Napoli brilha em Bérgamo e sonho do Scudetto segue vivo

Após 15 dias sem futebol italiano, enfim a Serie A voltou com tudo. Faltando menos de dez rodadas para o término, três times seguem sonhando e lutando bravamente pelo Scudetto. Não importa qual rodada seja, sempre os torcedores são brindados com jogos disputados. Nesta 31° rodada não foi diferente. Atalanta e Napoli protagonizaram um duelo importantíssimo para o futuro da competição.

Enquanto os napolitanos entregam em campo para manter o sonho do título, os bergamaschi jogavam pela vaga na Liga nos Campeões. Com desfalques importantes em ambos os times, como Toloi pela Atalanta e Osimhen e Di Lorenzo pelo Napoli, as equipes não estavam com tudo o que tem de melhor a disposição.

Napoli surpreende no primeiro tempo

Com Mertens de titular e o jovem Zanoli na lateral, os partenopei apostaram na velocidade contra o famoso controle de bola e ofensividade dos nerazzurri. A partida começou muito intensa, com os donos da casa ditando o ritmo da partida, com o objetivo de abrir o placar rapidamente. Luciano Spalletti armou a equipe napolitana para contra-atacar os mandantes, deixando dois volantes de bom passe como Anguissa e Lobotka na marcação no meio-campo e quatro jogadores ofensivos como Zielinski, Politano, Insigne e Mertens.

Depois de segurar a Atalanta nos primeiros dez minutos, enfim sobraram espaços para o Napoli jogar. Sabendo que Mertens é um atacante de boa visão de jogo, Zielinski fez lançamento rápido para o belga aos 12 minutos, que frente a frente com o goleiro Musso, sofreu pênalti marcado pelo VAR. Lorenzo Insigne bateu bem a abriu o placar da partida. Foi a décima primeira penalidade do Napoli na Serie A. Além disso, Insigne acertou todas as últimas cinco cobranças depois de ter errado quatro em seis.

O gol mexeu muito com a Atalanta que ficou perdida em campo, deixando os visitantes bem a vontade para jogar um bom futebol. Mario Rui, sempre contestado, fez um ótimo jogo, apoiando bem a defesa e realizando boas tabelas com Insigne no ataque. Com oito jogadores recuados quando o time era atacado e três livres para o contra-ataque, os donos da casa não conseguiam criar oportunidades.

Pouco a pouco a defesa da Atalanta foi se abrindo e a marcação pressão não surtia efeito, obrigando os jogadores a cometerem muitas faltas. Aos 37 minutos, em uma falta na entrada da área veio o segundo gol partenopei. Em uma bela jogada ensaiada, Insigne cruzou para Politano que sozinho ampliou o placar.

Os números da primeira etapa mostram com a Atalanta não soube aproveitar a posse de bola de 53%, as 11 finalizações em que apenas uma ofereceu real perigo a Ospina e muito menos os seis escanteios que não foram bem aproveitados pelo time.

Napoli sofre mas mata o jogo

Com a vantagem de dois gols, era óbvio que os napolitanos iriam recuar e a Atalanta teria mais posse de bola e possibilidades de criar mais chances de gols. A partida ficou aberta e Ospina apareceu em diversos momentos. A defesa partenopea estava bem fechada e a única saída para os bergamaschi eram as bolas na área. E na base do “chuveirinho” veio o gol nerazzurri. Aos 58 minutos, Miranchuk levantou bola na área e Marten de Room diminuiu o placar. Foi o oitavo gol do holandês de onze na história da liga anotado no segundo tempo, mostrando a importância do meio-campo para a reação da Dea. Já Miranchuk realizou sua quinta assistência no campeonato.

Como de costume ao longo da temporada, os azurri sentiram o gol e sofreram uma pressão ainda maior, permitindo que a Atalanta tivesse 60% de posse de bola e terminasse a partida com 19 finalizações. Vendo sua equipe sofrer com as investidas nerazzurri, Spalletti mexeu no time renovando a velocidade do time com as entradas de Lozano, Elmas e Fabián Ruiz nos lugares de Insigne, Politano e Zielinski. A ideia era usar Lozano como uma “válvula de escape” para os contra-ataques do Napoli com Elmas vindo de trás e Ruíz ampliando a marcação no meio-campo.

As mudanças trouxeram um novo gás ao Napoli e a pressão dos donos da casa foi diminuindo minuto a minuto e os contra-ataques foram surgindo. O ânimo dos jogadores bergamaschi diminuiu como se os atletas estivessem jogando a toalha e focando suas forças na Liga Europa.

Sentindo o jogo fluir e usando a velocidade veio o tiro de misericórdia napolitano. Aos 81 minutos, Koulibaly lançou Lozano na direita. O mexicano carregou a bola no centro do ataque e tocou para Elmas que teve todo o espaço e calma para dominar na entrada da área e tocar no canto esquerdo de Musso.

O gol mostra como o futebol tático muitas vezes pode ser mais eficiente do que o ofensivo praticado pela Atalanta. Afinal os mandantes finalizaram muito, tiveram um volume de jogo altíssimo, sufocando em muitos momentos o Napoli, mas nunca a ponto de criar oportunidades claríssimas como fez os visitantes.

Vitória fundamental

A vitória deixa o Napoli na liderança provisória, já que o Milan recebe o Bologna nesta segunda. Um triunfo rossoneri abre novamente três pontos de vantagem contra os Partenopei.

Vencer a Atalanta em Bérgamo não é fácil e o que mais agrada os torcedores é a calma com que os napolitanos construíram a vitória. Usando os momentos certos em que a defesa Nerazzurri deixou espaço e aproveitando cada oportunidade criada. Spalletti utilizou a pausa no campeonato para organizar o time e mudar a postura tática de diversos jogadores como Mario Rui e Lozano, ambos jogadores com mais baixos do que altos no time. Elmas é o décimo segundo jogador do time e Mertens provou que merece mais oportunidades.

Para a Atalanta restam sete rodadas para sonhar com a Liga dos Campeões mas pelo o que mostrou contra o Napoli, está totalmente focada na Liga Europa e no duelo diante do Leipzig.

A cada rodada que passa mais emocionante o campeonato fica. É impossível apontar um favorito pois Milan, Napoli e Inter tem totais chances de conquistar o título. São os times mais fortes e que ofensivamente oferecem grande perigo aos adversários. É inegável que com o elenco completo e apoio da torcida os napolitanos podem sonhar com o Scudetto que não vem a 32 anos para o Sul da Itália.

Agora é focar nos duelos contra Fiorentina e Roma, em casa. São partidas dificílimas mas que podem determinar se o time vai ou não segurar a pressão de tantos anos sem títulos da Serie A.