Jogadores estrangeiros marcam presença e batem recorde na rodada inaugural da Serie A

Não é nenhuma novidade que a principal divisão do futebol da Itália se transformou em um campeonato recheado de estrangeiros, tanto que jogadores de 20 países diferentes balançaram as redes na primeira rodada da Serie A, igualando o recorde estabelecido outras cinco vezes em edições passadas do torneio.

Entre as tantas nações representadas na rodada inaugural da liga italiana, podemos destacar que houveram jogadores de 13 países europeus, quatro africanos e três sul-americanos, como o zagueiro brasileiro Rodrigo Becão, da Udinese, que inclusive foi o autor do primeiro gol da temporada 2022/23.

A última vez que os torcedores viram algo semelhante acontecer na Serie A foi na 16ª rodada da edição passada do campeonato, quando atletas de 20 nações diferentes marcaram gols. No entanto, o atacante brasileiro João Pedro, que estava no rebaixado Cagliari, ainda não tinha se naturalizado italiano e defendido a Azzurra.

Se ampliarmos ainda mais a questão dos estrangeiros na primeira rodada da Serie A, as equipes do Milan, da Udinese e do Torino foram as que começaram suas respectivas partidas com a menor quantidade de italianos em campo, pois incluíram somente um entre os 11 iniciais. Os rossoneri selecionaram o lateral Davide Calabria, os bianconeri escalaram o goleiro Marco Silvestri e, por fim, os piemonteses tiveram Samuele Ricci no meio de campo.

A Udinese conseguiu ir ainda mais longe nessa estatística, pois ela foi uma das duas equipes que não utilizaram os jogadores italianos disponíveis no banco de reservas. As escolhas do técnico Andrea Sottil foram acompanhadas por Davide Nicola, da Salernitana, mas os Cavallucci Marini iniciaram o confronto diante da Roma com quatro italianos entre os titulares.

No geral, entre os 313 atletas usados na rodada inaugural da Serie A, 208 eram estrangeiros e 105 italianos. O time que mais utilizou jogadores nascidos na Itália foi o recém-promovido e estreante Monza, com 11 peças no decorrer do duelo diante do Torino.

De acordo com dados do site especializado “Transfermarkt”, a média de jogadores estrangeiros entre as equipes da Serie A durante as décadas de 1980 e 1990 eram de somente 1.8, mas o número começou a explodir durante o decênio seguinte, com 5.7. A quantidade, contudo, não parou de crescer mais e mais, tendo chegado a 12.5 (2000/2010) e 21 (2010/2020).

Ainda segundo a mesma fonte, a temporada passada da principal divisão do calcio registrou 343 jogadores estrangeiros entre os clubes participantes, ou seja, 63% da quantidade total. Enquanto isso, o Observatório Internacional de Estudos do Esporte (Cies) apontou que a Serie A é a liga europeia que mais utilizou em campo atletas provenientes de outros países, com 64%, além possuir uma média de pelo menos 11 estrangeiros no plantel, conforme dados recolhidos em 2021/22.

A seleção italiana também foi impactada por essa “invasão” de jogadores estrangeiros na elite do futebol nacional, tanto que o técnico Roberto Mancini convocou três ítalo-brasileiros para a partida decisiva contra Macedônia do Norte, em Palermo, que tirou as chances da Azzurra voltar a disputar uma Copa do Mundo. No duelo mais recente, que foi a goleada sofrida por 5 a 2 diante da Alemanha pela Liga das Nações, o comandante resolveu apostar em Luiz Felipe, atualmente no Real Betis.

Fora dos gramados, os clubes italianos da Serie A também entraram na mira de investidores de outros países, tanto que sete agremiações (Atalanta, Bologna, Fiorentina, Inter, Milan, Roma e Spezia) são administradas por estrangeiros. Se levarmos em consideração as equipes da Serie B, também entram na lista Parma, Genoa, Venezia, Spal, Como e Palermo.

Os jogadores dos 20 países que fizeram gols na primeira rodada da Serie A

Angola – M’Bala Nzola (Spezia)

Argentina – Ángel Di María (Juventus)

Áustria – Marko Arnautovic (Bologna)

Bélgica – Romelu Lukaku (Inter)

Brasil – Rodrigo Becão (Udinese)

Croácia – Ante Rebic (Milan)

Eslováquia – Stanislav Lobotka (Napoli)

Espanha – Brahim Díaz (Milan)

França – Theo Hernández (Milan) e Thomas Henry (Verona)

Gâmbia – Assan Ceesay (Lecce)

Geórgia – Khvicha Kvaratskhelia (Napoli)

Holanda – Denzel Dumfries (Inter)

Itália – Matteo Bianchetti (Cremonese), Giacomo Bonaventura (Fiorentina), Bryan Cristante (Roma), Ciro Immobile (Lazio), Kevin Lasagna (Verona), Rolando Mandragora (Fiorentina), Matteo Politano (Napoli) e Rafael Tolói (Atalanta)

Marrocos – Adam Masina (Udinese)

Nigéria – Ademola Lookman (Atalanta), David Okereke (Cremonese) e Victor Osimhen (Napoli)

Paraguai – Antonio Sanabria (Torino)

Polônia – Piotr Zielinski (Napoli)

Portugal – Dany Mota (Monza)

Rússia – Aleksey Miranchuk (Torino)

Sérvia – Luka Jovic (Fiorentina) e Dusan Vlahovic (Juventus)

Via: Giuseppe Pastore (Twitter)