Vitesse 0x1 Sparta Rotterdam (sexta-feira, 4 de março) – jogo interrompido
Dalmau (5′)
Nome do jogo: Maduka Okoye (Sparta Rotterdam)
Antes mesmo do começo, foram os jogadores das duas equipes (titulares e reservas), mais o trio de arbitragem, formando um “V” humano, para desejar paz, em relação aos conflitos entre Rússia e Ucrânia. No começo, foi o Sparta Rotterdam fazendo 1 a 0 rapidamente: Adrián Dalmau aproveitou rebote de uma jogada que ele mesmo finalizara originalmente. No decorrer do jogo, foi Maduka Okoye: o goleiro nigeriano pegou tudo que os jogadores do Vitesse chutaram para cima dele. Primeiro, chutes de Loïs Openda e Toni Domgjoni, ainda na etapa inicial; depois, no segundo tempo, até um pênalti, aos 63′, sofrido por Thomas Buitink e cobrado por Openda. Mas no fim, foi o ato lamentável: já nos acréscimos do segundo tempo, torcedores do Vitesse atiraram sinalizadores e latas contra a meta de Okoye, até atingindo levemente o goleiro. De quebra, alguns deles invadiram o campo. Bastou para o juiz Marc Nagtegaal interromper o jogo, com os 22 em campo voltando aos vestiários. Os do Sparta não quiseram voltar. E a partida foi interrompida após meia hora. O que ocorrerá? Vitória do Sparta confirmada? Volta a campo só para os acréscimos? Decisão, só na reunião da comissão de justiça da federação, nesta semana. E pensar que a partida começara com um “V” pedindo paz…
Willem II 0x0 Heerenveen (sábado, 5 de março)
Nome do jogo: Erwin Mulder (Heerenveen)
Eram os dois piores clubes do campeonato em 2022, começando a sentir a ameaça das últimas posições… e o Willem II, mandante e mais desesperado (em 15º lugar, uma posição acima da zona de repescagem/rebaixamento), tentou mais o ataque. No primeiro tempo, com Jizz Hornkamp, Dries Saddiki, um chute de Gorkem Saglam bem no ângulo… em todas elas, a equipe tricolor parou nas mãos do goleiro Erwin Mulder (que fez defesa especialmente impressionante no chute de Saglam). No segundo tempo, com entradas como as de Anthony Musaba e tentativas como as de Tibor Halilovic, até que o Heerenveen melhorou na busca pelo gol. Mas os Tilburgers seguiram mais perto dele. Só que o placar terminou como começou. E a situação dos dois times segue a mesma: preocupante.
Go Ahead Eagles 1×1 Utrecht (sábado, 5 de março)
Brouwers (33′) – Sylla (76′)
Nome do jogo: Luuk Brouwers (Go Ahead Eagles)
O Go Ahead Eagles terminaria uma semana exigente e honrosa: primeiro com a vitória sobre o Ajax (Eredivisie), depois com a tentativa contra o PSV, na semifinal da Copa da Holanda (esta, o PSV venceu, de virada). E foi o de sempre: o time de Deventer se protegendo na defesa, o Utrecht tentando mais o gol. Numa tentativa de Moussa Sylla, o goleiro Andries Noppert ainda evitou; numa segunda, de Bart Ramselaar, só a trave impediu. De novo, o time da casa precisaria de eficiência, para aproveitar uma chance de abrir o placar. Conseguiu, de novo, numa bela jogada de Brouwers: o meio-campista driblou Django Warmerdam e Mark van der Maarel antes de finalizar e fazer 1 a 0. Estava próxima outra surpresa para as Águias, e o Utrecht precisaria se esforçar demais. Além do campo, teria de superar a própria torcida também: adeptos visitantes jogaram fogos de artifício no gramado, e o juiz Danny Makkelie interrompeu a partida por alguns minutos, em outro problema lamentado na rodada. Mas o Utrecht, enfim, conseguiu o empate, na reta final: Sylla aproveitou o rebote de um próprio chute. No fim das contas, o empate ficou razoável para ambos: Utrecht bem posicionado na disputa pela repescagem para a Conference League, Go Ahead Eagles seguro no meio da tabela.
Feyenoord 1×1 Groningen (sábado, 5 de março)
Dessers (71′) – De Leeuw (23′)
Nome do jogo: Cyriel Dessers (Feyenoord)
O Groningen deixou claro desde o princípio do jogo em Roterdã: ficaria na defesa, se protegendo – mas apostando em rápidos contra-ataques para pegar o Feyenoord desprevenido. Da primeira vez, na chegada de Paulos Abraham pela esquerda, o goleiro Justin Bijlow ainda pegou; na segunda, 1 a 0 – cruzamento de Bjorn Meijer, e Michael de Leeuw, de carrinho, finalizou para as redes. Era o que os Groningers queriam. Porque, aí, o time da casa teria de se esforçar (e se enervar, até), diante de uma defesa muito bem fechada. Já começou a acontecer no primeiro tempo – aos 40′, Bryan Linssen chutou, o goleiro Peter Leeuwenburgh rebateu, Guus Til tentou aproveitar a sobra, mas aí o zagueiro Bart van Hintum bloqueou na pequena área. E na etapa final, continuaram as tentativas infrutíferas do Feyenoord. Até Cyriel Dessers, já acostumado a salvar o Stadionclub, vir a campo. O Groningen, cada vez mais acuado na área de defesa, afinal capitulou graças a Dessers: ele cabeceou cruzamento de Fredrik Aursnes, se tornando o reserva a mais ter marcado gols pelo Feyenoord numa só temporada, desde o húngaro József Kiprich (1992/93). Minutos depois, Dessers ainda mandou a bola na trave, de cabeça. E se converteu no ponto positivo de um Feyenoord que sofreu, de novo. E que fica vulnerável ao avanço do AZ, na disputa pela terceira posição.
PSV 3×1 Heracles Almelo (domingo, 6 de março)
Veerman (20′), Zahavi (54′), Gakpo (71′) – Armenteros (69′)
Nome do jogo: Joey Veerman (PSV)
O PSV já começou se impondo diante do Heracles Almelo. Acuou os visitantes em seu campo de defesa, com o meio-campo e o ataque mostrando velocidade e fluidez na troca de posições. Talvez, o grande símbolo disso tenha sido Joey Veerman: o meio-campo recém-chegado teve na partida uma mostra de como já ganhou espaço no clube de Eindhoven – criativo no meio, ajudando muito o trio Mario Götze-Noni Madueke-Eran Zahavi, e finalmente abrindo o placar. O 1 a 0 da etapa inicial era uma vantagem pequena demais, para o tamanho da superioridade do PSV, e esta ficou mais clara com o 2 a 0 de Zahavi, logo no começo do segundo tempo, em triangulação com Götze e Madueke. E logo que o Heracles Almelo ameaçou se engraçar e dificultar o jogo – com o gol de Samuel Armenteros, seu primeiro após a volta aos Heraclieden -, outra triangulação deu o 3 a 1: num rápido contra-ataque, Ibrahim Sangaré lançou, Götze tocou, Cody Gakpo (de volta após lesão no tornozelo) confirmou a vitória. Mais do que isso: confirmou, provavelmente, a melhor atuação do PSV na temporada.
Twente 1×0 Cambuur (domingo, 6 de março)
Pröpper (63′)
Nome do jogo: Robin Pröpper (Twente)
A bem da verdade, o Twente poderia ter encaminhado a vitória já no primeiro tempo. Foram chances de Daan Rots, Julio Pleguezuelo, Michel Vlap… todas elas, frustradas pelo goleiro Sonny Stevens, que vinha se destacando pelo Cambuur. De certa forma, vinha sendo até o nome do jogo. Até os 63′, quando o zagueiro Robin Pröpper completou escanteio com chute forte, e voltou à faceta de “zagueiro goleador”, marcando pela quinta vez no campeonato – e se emocionando na comemoração, ao mostrar a braçadeira de capitão nas cores da bandeira da Ucrânia. Já estabelecido no placar, o domínio do Twente poderia até ter sido mais forte, caso Ricky van Wolfswinkel houvesse convertido o pênalti marcado aos 78′. Van Wolfswinkel acertou a trave. Pelo menos, não fez falta…
Ajax 3×2 RKC Waalwijk (domingo, 6 de março)
Haller (33′, 37′), Tadic (90′) – Kramer (50′), Van der Venne (57′)
Nome do jogo: Dusan Tadic (Ajax)
Por mais que o Ajax mantivesse o domínio massivo e habitual de posse de bola, alguns momentos do RKC Waalwijk (como um chute de Jens Odgaard, ou um cabeceio de Michiel Kramer espalmado por André Onana) sinalizavam: novamente, o time de Amsterdã dava espaços incomuns para os contra-ataques do time de Waalwijk. Mas seu ataque, sempre confiável, compensou, na figura de Sébastien Haller: em quatro minutos, dois gols do marfinense – goleador do campeonato, 17 gols -, Ajax 2 a 0, vitória aparentemente encaminhada. Só aparentemente. Buscando a goleada, os Ajacieden continuaram dando espaços. No começo do segundo tempo, uma falha de Édson Álvarez, e Michiel Kramer aproveitou para diminuir. Pouco depois, a falha foi de Devyne Rensch: Odgaard passou, Richard van der Venne finalizou, 2 a 2. Um jogo que parecia tranquilo ameaçava virar mais um tropeço para o Ajax, que continuava atacando, diante de um RKC Waalwijk dedicado defensivamente. De tanto tentar, uma hora aconteceu: no último minuto, Luuk Wouter derrubou Antony na área. Pênalti, que Dusan Tadic converteu, fazendo o gol que recolocou o Ajax na liderança, dois pontos à frente do PSV. Com mais dificuldade do que se esperava.
NEC 1×3 AZ (domingo, 6 de março)
Rodrigo Guth (44′) – Karlsson (8′, 70′), Evjen (76′)
Nome do jogo: Jesper Karlsson (AZ)
Qualquer abatimento que o AZ pudesse ter pelo fim da série invicta de 19 jogos (queda na semifinal da Copa da Holanda, para o Ajax, no meio de semana) passou rapidamente no jogo em Nijmegen. Bastou Jesper Karlsson aparecer, para sinalizar outra ótima atuação. Começando com o 1 a 0 que fez, em grande estilo, dominando a bola com o peito após cruzamento de Dani de Wit e finalizando de primeira. Em vantagem, os visitantes de Alkmaar dominaram boa parte do primeiro tempo. Até, quase, o intervalo. Foi quando o ítalo-brasileiro Rodrigo Guth empatou, de cabeça. Foi a senha: no começo da etapa complementar, o NEC pressionou bem mais, quase virando o jogo com Souffian El Karouani. Mas perdeu as chances. Algo imperdoável, diante de um AZ bem organizado – e com Karlsson sempre aparecendo. Foi o que o sueco fez, aos 70′, recolocando os Alkmaarders na frente com chute forte. E o gol de Hakon Evjen, aproveitando rebote aos 76′, deixou claro que o AZ ainda está animado na temporada. Até porque há uma outra sequência invicta: 13 jogos sem perder na Eredivisie.
Fortuna Sittard 0x1 Zwolle (domingo, 6 de março)
Darfalou (77′)
Nome do jogo: Oussama Darfalou (Zwolle)
Era jogo decisivo nas últimas posições: o lanterna Zwolle contra o Fortuna Sittard, 16º colocado (posição que dá a “segunda chance” via repescagem). Até por isso, a tensão se sobressaiu a qualquer técnica. Principalmente no primeiro tempo, quando só Paul Gladon, num cabeceio, quase colocou o Fortuna Sittard na frente – aliás, o goleiro Kostas Lamprou salvou o Zwolle nos 45 minutos iniciais. Já na etapa final, Darfalou começou a tentar, cabeceando para fora. Pouco depois, Charlison Benschop chegou a balançar as redes, mas foi frustrado: gol anulado por impedimento. E a partida seguia num clima tenso, até as tentativas do Zwolle resultarem: cruzamento de Daishawn Redan, cabeceio de Darfalou, 1 a 0. Sem dúvida, entre os 14 pontos que o Zwolle já ganhou neste ano (ganhara seis em 2021), foram os pontos mais importantes: o time alviazul chegou enfim à 16ª colocação que dá a “segunda chance”. E lá ficará, pelo menos enquanto Vitesse x Sparta Rotterdam não terminar.