Heerenveen 0x0 Sparta Rotterdam (sexta-feira, 5 de agosto)
Todo jogo de abertura de campeonato sempre atrai alguma expectativa positiva sobre o recomeço. No caso da partida que iniciou o Campeonato Holandês da temporada 2022/23, se havia essa expectativa, foi totalmente frustrada. Apenas duas chances no primeiro tempo – Jason Lokilo para o Sparta Rotterdam, Thom Haye para o Heerenveen -, mais um chute perigoso de Vito van Crooij no segundo tempo, e poucas emoções foram sentidas no estádio Abe Lenstra, ao longo dos noventa minutos. O primeiro gol da Eredivisie nesta temporada ficou para o segundo dia da rodada. Melhor para os Spartanen, que pelo menos conseguiram um empate fora de casa.
Fortuna Sittard 2×3 Ajax (sábado, 6 de agosto)
Gladon (6′), Burak Yilmaz (87′) – Taylor (48′), Rensch (51′), Brobbey (62′)
A estreia do atual campeão teve dois tempos distintos. Literalmente. Nos primeiros 45 minutos, um Ajax lento na defesa tomou o primeiro gol do campeonato numa jogada rápida: Arijanet Ferati lançou, Paul Gladon chutou em diagonal, Fortuna Sittard 1 a 0. No ataque, poucas movimentações – e apenas uma chance, num chute de Kenneth Taylor. A experiência feita pelo técnico Alfred Schreuder – Daley Blind no meio-campo, com Perr Schuurs na defesa – foi mudada no intervalo: Brian Brobbey veio a campo, assim como Davy Klaassen (este, substituindo Schuurs). Bastaram três minutos do segundo tempo, e o empate: Taylor lançou a bola à área, um leve desvio de Klaassen – tão leve que o gol foi creditado a Taylor -, 1 a 1. Mais quatro minutos, Devyne Rensch iniciou avanço à área, Brobbey ajeitou a bola, e Rensch virou para 2 a 1: o VAR ainda apurou se o lateral direito estava impedido, mas ele tinha posição legal. E para confirmar que o susto tinha passado, uma triangulação rendeu o terceiro gol Ajacied: Taylor lançou, Dusan Tadic cruzou, Brobbey concluiu. O fim do jogo teve algum suspense, graças a Burak Yilmaz: o badalado estreante do Fortuna Sittard entrou no meio da etapa final, e cobrou falta com precisão, diminuindo para 3 a 2 num belo gol. Mas o conserto do Ajax se confirmou: o campeão estreou com vitória.
Cambuur 0x2 Excelsior (sábado, 6 de agosto)
Azarkan (10′), Baas (44′)
Eficiência. Foi a grande qualidade, que permitiu ao Excelsior marcar a primeira partida de sua volta à Eredivisie após quatro anos com uma grande vitória fora de casa. Afinal de contas, foi o Cambuur que teve mais a bola desde o começo, que teve mais a bola, que criou mais chances (com Jamie Jacobs, Mitchel Paulissen, Mees Hoedemakers – Jacobs teve a maior delas, bem defendida à queima-roupa pelo goleiro Stijn van Gassel). Todavia… um rápido contra-ataque após escanteio do Cambuur, Couhaib Driouech cruzou, e Marouan Azarkan fez 1 a 0. No final do primeiro tempo, Siebe Horemans cruzou em outro contragolpe, e Julian Baas finalizou: 2 a 0. E na etapa final, Van Gassel fez boas defesas, garantindo uma vitória inesperada e notável dos visitantes de Roterdã.
PSV 4×1 Emmen (sábado, 6 de agosto)
Bakayoko (18′), Kieftenbeld (contra, 26′), Gakpo (38′, 54′) – Romeny (62′)
Nomes como Guus Til foram poupados, para que o PSV não se desgastasse tanto: afinal, vem aí a volta decisiva contra o Monaco-FRA, pela terceira fase preliminar da Liga dos Campeões. Motivos para arrependimento? Nada disso. A começar por alguns jovens, que encaminharam a vitória já no primeiro tempo. O primeiro gol foi exemplo claro disso: meio-campo badalado (talvez até demais), Xavi Simons acelerou contra-ataque, passando para a finalização de Johan Bakayoko, um dos mais promissores nomes da base do time de Eindhoven. Mesmo se os Boeren faziam pouco, a frágil defesa do Emmen se atrapalhava sozinha – como ficou claro no lance do segundo gol, até cômico: Philipp Max mandou a bola para a área, de falta, um zagueiro desviou, o goleiro Eric Oelschlägel rebateu, Maikel Kieftenbeld tentou afastar a bola – que já tinha entrado – mas a colocou de vez nas redes. E de resto, Cody Gakpo cuidou: na sua melhor jogada, o avanço pela esquerda com finalização ao chegar à área, o atacante fez dois gols, aumentando o alarido da torcida no Philips Stadion para que ele fique. Nem mesmo o bonito gol de Ole Romeny, que diminuiu a desvantagem para o Emmen (reestreando na Eredivisie), perturbou o bom clima e a boa impressão com que o PSV começou sua campanha. Foi possível até poupar mais jogadores, rumo à partida de terça-feira…
RKC Waalwijk 2×2 Utrecht (sábado, 6 de agosto)
Van den Buijs (15′), Bel Hassani (44′) – Dost (52′, 85′)
A partida em Waalwijk começou com duas equipes cautelosas: cinco homens na defesa, pensando em aproveitar as chances certas para saírem em vantagem. O RKC Waalwijk deu aula de eficiência, nesse sentido, no primeiro tempo. Um chute de Dario van den Buijs, após escanteio, 1 a 0; outro chute, de Iliass Bel Hassani, até de distância maior, bola no canto, 2 a 0. Aí, o Utrecht decidiu usar sua alternativa previsível para sair da enrascada: o recém-chegado Bas Dost, atacante de referência por excelência. Apenas sete minutos passados da etapa final, um chute de longe, o goleiro Etiënne Vaessen falhou e cedeu o rebote, e Dost fez o que dele se esperava: 2 a 1. Bastou para que toda a torcida do Utrecht gritasse: “Alle ballen op Bassie” (“Todas as bolas para Bas”), pedindo que Dost fosse o que melhor é em sua carreira: o homem-gol. Demorou, mas ele foi: a cinco minutos do fim, foi de Bas Dost o empate. E ele já começou a mostrar o valor que tem para os Utregs.
Groningen 2×2 Volendam (domingo, 7 de agosto)
Ngonge (2′), Strand Larsen (34′) – Van Mieghem (38′), Benamar (69′)
Para o Volendam, de volta à primeira divisão após 13 anos, o começo foi o pior possível: após dois minutos, Carel Eiting (meia estreante) perdeu a bola, e Cyril Ngonge aproveitou para fazer 1 a 0 num chute de longe. Mais algum tempo, e Jorgen Strand Larsen comprovou porque o Groningen não quer vendê-lo (há propostas de Bologna-ITA e Middlesbrough-ING), fazendo 2 a 0 ao completar cruzamento de Ngonge. Mas ainda antes do intervalo, Daryl van Mieghem começou a abrir o caminho, ao tocar na saída do goleiro Michael Verrips para diminuir. Logo depois, o técnico Wim Jonk fez uma alteração no Volendam, colocando Henk Veerman como uma referência no ataque. E os Volendammers reagiram no segundo tempo, atacando mais, mandando uma bola na trave (Van Mieghem, de novo), até o empate: Benaissa Benamar completou escanteio de cabeça, e o zagueiro Neraysho Kasanwirjo tentou tirar a bola, mas ela já tinha entrado. E em que pesassem ótimas chances – Laros Duarte pelo Groningen, Lequincio Zeefuik pelo Volendam -, ficou no placar o empate, mostra do elogiável espírito de reação do time laranja.
Vitesse 2×5 Feyenoord (domingo, 7 de agosto)
Manhoef (19′), Frederiksen (57′) – Walemark (31′), Danilo (41′, 69′), Dilrosun (60′), Geertruida (65′)
Vindo de muitas perdas na janela de transferência – Tyrell Malacia, Guus Til, Cyriel Dessers, Luis Sinisterra -, já amargando outra perda que vem (o zagueiro Marcos Senesi, rumando para o Bournemouth-ING), o Feyenoord começou hesitante. E o Vitesse aproveitou, pressionando (houve até chute do meio do campo, do zagueiro português Fernando “Ferro”) até conseguir abrir o placar, num chute de Million Manhoef. Parecia se abrir o caminho para uma dura derrota. Coube ao ataque do Stadionclub inverter esse destino, ainda no primeiro tempo. Primeiro, numa rápida inversão de jogo, Danilo deixou Patrik Walemark na cara do gol, e o sueco empatou; dez minutos depois, o próprio Danilo virou o jogo, em cabeceio. O Vites ainda aproveitou uma falha da defesa Feyenoorder para empatar, com Nikolai Baden Frederiksen – houve suspeita de impedimento, mas o VAR a afastou. Só que poucas coisas poderiam servir mais para reanimar o Feyenoord do que o belíssimo gol de Javairô Dilrosun, três minutos depois, recolocando os visitantes na frente – chute quase sem ângulo, encobrindo o goleiro Jeroen Houwen. Poucos minutos depois, Lutsharel Geertruida avançou da defesa e fez o quarto gol. E quando Danilo aproveitou a falha de Houwen na saída de bola para fazer seu segundo gol no jogo, o 5 a 2 da vitória, já estava claro: o Feyenoord estará muito vivo nesta temporada.
NEC 0x1 Twente (domingo, 7 de agosto)
Steijn (90′ + 1)
Durante boa parte dos 90 minutos em Nijmegen, as emoções foram poucas. Mas os cinco minutos finais serviram para mostrar a importância de gente que faz a diferença num time. Pelo menos, a favor do Twente. Na defesa, o goleiro Lars Unnerstall: aos 85′, ele fez grande defesa em chute de Elayis Tavsan, impedindo o 1 a 0 do NEC (que já tiveram grande chance no 1º tempo, com Pedro Marques). No ataque, nos acréscimos, Sem Steijn – vindo a campo no intervalo – recebeu bola alta de Joshua Brenet e completou, para o 1 a 0 dos visitantes de Enschede.
AZ 2×0 Go Ahead Eagles (domingo, 7 de agosto)
Pavlidis (70′), Van Brederode (85′)
Ao mesmo tempo em que havia certa preservação – afinal, vem aí a volta contra o Dundee United escocês, na terceira fase preliminar da Conference League -, o AZ precisava de alguma melhora, após o mau desempenho na partida de ida, quinta passada (derrota, 1 a 0). Não mostrou – pelo menos, durante boa parte dos 90 minutos. No primeiro tempo, apenas um chute de Dani de Wit, rebatido pelo goleiro Jeffrey de Lange; no segundo, um cabeceio de Vangelis Pavlidis – sem contar o susto do Go Ahead Eagles, num cabeceio do zagueiro Bas Kuipers. Até que, aos 70′, Pavlidis completou um cruzamento de Aslak Fonn Witry, para fazer 1 a 0. De certa forma, era um alívio para o AZ. Ampliado quando Dani de Wit teve uma cotovelada involuntária no zagueiro José Fontán punida apenas com cartão amarelo, mesmo após revisão do VAR. E consolidado quando Myron van Brederode, estreante nos titulares, fez o 2 a 0 que ameniza um pouco a pressão sobre o AZ.