Thibaut Courtois, Kevin De Bruyne, Kalidou Koulibaly e Sergej Milinkovic-Savic possuem uma coisa em comum: todos eles, e mais alguns outros jogadores bem conhecidos, começaram a chamar atenção de tradicionais equipes do continente europeu após passarem pelo Genk, da Bélgica, que se transformou em um grande banco de talentos.
Nascido a partir da fusão dos times do Waterschei Thor e do Winterslag, o Koninklijke Racing Club Genk foi fundado em 1988 e possui somente 34 anos de história. A partir da década de 1990, o time azul e branco se estabeleceu como uma das equipes belgas de maior sucesso, tanto que já venceu quatro ligas nacionais, cinco Copas da Bélgica e duas Supercopas da Bélgica.
Alguns atletas que vou mencionar na matéria, como o goleiro Courtois e o meio-campista De Bruyne, foram revelados pelo Genk. Já outros, como são os casos de Joakim Maehle, Christian Kabasele e Ruslan Malinovskyi, foram adquiridos a preços baixos e depois revendidos por altos valores para clubes das principais ligas da Europa.
Em 2005, o Genk conseguiu tirar do Gent um jogador muito promissor chamado Kevin De Bruyne. O meio-campista, que atualmente tem 31 anos, estreou profissionalmente pela equipe em 2009 e conquistou seu espaço em pouco tempo ao mostrar grande qualidade dentro dos gramados. Em três temporadas, o jogador ganhou três títulos e foi comprado pelo Chelsea por 10 milhões de euros.
Anos mais tarde, De Bruyne viria a se tornar um dos melhores e mais vitoriosos jogadores do mundo, tanto que defende desde 2015 a equipe do Manchester City, comandada por Pep Guardiola. Além do meio-campista, o Genk foi responsável pela formação de Courtois, que estreou bem jovem no clube belga e rapidamente foi pescado pelo Chelsea.
O atual jogador do Real Madrid disputou sua primeira partida como profissional em 2008/09, mas só assumiu a titularidade na temporada 2010/11. Ao lado dos promissores De Bruyne e Jelle Vossen, a jovem equipe do Genk venceu o Campeonato Belga pela terceira vez na história e Courtois foi comprado pela equipe de Londres por cerca de nove milhões de euros. Após isso, ele se transformou em um dos melhores goleiros do planeta e tem um currículo recheado de conquistas.
Courtois e De Bruyne foram os dois principais jogadores revelados pelo Genk, mas algumas outras peças também podem ser destacadas, como Timothy Castagne (Leicester City), Christian Benteke (DC United), Wilfred Ndidi (Leicester City), e Steven Defour (aposentado). Divock Origi e Yannick Carrasco passaram pelas categorias de base do clube azul e branco, mas não chegaram a ser aproveitados na equipe principal.
O que mais chama atenção são os valores negociados pelo Genk, pois Ndidi, por exemplo, foi adquirido por somente 180 mil euros do Nath Boys Academy e vendido por mais de 17 milhões ao Leicester City. Benteke, contudo, foi comprado pelo valor de um milhão e comerciado para o Aston Villa por quase nove milhões. O jamaicano Leon Bailey chegou por cerca de 1,4 milhão e desembarcou no Bayer Leverkusen por volta de 13,5 milhões.
Além de revelar jogadores de muita qualidade, o Genk provou ser um eficaz pescador de jovens talentos e mostrou isso em várias ocasiões. Uma das principais jogadas dos belgas foi a contratação de Koulibaly, adquirido do Metz por 1,3 milhão de euros e vendido ao Napoli pela quantia de 7,75 milhões. O zagueiro senegalês brilhou no futebol da Itália e atualmente defende o Chelsea.
Em termos de valor, o Genk aproveitou muito bem a venda de Milinkovic-Savic, pois o sérvio deixou o Vojvodina por um milhão de euros e acabou sendo comercializado ao time da Lazio por 18 milhões. O mais curioso é que o meio-campista disputou apenas 24 jogos pela equipe belga e marcou cinco gols.
Após rodar pelo futebol belga e búlgaro, o zagueiro Christian Kabasele chegou ao Genk sem custos diretamente do Eupen e acabou vendido em meados de 2016 por quase sete milhões de euros ao Watford, onde está até hoje. O gambiano Omar Colley foi outro bom negócio, pois chegou do Djurgarden por cerca de dois milhões e saiu da Bélgica para a Sampdoria por 7,5 milhões.
Malinovskyi, Maehle, Sander Berge e Mbwana Samatta foram outros jogadores aproveitados dentro e fora dos gramados pelo time da cidade de Genk. O ucraniano e o dinamarquês, por exemplo, foram vendidos para a Atalanta. A última grande cartada dos belgas foi a venda do jovem colombiano Jhon Lucumí ao Bologna, já que foi comprado do Deportivo Cali por 200 mil euros e vendido ao rossoblù pelo valor de oito milhões.
Embora não tenha realizado uma boa campanha na temporada passada da liga belga, o Genk não deverá ver essa fonte secar tão rápido. Atualmente com um elenco bem jovem, o clube possui o goleiro Maarten Vandevoordt, os meias Mike Trésor e Bilal El Khannous e o atacante András Németh entre suas principais joias para futuros bons investimentos.
O Genk não é uma das principais equipes da Europa e está entre as principais forças da Bélgica ao lado de Anderlecht, Standard de Liège e Club Brugge, mas as suas estratégias de mercado podem servir de modelo para diversas grandes agremiações espalhadas pelo continente.
| KRC Genk is met Bologna FC tot een overeenkomst gekomen over de transfer van Jhon Lucumi.
y buena suerte Jhon.
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— KRC Genk (@KRCGenkofficial) August 18, 2022