Após ter passado pelo futebol dos Emirados Árabes Unidos, da Austrália e da Inglaterra, o ex-defensor Gabriele Cioffi vem aproveitando a nova oportunidade que ganhou na Itália. O técnico fiorentino possui uma trajetória bastante incomum, mas conseguiu melhorar os desempenhos da Udinese, que sonha em ficar entre os 10 primeiros colocados da Serie A depois de longos anos.
Antes de virar treinador, Cioffi teve uma discreta carreira como jogador. Na única temporada que disputou a principal divisão do Campeonato Italiano, o ex-defensor entrou em campo 18 vezes pelo Torino em 2006/07 e marcou um gol. Além de algumas experiências na Serie C, o ex-atleta jogou a Serie B por Mantova, Ascoli e Albinoleffe.
Cioffi concluiu sua carreira de jogador em 2012 pelo Carpi, mas poucos dias depois foi confirmado como auxiliar-técnico de Daniele Tacchini no clube biancorosso. Após ser repentinamente despedido ao levar a equipe da Emilia-Romagna para uma surpreendente quarta colocação na terceira divisão, o ex-zagueiro assumiu a função de treinador do Gavorrano no ano seguinte, mas sua passagem durou muito pouco por problemas com a diretoria.
O italiano passou a viver na Austrália e começou a se dedicar ao futebol juvenil, tanto que trabalhou nas categorias de base do Eastern United, da cidade de Adelaide. Depois disso, Cioffi teve breves passagens por Aston Villa e Südtirol. Em 2016, ele aceitou uma proposta do Al-Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, para ser auxiliar do holandês Henk ten Cate.
A boa passagem de Cioffi na equipe asiática chamou atenção do Birmingham, que o contratou para ser colaborador do ex-atacante Gianfranco Zola. Após sua demissão em solo britânico, o ex-zagueiro decidiu retornou a Abu Dhabi para trabalhar como assistente no Al Dhafra. Em 2018, o italiano assumiu o comando técnico do Crawley Town e salvou o clube do rebaixamento na quarta divisão da Inglaterra, mas foi despedido na temporada seguinte.
Cioffi desembarcou em Údine no mês de setembro de 2020 para ser novamente auxiliar, mas desta vez de Luca Gotti, que havia sido promovido alguns meses atrás para liderar a Udinese no lugar do croata Igor Tudor. Depois de duas temporadas, o ex-comandante da seleção italiana sub-17 foi demitido ao deixar os bianconeri em situação delicada na tabela. Cioffi, por sua vez, foi chamado pela diretoria friuliana para assumir interinamente o cargo.
“Quando eles demitiram Gotti e ofereceram o cargo para mim, que era seu auxiliar, conversei com ele. Expliquei que não esperava e que iria aceitar a oferta da Udinese. Como um cavalheiro que Gotti é, ele me desejou boa sorte e acho que acabou entendendo“, disse Cioffi.
Apesar da pouca experiência e de alguns deslizes pelo caminho, Cioffi causou um ótimo impacto no plantel da Udinese e trouxe bons pontos ao clube friuliano, como os resultados úteis diante de Milan, Roma, Lazio e Fiorentina. Em 18 partidas na Serie A, o ex-zagueiro conseguiu oito vitórias, seis empates e seis derrotas. O novo comandante deu uma identidade tática ao plantel que havia sido perdida há muito tempo pelo pragmatismo de Gotti.
Faltando três rodadas para o fim do campeonato, Cioffi tem a possibilidade de deixar a Udinese entre as 10 primeiras colocadas da Serie A, coisa que não acontece desde a temporada 2012/13, quando a equipe de Francesco Guidolin ficou em quinto lugar. Na época, os bianconeri tinham em seu elenco Antonio Di Natale, Luis Muriel, Allan e Danilo.
Atualmente, a Udinese ocupa a 12ª colocação, com 43 pontos, quatro abaixo do Torino, que abre a zona dos 10 primeiros posicionados da Serie A. Os três últimos compromissos dos bianconeri na liga italiana serão contra Sassuolo, Spezia e Salernitana.
Embora ainda seja um comandante interino, Cioffi poderá garantir sua permanência na Udinese em virtude dos convincentes resultados conquistados na atual temporada. Aos 46 anos de idade e depois de passar por um mercado alternativo do futebol, o técnico fiorentino vive a melhor fase da sua carreira e quer mantê-la por mais tempo.
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— Udinese Calcio (@Udinese_1896) April 29, 2022