata. Depois, os visitantes de Eindhoven rondaram bem mais a área de ataque. Porém, pecavam nas finalizações, principalmente com Xavi Simons chutando fraco. De quebra, em apenas três minutos, duas lesões no músculo posterior da coxa tiraram dois nomes dos Boeren – Ismael Saibari aos 39′, Yorbe Vertessen (substituto de Luuk de Jong, ainda machucado) aos 42′. No segundo tempo, o sofrimento do PSV continuou. Não que a equipe fosse muito pressionada, mas tentava e tentava, parando nas defesas do goleiro Andries Noppert. Faltava um destaque aparecer. E o PSV tem esse destaque: Cody Gakpo. A quinze minutos do fim, ele recebeu a bola de Joey Veerman, chegou à entrada da área e finalizou, cruzado, rasteiro, no canto esquerdo de Noppert. Era seu nono gol na liga, da qual é o goleador no momento. Era a primeira vitória do PSV no Heerenveen fora de casa, após 11 anos. Era o alívio tão buscado pelos visitantes, que mantiveram o terceiro lugar.

Vitesse 1×2 Fortuna Sittard (domingo, 9 de outubro)

Bialek (32′) – Ferati (40′), Vita (80′)

A rodada terminava com dois clubes na corda bamba. Uma vitória poderia estabilizá-los mais. O Fortuna Sittard pressionou um pouco mais, porém, quando mais estava ofensivo, tomou o 1 a 0: Matus Bero veio pela esquerda, cruzou, e Bartosz Bialek completou para colocar o Vitesse na frente. Sem problemas: logo, um contra-ataque rápido, e Arijanet Ferati avançou rapidamente com a bola para tocar na saída do goleiro Kjell Scherpen, empatando o jogo. E os Fortunezen continuaram mais valentes em campo, em busca do segundo gol. Ele poderia ter surgido com o destaque de sempre, Burak Yilmaz, que tentou um voleio na área aos 80′. Errou? Que nada: acabou ajeitando a bola para Rémy Vita, minutos após substituir Iñigo Córdoba, fazer o 2 a 1 da virada. Terceira vitória seguida do time de Sittard, que já coloca a cabeça acima da linha do sufoco, por enquanto. Sufoco em que, por sinal, o Vitesse está.