Mercado inteligente e projeto ambicioso, Monza pode surpreender

Se preparando para jogar pela primeira vez a Serie A da Itália, o Monza está vivendo uma fascinante aventura. Após ter disputado 40 edições da Serie B e batido na trave em algumas oportunidades, os lombardos finalmente conseguiram o sonhado acesso e querem surpreender positivamente com um ambicioso projeto liderado pelos quase inseparáveis Silvio Berlusconi e Adriano Galliani.

Dono do Milan por mais de três décadas, o ex-primeiro-ministro da Itália vendeu o clube rossonero em 2017 para o empresário chinês Li Yonghong. Cerca de um ano depois, Berlusconi voltou ao mundo do futebol após ter adquirido 100% das ações do Monza, que pertencia à família Colombo. A chegada do político de 85 anos de idade inaugurou uma nova era para o time biancorosso.

Um dos principais objetivos da nova gestão para a estreia do Monza na elite do futebol italiano é apresentar ao público o modesto clube. A tentativa de concretizar esta tarefa vem passando por um movimentado, mas inteligente, mercado de transferências, já que os lombardos não se deram bem em campeonatos passados em virtude de algumas apostas erradas, como Mario Balotelli e Kevin-Prince Boateng, por exemplo.

Após gastar quase 20 milhões de euros para conseguir – sem sucesso – chegar na Serie A, o Monza resolveu mudar a estratégia na temporada passada e começou a favorecer jovens jogadores, assim como algumas peças familiarizadas com a acirrada disputa da segunda divisão. Sob a liderança do técnico Giovanni Stroppa, a química deu certo e os torcedores da equipe foram recompensados com o acesso.

Alguns atletas da histórica campanha na Serie B deverão ser reaproveitados na elite, como Christian Gytkjaer, Carlos Augusto e Luca Caldirola, mas a diretoria monzese quer oferecer ao comandante uma força de trabalho capaz de se manter o maior tempo possível na principal divisão do futebol da Itália. O último reforço apresentado pelo time foi o atacante Gianluca Caprari, que estava no Hellas Verona, e marcou 12 gols com a camisa gialloblù.

Para o setor defensivo, o Monza se reforçou com dois jogadores que realizaram uma positiva temporada pelo rebaixado Cagliari: o seguro goleiro Alessio Cragno e o jovem zagueiro Andrea Carboni. Já com o objetivo de oferecer mais experiência, os biancorossi contrataram Andrea Ranocchia, que não teve seu contrato renovado pela Inter de Milão. Por fim, o promissor lateral-direito Samuele Birindelli, do Pisa, desembarcou na Lombardia.

No meio de campo, a chegada mais impactante foi a de Matteo Pessina, da Atalanta, que é natural de Monza e foi revelado pelo clube. Campeão da Eurocopa pela seleção italiana em 2021, o jogador será o capitão e um dos principais líderes do plantel monzese. Para acompanhá-lo, a equipe de Berlusconi preencheu o setor com as chegadas do experiente Stefano Sensi, da Internazionale, e de Filippo Ranocchia, da Juventus.

Com os dezenas de milhões de euros investidos na atual janela de transferências, o Monza mostrou mais eficácia e jogo de cintura do que os recém-promovidos Lecce e Cremonese. Os nomes que o clube contratou o colocam em um patamar diferente, cuja a possibilidade de permanecer na elite é bastante palpável.

Berlusconi é um homem extremamente ambicioso e não quer ver em hipótese alguma o seu querido Monza naufragar nas águas da Serie A. Alguns jogadores de alto nível estão sendo cogitados para ingressar no projeto, como Mauro Icardi, Jason Denayer e até mesmo o lateral brasileiro Marcelo.

O Monza está funcionando a pleno vapor e não descartaria as chances de o clube italiano surgir com algumas surpresas em um futuro próximo.