Fiorentina é letal diante do Napoli e Arthur Cabral desencanta

A temporada 2021/22 da Serie A está impressionante, com cada jogo de tirar o fôlego do torcedor. É mandante que perde jogo em que é favorito e visitantes indigestos acabando com a festa do torcedor. Hoje não foi diferente! Se na Copa Itália a Fiorentina foi espetacular diante do Napoli, neste domingo não foi diferente. O cenário era todo propício para os donos da casa, com o estádio Diego Armando Maradona lotado e o time sonhando com o Scudetto. Mas no futebol italiano o favorito nem sempre sai melhor e foi assim que aconteceu.

 

Viola surpreende no 1° tempo

Com Anguissa suspenso e Di Lorenzo lesionado, os napolitanos entraram com Lobotka na marcação e Zanioli na lateral enquanto a Viola foi com o que tinha de melhor, jogando no 4-3-3. O brasileiro Arthur Cabral começou a partida como titular.

A partida começou muito quente, com o Napoli pressionando a Fiorentina na saída de bola, com seis jogadores na marcação, forçando o erro do adversário e chegando mais vezes ao ataque. Foram quinze minutos de muita intensidade napolitana. Insigne era muito acionado e o lado esquerdo o principal foco do ataque. Os atletas partenopei perderam muitas oportunidades de gol devido ao preciosismo de sempre procurar um companheiro melhor colocado ao invés de arriscar uma finalização. Já os visitantes deixaram claro que jogariam no contra-ataque usando o veloz atacante Nicolás González como referência nos lançamentos em profundidade.

Após 25 minutos de muita intensidade e nenhuma bola na rede, os comandados de Vicenzo Italiano foram para o ataque cercando o meio-campo do Napoli para forçar o erro do adversário. A estratégia deu certo porque aos 29 minutos, veio o gol da viola. Castrovilli carregou a bola e trabalhou com Saponara e Biraghi no lado esquerdo do ataque. A bola chegou rapidamente na área do Napoli e Nicolás González se aproveitou da brecha que Rrahmani deu e apareceu sozinho praticamente na marca do pênalti para abrir o placar, um belo gol do argentino.

A torcida napolitana ficou calada e o time sentiu o golpe e a reação demorou para acontecer. Depois de ter até 58% de posse de bola, os azurri viram a viola terminar a primeira etapa com 54% além de 12 desarmes e 32 disputas de bola vencidas, números que mostram como os visitantes souberam suportar a pressão no começo da partida e pouco a pouco foram impondo um ótimo domínio na partida.

 

Contra-ataque decide a partida

Spalletti mexeu na equipe com a entrada de Lozano, no lugar de Politano logo no retorno do intervalo e na sequência colocando Mertens na vaga de Ruíz. A mudança drástica fez com que Zielinski recusasse para uma posição mais defensiva e Insigne que era ponta passou a ser armador no meio-campo, com Mertens e Lozano nas pontas e Osimhen sozinho como centroavante.

As mudanças deram certo e a reação tão esperada pela torcida veio. Aos 58 minutos, em um belo lançamento no ataque, Osimhen carregou pela ponta e cruzou para Mertens que havia acabado de entrar, bater firme no canto de Terracciano, empatando a partida. O gol trouxe o time de volta para a partida e a torcida também, botando fogo no jogo.

Vendo a reação napolitana e sua equipe sofrendo uma forte pressão, Vicenzo Italiano fez uma mudança fundamental para levar a Fiorentina para a vitória, quando colocou Ikoné no lugar de Saponara. A ideia era renovar a velocidade do time se aproveitando dos espaços que a defesa napolitana deixaria para que o time pudesse tentar a virada. Se Mertens entrou e marcou, com Ikoné não seria diferente. Aos 66 minutos, um repeteco do primeiro gol da Viola. Jogada de contra-ataque na ponta, Saponara cruza para o francês que dominou e diante de Zanoli finalizou entre as pernas do lateral, matando o goleiro Ospina e colocando novamente os visitantes na liderança do placar.

Foi um verdadeiro banho de água fria para os donos da casa. Não havia reação dos jogadores e muito menos da torcida, todos perplexos pela letalidade com que a Fiorentina chegava no ataque. Se os napolitanos sofriam para chegar no gol, os visitantes chegavam com velocidade e com condições de marcar.

Se Osimhen era bem marcado pela defesa da Viola, Arthur Cabral tinha espaço de sobra já que atrás do placar e desestabilizada a defesa do Napoli deu liberdade para o brasileiro que matou a partida aos 72 minutos, ao receber passe de Maleh e dar um lindo drible em Lobotka na entrada da área e finalizar colocado marcando um golaço que pode colocá-lo no time titular. Uma vitória impactante e que traz confiança a um time que tanto oscila no campeonato como a Fiorentina.

Vencendo a partida e com a confiança lá em cima, veio a única falha defensiva da viola. Com 84 minutos, os mandantes diminuíram o placar. O brasileiro Igor Júlio que fazia uma partida perfeita, praticamente anulando Osimhen, falhou no segundo gol partenopei. Lançamento de Mário Rui e o zagueiro brasileiro errou o tempo de bola, permitindo que o nigeriano e camisa 9 dominasse e finalizasse de voleio no ângulo, outro golaço na partida. Foi um gol só para finalizar o espetáculo que foi a partida, já que o Napoli não teve tempo para buscar o empate, sofrendo uma derrota doída e inesperada que pode deixar o Scudetto ainda mais longe do Sul italiano.

Um time como o Napoli, brigando pelo título não pode perder jogos como o de hoje, principalmente em uma reta final de campeonato. A impressão que fica é que quando o favoritismo é de Milan e Inter, os napolitanos surpreendem como fizeram na rodada passada diante da Atalanta. Mas quando os holofotes voltam para a equipe partenopea, uma pressão insuportável chega aos jogadores que acabam frustando a torcida. Da mesma forma acontece com a Fiorentina que já foi apelidada de “Robin Hood” por tirar pontos dos times de cima da tabela mas perder jogos para equipes que brigam contra o rebaixamento.

Para os napolitanos resta torcer para que Milan e Inter tropecem e que venha uma vitória contra a Roma no famoso “Derby dell Sole” para que novamente a confiança volte aos jogadores. Enquanto para a viola, atual sétima colocada, está a nove pontos e um jogo a menos da Juventus, quarta colocada e por enquanto, se classificando para a Liga dos Campeões, além de quatro pontos da Roma, momentaneamente na Liga Europa.

Restam sete rodadas para o término da Serie A e muita coisa está em jogo, como o título, vaga nas competições europeias e o tão temido rebaixamento. Qualquer aposta seria arriscada em uma liga tão equilibrada e emocionante como a Italiana.