Eredivisie, os nomes do jogo na 24ª rodada

RKC Waalwijk 1×2 Twente (sexta-feira, 25 de fevereiro)

Odgaard (74′) – Van Wolfswinkel (23′), Limnios (90′)

Nome do jogo: Ricky van Wolfswinkel (Twente)

Já no primeiro tempo, o Twente criou chances e mais chances para ter uma vantagem até decisiva no placar. Como na maioria das vezes, coube a Ricky van Wolfswinkel ter competência para aproveitar uma delas: completando cruzamento de Virgil Misidjan para fazer 1 a 0, Van Wolfswinkel se tornou o primeiro jogador neste século, até agora, a marcar 12 gols numa só temporada, por três clubes diferentes do Campeonato Holandês (Utrecht, Vitesse, e agora o Twente). No entanto, os visitantes de Enschede desperdiçaram a maioria das oportunidades que tiveram para encaminhar a vitória. Tomaram o maior dos sustos, em grande estilo: aos 74′, Jens Odgaard arriscou um lançamento… e este virou o “chute” do 1 a 1. E o Twente só teve uma vitória que poderia ser fácil no último minuto, com o gol de Dimitris Limnios

Heracles Almelo 2×0 Zwolle (sábado, 26 de fevereiro)

De la Torre (19′), Bakis (55′)

Nomes do jogo: Luca de la Torre (Heracles Almelo) e Samuel Armenteros (Heracles Almelo)

O Zwolle chegou otimista, por ainda estar invicto em 2022 no Campeonato Holandês? Pois o Heracles respondeu a isso dominando o jogo desde o começo. E se aproveitou das várias falhas dos Zwollenaren para criar muitas chances – e abrir o placar numa delas: o zagueiro Yuta Nakayama perdeu a bola para Anas Ouahim, este lançou, o goleiro Kostas Lamprou estava adiantado demais, e Luca de la Torre ficou livre para tocar ao gol vazio. O meio-campo norte-americano, aliás, criou muitas jogadas de ataque. Mas o gol decisivo não começou com ele, e sim com Orestis Kiomourtzoglou: “Kio” passou, e Sinan Bakis fez 2 a 0. Vantagem garantida, o Heracles ficou sossegado no jogo – e numa das alterações, Bakis deu lugar a um velho conhecido que está de volta: Samuel Armenteros, novamente no time de Almelo, pelo qual já passou duas vezes. O retorno do sueco de ascendência cubana foi quase tão comemorado quanto a vitória que mantém os Almelöers seguros no meio de tabela.

Groningen 1×0 Willem II (sábado, 26 de fevereiro)

Meijer (14′)

Nome do jogo: Bjorn Meijer (Groningen)

Quando Bjorn Meijer cabeceou com precisão a bola, num cruzamento de Bart van Hintum, para fazer 1 a 0 (o mais jovem defensor a marcar pelo Groningen desde Ronald Koeman, em 1982, aos 19 anos), parecia que o time anfitrião estava destinado a uma vitória tranquila. Ainda mais porque o Willem II sequer dera um chute a gol, no primeiro tempo. Tanto Paulos Abraham quanto Michael de Leeuw tiveram boas chances para marcar. E na etapa final, continuou assim. Só que os Groningers desperdiçaram todas as chances de ataque em nome deles. Quase tiveram um castigo a poucos minutos do fim, quando Dries Saddiki mandou a bola rente à trave. Mas desta vez, a sorte “perdoou”: o time alviverde do norte holandês deu sequência à péssima fase dos visitantes de Tilburg – 13 derrotas nos últimos 14 jogos, sem um chute a gol em seis das últimas sete partidas pela Eredivisie, com o temor do rebaixamento cada vez mais ameaçador.

Cambuur 2×1 Fortuna Sittard (sábado, 26 de setembro)

Boere (36′, 74′) – Duarte (20′)

Nomes do jogo: Erwin Blank (o “árbitro de vídeo” da partida), Tom Boere (Cambuur) e Doke Schmidt (Cambuur)

O Fortuna Sittard começara bem melhor a partida em busca da vitória – que lhe seria muito útil na tabela, com as derrotas de Willem II e Zwolle. Quando o Cambuur começava a reagir, os visitantes de Sittard fizeram 1 a 0, num cabeceio de Deroy Duarte. Também de cabeça, completando escanteio desviado por Zian Flemming, Charlison Benschop chegou a ampliar o placar, aos 32′. Aí apareceu o VAR: da cabine da federação, na cidade de Zeist, Erwin Blank alertou o juiz Jannick van der Laan – no escanteio, o zagueiro Martin Angha bloqueara a saída do goleiro Sonny Stevens. Gol anulado, para irritação dos Fortunezen. Ainda mais porque, dois minutos depois, Tom Boere empatou para o Cambuur, de “carrinho” para completar cruzamento. A partir do empate, o jogo ficou agradavelmente equilibrado: as duas equipes alternando chances. Até que, na reta final, Boere se converteu como segundo nome do jogo, fazendo o seu segundo gol – o da virada, mantendo o Cambuur em ótima situação para entrar nos play-offs pela Conference League. E os donos da casa se aguentaram com drama diante da pressão do Fortuna em busca do empate. Símbolo disso foi o lateral Doke Schmidt, que impediu um gol com uma bicicleta na pequena área, após finalização de Paul Gladon, sozinho, no travessão. Nos acréscimos, Schmidt ainda foi substituído – suspeita de fratura no nariz. Houve mais: seu substituto, o zagueiro Maxim Gullit, também saiu machucado (com suspeita de lesão séria). Serviu de consolo apenas o melhor que o Cambuur poderia desejar no dia: a vitória.

AZ 2×1 Feyenoord (domingo, 27 de fevereiro)

Karlsson (19′, 30′) – Geertruida (52′)

Nomes do jogo: Jesper Karlsson (AZ) e Peter Vindahl (AZ)

Era partida altamente esperada: afinal, o resultado poderia aquecer a disputa pela terceira posição. Talvez por isso, a postura mais cautelosa de ambas as equipes no começo. Mas cautela não queria dizer falta de buscar o gol. Dominando mais a bola no meio, o AZ começou a buscá-lo com mais rapidez. E teve o que buscava, em dois pênaltis. No primeiro, Dani de Wit foi empurrado por Jorrit Hendrix – houve protestos do Feyenoord (Hendrix também teria sido empurrado), mas… penal marcado, Jesper Karlsson bateu, bola no canto, o goleiro Justin Bijlow no outro, 1 a 0. Onze minutos depois, cruzamento de Karlsson, Tyrell Malacia derrubou Vangelis Pavlidis na área, e quase o mesmo: reclamações do Feyenoord (agora, o empurrão teria sido leve demais), cobrança de Karlsson (chute forte no ângulo), AZ 2 a 0. Dani de Wit chegou a fazer um terceiro gol, mas este foi anulado, por impedimento. Mas o time de Alkmaar estava no controle. Que foi fortemente ameaçado tão logo o segundo tempo começou, por falha do goleiro Peter Vindahl: ele soltou a bola nos pés de Lutsharel Geertruida, que diminuiu após escanteio. E aí, o Stadionclub passou todo o segundo tempo buscando o empate. Fracassou. Porque Vindahl consertou seu erro em duas boas defesas (em cabeceios de Gernot Trauner e Guus Til). E o AZ se dedicou para seguir sua consistente e impressionante sequência: invicto no ano, há 18 jogos sem perder em todas as competições que disputa, só três pontos atrás do Feyenoord, ainda em 3º. Mas pelo jeito como o time de Alkmaar sobe…

Vitesse 1×4 NEC (domingo, 27 de fevereiro)

Doekhi (54′), Oroz (56′, 80′), Buitink (90′ + 5) – Duelund (49′)

Nome do jogo: Dominik Oroz (Vitesse)

Diante de um ambiente prévio tenso para o “dérbi da Géldria” (província da Holanda/Países Baixos em que ficam as cidades de Arnhem e Nijmegen) – houvera confronto entre torcedores do NEC e a polícia no clássico do turno -, até que o primeiro tempo de bola rolando tranquilizou, por um lado. E decepcionou, por outro: poucas chances reais de gol – só um cabeceio, de Matus Bero. No segundo tempo, pelo menos, as emoções apareceram. Primeiro, no gol de Mikkel Duelund que abriu o placar para o NEC – e na homenagem de Duelund, emprestado pelo Dynamo Kiev, à Ucrânia, envolvida no conflito com a Rússia. Pouco depois, na irresistível virada do Vitesse: em dois minutos, dois escanteios cobrados por Eli Dasa, dois cabeceios (um de Danilho Doekhi, outro de Dominik Oroz), a virada no placar – 2 a 1. E justamente quando o NEC fazia uma alteração na reta final para atacar mais (a entrada de Ali Akman), foi o Vites que definiu a vitória – outra bola parada, e um tremendo voleio de Oroz, para o seu segundo gol na partida. De quebra, Thomas Buitink, vindo da reserva, pôde celebrar o nascimento do filho, no meio da semana, em grande estilo, marcando o quarto gol nos acréscimos. Classificado na Conference League, goleando um adversário tradicional em clássico: o que mais o Vitesse poderia querer na semana?

Sparta Rotterdam 1×2 PSV (domingo, 27 de fevereiro)

Thy (32′) – Mauro Júnior (59′), Doan (68′)

Nomes do jogo: Arno Verschueren (Sparta Rotterdam) e Mauro Júnior (PSV)

Mesmo sem tanta imposição técnica, o PSV criava algumas chances de gol – por exemplo, uma cobrança de falta de Olivier Boscagli, que passara perto da meta. Mas o Sparta Rotterdam não só se mantinha firme, como aguardava uma chance. Ela foi “entregue” por Ibrahim Sangaré, aos 32′: o volante marfinense errou um desarme, e deixou a bola com Vito van Crooij, que tocou para Lennart Thy fazer 1 a 0. E em que pesassem chances dos visitantes de Eindhoven (por exemplo, uma grande oportunidade perdida por Mario Götze), o Sparta também jogava bem, e dava indícios de que não cederia fácil a vantagem. Aos 54′, porém, tudo isso mudou. Tentando evitar um contragolpe, o volante Arno Verschueren cometeu carrinho por trás de Eran Zahavi, e levou diretamente o cartão vermelho. A tarefa que já seria difícil ganhava ares ainda mais árduos. Diante da óbvia pressão do PSV, faltava alguém acertar o gol. Mauro Júnior acertou, e em grande estilo: de média distância, o brasileiro acertou o ângulo para fazer 1 a 1, em mais um marco da ótima fase que vive. E a partir daí, a virada dos Boeren virou um fato esperando para acontecer. Aconteceu numa triangulação “sem querer”: um chute ricocheteou em Carlos Vinícius, e ficou à feição para Ritsu Doan fazer 2 a 1. Se a atuação não foi das melhores, a vitória foi das mais importantes para manter o PSV ativo na disputa do título.

Go Ahead Eagles 2×1 Ajax (domingo, 27 de fevereiro)

Córdoba (18′), Rommens (45′ + 2) – Berghuis (64′)

Nome do jogo: Iñigo Córdoba (Go Ahead Eagles)

O que o Go Ahead Eagles precisaria fazer para conseguir ganhar do líder Ajax, encerrando um tabu de 43 anos pelo Campeonato Holandês? Primeiramente, precisaria manter a mesma dedicação defensiva que já mostrara no empate sem gols do turno, em plena Johan Cruyff Arena. Isso já estava garantido, e se viu desde o começo da partida em Deventer. Talvez, precisasse também de um tanto de sorte. E essa apareceu já no começo: na primeira chance do Ajax, Davy Klaassen cabeceou no travessão. Mas seria necessário também que os atacantes aproveitassem as raras chances que teriam, diante de um Ajax obviamente dominando a bola. Iñigo Córdoba, veloz na frente, cuidou disso, diante de um visitante abatido pelas ausências de Jurriën Timber e Noussair Mazraoui (este ainda estava no banco). E contou com a sorte para o 1 a 0: ajeitou a bola, chutou, e a bola desviou em Daley Blind antes de encobrir André Onana, de volta ao gol com a fratura no dedo de Remko Pasveer. O cenário ficou perfeito para as Águias. Bastaria se segurar na defesa: isso foi feito, tirando os espaços de Antony, Sébastien Haller, Dusan Tadic, Steven Berghuis… mas aproveitar outra chance também valeria a pena. Philippe Rommens quase fez isso uma primeira vez, mas Onana rebateu.

Na segunda, porém, após troca de passes (no campo de defesa do Ajax!), Rommens fez 2 a 0. Estava acontecendo. E só o Ajax poderia impedir a zebra. Bem que o time de Amsterdã tentou: Mazraoui veio a campo, Ryan Gravenberch também, Danilo idem. Até quatro atacantes para tentar a virada. Veio um primeiro gol – Berghuis, aproveitando recuo acidental do zagueiro Joris Kramer. Mas o Go Ahead Eagles seguiu na defesa. Por mais que os espaços para contra-ataques já não fossem aproveitados, a dedicação na marcação chegava a ser comovente. Além do mais, o goleiro Andries Noppert fazia algumas boas defesas. E veio o prêmio impensável, a grande zebra da temporada até aqui: a vitória diante Ajax. Que, agora, só tem dois pontos de vantagem na liderança da Eredivisie. Pelo menos neste domingo, a torcida do Go Ahead Eagles foi uma das mais felizes do mundo. Que ânimo maior poderia haver para tomar impulso contra as últimas posições da tabela?

Heerenveen 1×2 Utrecht (domingo, 27 de fevereiro)

Van Hooijdonk (80′) – Ramselaar (58′), Van der Hoorn (69′)

Nome do jogo: Bart Ramselaar (Utrecht)

A torcida do Heerenveen começou vaiando Henk Veerman, que rumou do time da Frísia para o Utrecht no mês passado. Pois o atacante quase marcou gol, por duas vezes – a primeira numa tabela com Moussa Sylla, a segunda num cabeceio. Bem mais necessitado da vitória para estancar a crise, o Heerenveen cresceu de produção. Se no primeiro tempo as chances do Fean se resumiram a um chute de Nicolas Madsen, no segundo Amin Sarr quase marcou, só sendo frustrado pela defesa do goleiro Fabian de Keijzer. Aí apareceu a conhecida rapidez de Bart Ramselaar: o ponta-de-lança aproveitou uma falha do arqueiro Erwin Mulder na saída de gol para fazer 1 a 0. Escaldado com o empate sofrido nos acréscimos, na rodada passada, o Utrecht só se tranquilizou com o segundo gol – Mike van der Hoorn desviou escanteio, de cabeça. Num pênalti, Sydney van Hooijdonk (sim, é o filho) ainda diminuiu, mas o jogo foi só mais um capítulo na via-crúcis do Heerenveen, que ainda não venceu em 2021, e já bordeja a zona de repescagem/rebaixamento. Só pode olhar triste para o Utrecht, bem na disputa por lugar na repescagem que leva à Conference League.