A Seleção é muito competitiva e está praticamente definida. Basta você enxergar e apreciar!

O Brasil teve mais uma grande exibição nesta noite de quinta-feira, 24 de março. Contra o Chile, no Maracanã lotado, a equipe de Tite atropelou o adversário sul-americano e venceu por 4 a 0 de forma incontestável. O curioso da partida é que era apenas mais um jogo para a Seleção, visto que os brasileiros já estão classificados para a Copa do Mundo, enquanto era um jogo crucial para os chilenos. De todo jeito, o Brasil passou por cima.

Os gols de Neymar, Vinicius Júnior, Coutinho e Richarlison construíram mais um grande resultado de uma seleção que sobrou nas Eliminatórias da América do Sul. Com 13 vitórias e três empates em 16 partidas, o Brasil está próximo de alcançar o recorde de pontos, mesmo devendo a partida contra a Argentina

Antes de enaltecer a Seleção Brasileira, é importante ressaltar o desnível na competição? Com certeza. O futebol sul-americano passa longe de apresentar o melhor nível e as dificuldades que as seleções latinas apresentaram na última Copa do Mundo, por exemplo, evidenciam a preocupação legítima dos brasileiros.

No entanto, não é possível, por uma razão geográfica, ver o Brasil disputando contra outros adversários. Além disso, é necessário dizer que as Eliminatórias da América do Sul são até mais atrativas que a competição europeia que garante vaga ao mundial. 

E em meio a toda esta discussão, as atuações da seleção verde e amarela chamam a atenção. Depois de iniciar o ciclo para a Copa de 2022 com um futebol bem cadenciado, mas com uma defesa segura, o Brasil evoluiu e está envolvente, principalmente com as novidades no ataque.

Em resumo, a Seleção é muito competitiva e está praticamente definida. Basta você enxergar e apreciar!

Compete demais

Foram 16 jogos nas Eliminatórias e o time venceu 13 vezes. Nestas 16 partidas, a equipe marcou 36 gols – média de 2,25 gols por jogo – e sofreu apenas cinco tentos – média de 0,31 por partida. Depois de sofrer dois gols contra o Peru, logo na segunda rodada, o time de Tite encarou todos os adversários, fez 14 partidas e sofreu três tentos – Colômbia, Equador e Venezuela marcaram uma vez cada. 

Estes números espetaculares deixam claro quão dominante o time de Tite é dentro do cenário sul-americano desde o início das Eliminatórias e a grande característica é como este time compete. Mesmo sem ter a essência de muitas brigas e discussões como Chile e Uruguai, por exemplo, o Brasil carrega consigo uma enorme determinação que faz o time ser muito consistente.

A defesa foi o primeiro ponto organizado por Tite desde a sua chegada e não foi um problema no pós-Copa, ou seja, depois de 2018. Com jogadores como Alisson, Casemiro, Marquinhos e Thiago Silva como unanimidades, o Brasil é quase intransponível. 

Além da organização defensiva, a forma competitiva que impressiona é vista até mesmo na marcação alta. Se for bem executada, o Brasil pode evitar que o adversário prossiga ataques com uma simples pressão no campo adversário. Portanto, além de uma defesa muito bem montada, a forma que a Seleção compete no campo de ataque, sem a bola, é crucial para organizar uma equipe muito competitiva.

Competir não significa vencer, mas um time tem muita dificuldade de se tornar vencedor sem ser competitivo, ainda mais em uma Copa do Mundo. O Brasil tem um grande objetivo – o hexa – e, pelo menos, irá competir. Isso é evidente. Basta enxergar. 

Praticamente definido

Uma ótima notícia para os brasileiros é que existem poucas dúvidas acerca do time titular, mesmo existindo disputas dentro dos convocados. A Seleção Brasileira entrou no ano da Copa do Mundo, já em 2022, com um time praticamente definido e com poucas dúvidas, principalmente no onze inicial. Em um torneio de um nível tão alto, como o mundial de seleções, mas com pouquíssimo tempo para treinar, chegar com um esquadrão definido é crucial.

Atualmente, o Brasil conta com pouquíssimos questionamentos no time titular. No gol, Alisson deve ser o titular, mas ainda há uma briga justa com Ederson. Já na defesa, Danilo, Marquinhos e Thiago Silva devem ser titulares no Qatar, enquanto a única vaga aberta na defesa está na lateral-esquerda. Guilherme Arana foi muito bem contra o Chile e ganhou moral, mas Alex Telles, Alex Sandro e até mesmo Renan Lodi brigam por uma vaga na Copa do Mundo e no time titular.

Já a partir do meio-campo, o Brasil tem uma cara, uma estratégia de jogo e, dificilmente, contará com alterações. E isso é ótimo para o entrosamento da Seleção Brasileira. A dupla de volante deve ser formada por Casemiro e Fred, tendo os ótimos Fabinho e Bruno Guimarães à disposição. Pelo meio, Lucas Paquetá e Neymar possuem a interessante função de armar, além destes jogadores serem as referências do ataque. O entrosamento entre eles é crucial para a equipe de Tite.

Por fim, a única dúvida ofensiva do treinador tende a ser o ponta-direita. Com Raphinha e Antony em ótima fase – Raphinha ficou fora desta data FIFA porque contraiu COVID-19 -, Tite não sabe qual ponta canhoto jogará pela direita, mas é certo que um deles será titular e o outro será o 12º jogador. Já pela esquerda, Vinícius Júnior se consolidou como a escolha certa para a ponta e até marcou o seu primeiro gol pela seleção principal contra o Chile.

De 11 titulares, oito já estão definidos e existem apenas três dúvidas. Uma ótima notícia para o brasileiro.

Enfim…

O Brasil tem uma ótima safra de jogadores. O torcedor mais crítico pode até alegar que não é a melhor geração de gênios e está certo, visto que a Seleção não conta com tantos craques como teve em 1970 e em 2002. No entanto, o futebol mudou e para o atual cenário mundial, o Brasil é um dos favoritos ao título da Copa do Mundo do Qatar, estando ao lado da França como os grandes postulantes.

A forma com que o Brasil compete chama a atenção já que a equipe de Tite é constante. A regularidade, principalmente vista na defesa, deixa claro que a equipe está preparado para diversas situações na próxima Copa do Mundo

É claro que enfrentar europeus no mata-mata não representa tranquilidade para o Brasil, principalmente ao olhar o retrospecto desde 2006. Todavia, trata-se de uma seleção melhor preparada que encontrará um cenário internacional estranho, já que, por exemplo, a atual campeã da Eurocopa, a Itália, sequer estará no mundial.

A Copa do Mundo trará surpresas. Isso é certo. Porém, outra certeza é que o Brasil pode dar trabalho no Qatar. A Seleção é muito competitiva e tem um time praticamente definido. Basta você enxergar e apreciar!