Fora da Copa, Itália avança à semifinal da Liga das Nações em ‘grupo da morte’

A classificação da Itália para as semifinais da Liga das Nações é um pouco complicada de explicar, pois liderou um dos grupos mais difíceis do torneio, que tinha as campeãs mundiais Inglaterra e Alemanha. Em contrapartida, a mesma Azzurra falhou em voltar a disputar a Copa do Mundo e não podemos esquecer que a seleção liderada por Roberto Mancini competiu em um dos grupos mais simples das eliminatórias.

A renovada tetracampeã mundial ainda tenta recolher os cacos da fatídica e histórica derrota para a Macedônia do Norte, mas o desempenho mostrado no torneio da Uefa pode animar e trazer alguma esperança. Em três edições da Liga das Nações, essa foi a segunda vez que a Azzurra consegue chegar no “Final Four”.

A Itália desceu a ladeira em novembro passado, mais precisamente após o empate em 1 a 1 diante da Suíça no estádio Olímpico de Roma. A partir daí, a seleção acumulou tropeços contra Irlanda do Norte, Macedônia do Norte, Argentina, Inglaterra e Alemanha. Nessa Data Fifa, o ritmo dos italianos foi melhor, tendo rebaixado os ingleses com uma vitória pelo placar mínimo e desbancado a sensação Hungria por 2 a 0.

Nos dois confrontos mais recentes, a Itália mudou seu esquema tático do tradicional 4-3-3 para o 3-5-2, uma formação bastante usada nos últimos tempos por várias equipes da Serie A. A alteração parece ter dado certo, já que a seleção acertou a retaguarda, principalmente pelo fato de não levar gols, e viu seu ataque ser mais eficiente.

Um dos destaques positivos da seleção foi o atacante Giacomo Raspadori, que assumiu a camisa número 10 e foi responsável por dois dos três gols marcados pelos italianos. O napolitano conseguiu render muito bem ao lado de Gianluca Scamacca, Manolo Gabbiadini e Willy Gnonto. Enquanto isso, o trio defensivo formado por Leonardo Bonucci, Francesco Acerbi e Rafael Tolói merece destaque, mas o goleiro Gianluigi Donnarumma foi providencial para a Itália, principalmente no duelo diante dos húngaros.

O ex-jogador do Milan, que assumiu na atual temporada a titularidade no Paris Saint-Germain, deixou todos boquiabertos pelas três defesas em sequência feitas em Budapeste, além de impedir com os pés o cabeceio á queima roupa de Callum Styles.

Apesar dos recentes tristes e dolorosos fracassos, a Itália mostrou nestes dois jogos alguns sinais de retomada e o mais importante é que Mancini não desistiu de tentar ajudar a seleção a levantar novamente a cabeça para seguir em frente. Os próximos compromissos da atual campeã europeia serão os amistosos de novembro contra Albânia e Áustria.

“Eu estou feliz por ter alcançado pela segunda vez a classificação para o ‘Final Four’ da Liga das Nações da Uefa, mas infelizmente os resultados anteriores se mantiveram. Meu principal objetivo é ultrapassar pelo menos o mês de dezembro. Nós fomos muito bem em recomeçar e colocar em pé um grupo que tem valores e no qual podemos trabalhar”, celebrou Mancini em uma entrevista à emissora Rai.

O “Final Four” da Liga das Nações está previsto para ser disputado somente em junho de 2023 e acontecerá em território holandês, mas até lá muita coisa ainda deve acontecer. A Itália pode ter pela frente na próxima fase do torneio as seleções da Croácia, da Holanda ou de Portugal/Espanha.