Guerra na Ucrânia provoca enxurrada de sanções ao esporte russo

Já duramente impactado pelas punições recebidas em função de um escândalo de doping, o esporte russo vem sofrendo um duro revés por causa da guerra na Ucrânia. Até o momento, federações, clubes e atletas locais de diversas modalidades receberam uma série de sanções de entidades internacionais.

A lista de esportes da Rússia impactados pelas punições é bem longa, que vai do futebol e do atletismo até o rugby. Em uma das medidas mais duras, a Fifa decidiu proibir os russos de disputarem a repescagem das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar. A sanção foi compartilhada com a Uefa e envolve times e seleções de base, feminina e masculina.

O vôlei, um dos esportes mais populares da Rússia, não foi deixado de lado e o país recebeu duríssimas sanções. A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e a Confederação Europeia de Vôlei (CEV) retiraram o Campeonato Mundial masculino da nação, que seria disputado entre os meses de agosto e setembro em 10 cidades russas. Além disso, clubes e seleções não possuem mais autorização de jogarem torneios continentais.

No esqui, outra fortíssima disciplina esportiva da Rússia, a Federação Internacional de Esqui (FIS) excluiu todos os atletas do país europeu de suas competições. A medida, contudo, será válida até o fim da temporada de 2021/22. Ainda nos esportes de inverno, a União Internacional de Patinação (ISU) optou em barrar as presenças de patinadores e árbitros russos dos próximos torneios.

A World Athletics e a World Rugby, entidades máximas do atletismo e do rugby, respectivamente, também foram rígidas ao suspenderem os russos de seus eventos internacionais em função da guerra na Ucrânia.

Outras organizações, no entanto, foram mais tranquilas e permitiram que competidores russos disputem os torneios de suas modalidades, mas com bandeira neutra. A União Ciclística Internacional (UCI), por exemplo, autorizou que ciclistas da Rússia e de Belarus estejam presentes em torneios individuais, mas barrou suas participações em campeonatos por equipes.

As três principais entidades que regem o mundo do tênis (ATP, ITF e WTA), no entanto, decidiram suspender as federações da Rússia e os torneios que seriam disputados na capital Moscou em 2022. Já tenistas russos e bielorrussos receberam sinal verde para competirem, mas não poderão exibir bandeiras do país. Uma decisão muito semelhante foi adotada pela Federação Internacional de Natação (Fina).

Nos esportes motorizados, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) retirou o Grande Prêmio da Rússia de Fórmula 1, em Sóchi, do calendário da temporada de 2022. O piloto Nikita Mazepin, da Haas, poderá seguir competindo na principal categoria do automobilismo mundial, mas as cores da bandeira russa não poderão ser utilizadas pela equipe norte-americana.

Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, a Federação Automobilística Britânica decidiu proibir qualquer piloto russo ou bielorrusso de correr na Grã-Bretanha. Com essa decisão, Mazepin não poderá disputar o GP de Silverstone, que acontecerá no mês de julho.

As Paralimpíadas de Inverno de Pequim, na China, começarão a partir da próxima sexta-feira (4), mas os competidores russos foram autorizados a disputarem o megaevento esportivo, segundo informou o Comitê Paralímpico Internacional (IPC), presidido pelo brasileiro Andrew Parsons. O nome oficial da Rússia na capital chinesa será “Atletas Paralímpicos Neutros” e não “Comitê Paralímpico Russo”.

Vale destacar que a Rússia é uma das principais potências dos esportes paralímpicos de inverno, tanto que fechou a edição de 2018 das Paralimpíadas na segunda colocação do ranking de medalhas. A Ucrânia, outra grande força mundial, ficou na quinta posição.

O vice-ministro do Esporte da Rússia, Andrei Fedorov, declarou que a pasta está preparando um recurso ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) para contestar as suspensões de várias federações internacionais.

Futebol russo

O experiente jogador ucraniano Yaroslav Rakitskiy, que defendia desde 2019 a equipe do Zenit, solicitou a rescisão de seu contrato com a equipe russa. O pedido foi aceito e o clube da cidade de São Petersburgo agradeceu os serviços prestados pelo atleta.

Pouco tempo depois da saída do técnico alemão Markus Gisdol do Lokomotiv Moscou, o seu compatriota Daniel Farke também optou em deixar o comando do Krasnodar.

O CSKA Moscou, um dos principais times da Rússia, pode estar em grande perigo, já que o clube é de propriedade de um banco estatal chamado VEB. A equipe corre sérios riscos de não conseguir suportar o peso das sanções da União Europeia e dos Estados Unidos, que causarão o colapso da economia russa”, segundo Bruno Le Maire, ministro francês da Economia

Na Liga Europa, o tradicional Spartak Moscou, que estava classificado para jogar neste mês as oitavas de final do torneio contra o RB Leipzig, foi eliminado. A seleção feminina da Rússia, que disputaria a Eurocopa da categoria, perdeu sua vaga no torneio da Uefa e ela poderá ser assumida pelas portuguesas.

No masculino, a gigante mundial de equipamentos esportivos Adidas suspendeu sua parceria com a seleção da Rússia em função da invasão à Ucrânia.