Eredivisie 2022/23: os relatos da 2ª rodada

Excelsior 3×1 Vitesse (sexta-feira, 12 de agosto)

Kharchouch (14′, 20′), Goudmijn (76′) – Frederiksen (29′)

O Excelsior apostara nos contra-ataques para a boa vitória na estreia, diante do Cambuur. Contra o Vitesse, foi no ataque, mesmo. Mais precisamente, nos ataques de Reda Kharchouch. Aos 14′, após bola mal rebatida pela defesa do Utrecht, o atacante se livrou da marcação e completou para o 1 a 0; aos 20, Marouan Azarkan lançou em profundidade, e o deixou livre para ampliar a vantagem. Minutos depois, Nikolai Baden Frederiksen aproveitou rebote em chute de Million Manhoef para devolver as esperanças ao Vites. Mas o Excelsior continuou melhor, quase fazendo 3 a 1 num chute de Kenzo Goudmijn – e afinal fazendo, já no segundo tempo, com o próprio Goudmijn completando passe de Kharchouch. De quebra, o Vitesse ainda perdeu o meio-campo Sondre Tronstad nos acréscimos, expulso. E amargou a segunda derrota em duas rodadas. Exatamente o inverso do Excelsior, sonhando com um bom começo – e comprovando em campo.

Go Ahead Eagles 2×5 PSV (sábado, 13 de agosto)

Lidberg (14′), Edvardsen (80′) – Luuk de Jong (3′), Xavi Simons (45′ + 3, 76′), Obispo (45′ + 10), Veerman (89′)

Mesmo com time misto (afinal, está no radar o Rangers escocês, adversário nos play-offs pela vaga na fase de grupos da Liga dos Campeões), o PSV ensaiou uma vitória fácil, abrindo o placar numa jogada previsível: Cody Gakpo cruzou, Luuk de Jong cabeceou para o 1 a 0. Todavia, o Go Ahead Eagles aos poucos atacou timidamente, em contra-ataques. E numa bola parada escanteio, até empatou – voleio bonito de Isac Lidberg. Poderia ser o início de uma surpresa. Mas a expulsão de Jay Idzes, já aos 35′ – carrinho duro, torcendo o tornozelo de Richie Ledezma, logo substituído -, reabriu o caminho do PSV, que antes mesmo do intervalo já fez 3 a 1 no placar, com Xavi Simons despontando como destaque (ele fez o segundo gol, após dois rebotes em chutes de Luuk de Jong, e lançou para Armando Obispo cabecear no terceiro). De quebra, no segundo tempo, Xavi Simons fez o quarto gol, acelerando contragolpe, após o PSV ser mais cauteloso na maior parte do tempo. Oliver Edvardsen ainda assustou ao diminuir, mas Joey Veerman definiu de vez a goleada no penúltimo minuto. E o time de Eindhoven partirá com mais otimismo para enfrentar o Rangers – ainda que notando precisar de mais cuidados defensivos.

Utrecht 0x0 Cambuur (sábado, 13 de agosto)

Após marcar dois gols que ajudaram no empate contra o RKC Waalwijk, Bas Dost já começou na titularidade do ataque contra o Cambuur. E quse Dost fez um gol logo aos 3′, parando na defesa do goleiro João Virgínia. O arqueiro português do Cambuur apareceu ainda mais aos 15′, defendendo duas chances de Daishawn Redan em sequência. Finalmente, Djevencio van der Kust tentou de novo antes do intervalo. Depois dele, contudo, o Cambuur foi o time mais preponderante. Assim como o goleiro do Utrecht: Remco Balk tentou, Mees Hoedemakers também, Jamie Jacobs idem. Todos eles, parando em Vassilis Barkas, que fez boas defesas. O que pouco adiantou, para a torcida do Utrecht: aborrecida com o empate em casa, vaiou o 0 a 0 ao final dos 90 minutos.

Emmen 1×1 RKC Waalwijk (sábado, 13 de agosto)

Bernadou (58′) – Lobete (89′)

O primeiro tempo teve poucas emoções, mas se houve uma equipe mais esforçada em busca de gols, esta foi a do Emmen. Que seguiu buscando balançar a rede quando o segundo tempo começou, e afinal conseguiu, com Lucas Bernadou em grande estilo – ele iniciou a tabela com Ole Romeny, recebeu a bola de volta e chutou forte, no ângulo, para o 1 a 0. Só então o RKC “acordou” na partida: colocando mais nomes no ataque, os visitantes de Waalwijk se movimentaram mais. Atrás, aos 69′, o goleiro Etiënne Vaessen evitou que o meio-campo Mark Diemers, estreante no Emmen, já lustrasse sua partida com um gol. E as tentativas resultaram num gol valioso, com dois nomes vindos do banco: Florian Jozefzoon fez a jogada, e Julen Lobete completou para o 1 a 1 aos 90′, frustrando o Emmen.

Feyenoord 0x0 Heerenveen (sábado, 13 de agosto)

Já no começo, com a bola que Jacob Rasmussen cabeceou no travessão, ficou claro que o Feyenoord iria atacar bem mais em busca da vitória. Fez isso mesmo. Só que parava na defesa do Heerenveen, com cinco jogadores. Sendo assim, só restavam os chutes de fora da área (no mais perigoso deles, de Sebastian Szymanski, o goleiro Andries Noppert espalmou). Ou então, num lançamento por cima – foi o caso de quando a bola alcançou Patrik Walemark, que tocou na saída de Noppert, mas para fora. O Fean se segurava – e até tinha mais espaço para contra-ataques. No segundo tempo, inclusive, o time visitante trouxe até mais perigo. Primeiro, num escanteio: o goleiro Justin Bijlow saiu mal do gol, e o zagueiro Joost van Aken teve a meta livre, mas chutou mal, por cima. Depois, num contragolpe, Amin Sarr chegou com a bola à grande área, fez o drible, mas Bijlow defendeu com o pé. A partir daí, até substituindo o grande destaque ofensivo (Sydney van Hooijdonk), o Heerenveen se concentrou na defesa. Com vários atacantes – até o estreante Santiago “Bebote” Giménez -, o Feyenoord seguiu tentando. Mas parou, de novo, em Noppert, com boas defesas. E o 0 a 0 ficou mesmo no placar.

Volendam 1×4 NEC (domingo, 14 de agosto)

Van Mieghem (10′) – Tavsan (17′), Tannane (19′), Duelund (76′), Bruijn (90′)

No seu primeiro jogo em casa pela Eredivisie, o Volendam quase deu sequência ao honroso empate contra o Groningen: Daryl van Mieghem recebeu de Benaïssa Benamar, driblou o goleiro Jasper Cillessen (voltando ao NEC após onze anos) e fez 1 a 0. O “quase” ficou por conta do ataque do NEC, bem mais técnico, que se livrou da pressão inicial dos Volendammers da melhor maneira possível: Elayis Tavsan empatou aos 17′ – recebeu a bola ajeitada de Mikkel Duelund -, e dois minutos depois Oussama Tannane consumou a virada. No segundo tempo, o Volendam tentou o empate, mas sem muita eficiência. Já o NEC, quando teve a chance, transformou o triunfo em goleada: num cabeceio de Mikkel Duelund, 3 a 1, e no penúltimo minuto, Jordy Bruijn completando o placar. Vitória elástica como uma “celebração” da volta de Cillessen, que só criticou a grama sintética do estádio KRAS (“Não tem isso na Espanha”).

Ajax 6×1 Groningen (domingo, 14 de agosto)

Bergwijn (4′, 45′, 57′), Antony (28′), Taylor (66′), Berghuis (88′) – Ngonge (10′) 

O sinal do que seria a partida em Amsterdã foi dado logo no primeiro gol: cruzamento da direita, Steven Bergwijn dominou na pequena área e chutou forte para o 1 a 0 do Ajax. É verdade que a lentidão da recomposição defensiva Ajacied seguiu, e rendeu o empate do Groningen num contragolpe: Jorgen Strand Larsen passou, Cyril Ngonge fintou e concluiu na área. Mas foi só uma nota de pé de página. Porque Antony logo assumiu o protagonismo. Primeiro, drible só em Isak Maättä; depois, dribles passando por mais três jogadores dos Groningers; chegando a um chute colocado, que atingiu o lado de cima da meta; e finalmente, após corte para a esquerda, arremate no ângulo do goleiro Michael Verrips, num golaço para recolocar os Ajacieden na frente. No terceiro gol, Antony preferiu servir: cruzou a bola na cabeça de Bergwijn. E a etapa final teve o domínio habitual do time da casa, diante de um oponente batido na Johan Cruyff Arena. Bergwijn fez o 4 a 1 (seu terceiro no jogo) com um belo chute colocado, no ângulo, dentro da área; Kenneth Taylor ampliou, ao chegar e completar toque de Brian Brobbey em profundidade; e na reta final, Steven Berghuis (vindo do banco) deu números finais à goleada, ao converter pênalti – Maättä desviara a bola com o ombro, e o VAR notou. Se o triunfo na estreia foi difícil, o Ajax mostrou melhor sua capacidade nesta segunda rodada.

Twente 3×0 Fortuna Sittard (domingo, 14 de agosto)

Van Wolfswinkel (22′), Brenet (43′), Misidjan (54′)

Se a vitória contra o NEC, na primeira rodada, saiu só nos acréscimos do 2º tempo, o Twente já começou a encaminhar seu segundo triunfo logo no começo da partida. Ricky van Wolfswinkel até recebeu a bola de Gijs Smal já em boas condições de finalizar – na área, à queima-roupa -, mas nem por isso teve menos estilo para o 1 a 0: completou firme, de bate-pronto. O segundo gol também teve sua beleza: Joshua Brenet tabelou com Virgil Misidjan e entrou na área para fazer 2 a 0. Mas o terceiro é que simbolizou mais como foi inquestionável a vitória dos Tukkers: chute de fora da área, de Misidjan, de primeira, ainda batendo na trave antes de entrar. Um grande incentivo para o time de Enschede, antes do jogo de ida contra a Fiorentina, por um lugar na fase de grupos da Conference League.

Sparta Rotterdam 2×3 AZ (domingo, 14 de agosto)

Van Crooij (1′, 59′) – Pavlidis (45′ + 1), De Wit (56′), Kerkez (64′)

Passe em profundidade, Vito van Crooij chegou à área, driblou o goleiro Hobie Verhulst, e fez 1 a 0 para o Sparta Rotterdam. O VAR ainda verificou se havia impedimento. Não havia. Estava feito, aos oito segundos de partida em Roterdã, o gol mais rápido dos 66 anos de história do Campeonato Holandês, quebrando um recorde que vinha desde 20 de março de 1982 (Koos Waslander, pelo NAC Breda, contra o Zwolle). Só que havia mais 89 minutos e 52 segundos. E o AZ se pôs a atacar atrás do empate. Quase no fim do 1º tempo, conseguiu: Vangelis Pavlidis sofreu pênalti de Bart Vriends, e ele mesmo cobrou para o empate. De quebra, no começo do segundo tempo, o atacante grego ainda ajeitou para Dani de Wit completar triangulação e virar o jogo. Van Crooij, o nome histórico do dia, ainda empatou de novo, agora com toque na saída de Verhulst, mas num cruzamento, Milos Kerkez estava a postos para completar e aliviar o AZ, outro time com duas vitórias seguidas, após 90 minutos atraentes em Roterdã. Nada mal para o espectador Louis van Gaal (estava no estádio)…