RedBird e Milan: um novo capítulo para os rossoneri

A empresa norte-americana de investimentos RedBird Capital Partners concluiu a compra do Milan pelo valor de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 6,2 bilhões) e inaugurou um novo capítulo na história do atual campeão da Serie A, embora a operação não tenha sido nenhuma surpresa.

Após ser gerido por mais de três décadas pelo ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, o Milan deu definitivamente as boas-vindas ao seu terceiro proprietário nos últimos cinco anos, após as passagens do empresário chinês Li Yonghong e do fundo de investimentos norte-americano Elliott.

A grande novidade do acordo foi a entrada da empresa Yankee Global Enterprises (YGE), dona do famoso time de beisebol New York Yankees, com uma participação minoritária no multicampeão clube italiano. O grupo norte-americano tem um relacionamento bem próximo e de longa data com a franquia da MLB e a família Steinbrenner.

A RedBird assume um Milan muito mais sólido financeiramente e esportivamente do que aquele que a Elliott comprou de Yonghong, em 2018. Com isso, a empresa de Gerry Cardinale mira dar prosseguimento ao caminho construído pelos antigos proprietários e promover melhoramentos nele.

Os novos donos da equipe lombarda administram cerca de US$ 6 bilhões em investimentos em diversos setores, como serviços financeiros, telecomunicações, tecnologia e esporte. Apesar de toda essa grana envolvida no projeto, o Milan ainda não poderá, ao menos por enquanto, competir com outros gigantes da Europa ou concluir transferências galácticas. Em tese, a atual situação do campeão italiano não deverá sofrer uma radical mudança, mas o clube terá maior firmeza em seus futuros projetos e conseguirá manter as contas em dia sem maiores dificuldades.

Após ter passado por momentos delicados em meados de 2018, a Elliott arrumou as confusões da gestão de Yonghong e endireitou o caminho do clube ao oferecer um projeto mais consistente. Tendo como meta transformar o Milan em um time autossuficiente, o grupo norte-americano fechou parcerias para levantar as receitas. A força de investimento do rubro-negro de Milão vem evoluindo aos poucos, mas é cedo demais para pensarmos em Kylian Mbappé, Erling Haaland ou Vinícius Júnior vestindo o manto milanista.

No último balanço financeiro divulgado pelo Milan, o clube anunciou uma perda superior a 100 milhões de euros e ainda segue tentando resolver seus problemas econômicos. Levando isso em consideração, o clube deverá seguir bem “low profile” nas próximas janelas de transferências.

Mirando fortalecer financeiramente o time rossonero, um dos grandes objetivos da RedBird é viabilizar o levantamento de um novo moderno estádio para o clube, seja na atual área do San Siro ou outro em Sesto San Giovanni, a poucos quilômetros da capital da região da Lombardia. Um projeto de construção foi aprovado em dezembro passado por Internazionale e Milan, mas ainda necessita do sinal verde do prefeito do município e as obras não começarão antes de 2027.

Como nova proprietária do Milan, a RedBird continuará a investir em todas as áreas-chave que irão promover os interesses esportivos e comerciais do clube, aproveitando as conquistas da temporada passada. A experiência da RedBird na operação e construção de negócios esportivos globais garantirá que o próximo capítulo da história do clube se baseie em seu momento atual. As áreas prioritárias incluem apoiar a liderança esportiva e empresarial  para garantir que a equipe seja consistentemente competitiva nos mais altos níveis do futebol; assegurar que disponha de infraestruturas e instalações condizentes com uma das organizações esportivas mais proeminentes do mundo; e fortalecer as equipes femininas e juvenis do clube, bem como seu braço beneficente, a Fondazione Milan“, escreveu a RedBird.

O Milan segue em um caminho muito promissor, tanto que o time liderado por Stefano Pioli conquistou o primeiro título da Serie A em 11 anos e se classificou para a Liga dos Campeões pela segunda temporada consecutiva, depois de ficar sete longos anos fora da principal competição de clubes da Europa. Por outro lado, os torcedores precisarão ter um pouco mais de paciência e seguir apoiando o atual campeão da Itália nessa nova trajetória.