Não é novidade para ninguém que Antonio Conte é um vencedor. Como treinador e, antes, como jogador.
Quando ainda calçava chuteiras, títulos de Champions League, Europa League e várias taças de campeonatos de seu país natal.
Como treinador, foi o engenheiro da Juventus, que quebrou o recorde italiano de títulos seguidos. Pessoalmente, Conte venceu quatro vezes, além de algumas Copas Itália e Supercopas.
Na Inglaterra, foi o último técnico a conseguir vencer a Premier League pelo Chelsea, e na Inter de Milão, quando voltou ao seu país, criou um antidoto para quebrar o que ele mesmo havia começado, a sequência Bianconera na Serie A.
Ainda, apesar de não ter conquistado taças, Conte também teve a passagem pela Seleção Italiana, que trouxe de volta um furor que há muito não se via com a camisa da Azzurra.
Porém, mais do que número de vitórias ou troféus nas salas dos clubes em que dirigiu, o italiano deixou uma marca em todos os seus trabalhos, que se tornaram reconhecidos também pelo seu estilo de jogo e alma empregados.
Em contrapartida, durante todo esse período em que Conte foi de Juventus à Inter de Milão, que soma mais ou menos 10 anos, o Tottenham, sua atual equipe, não acumulou nenhum título, apesar de boas campanhas e da volta do clube aos holofotes após anos no ostracismo.
Vice da Premier League para o Leicester City em 2015/2016, vice da Champions League para o Liverpool em 2018/2019 e muitas decepções na falta de ambição para, pelo menos, montar um elenco capaz de repetir os mesmos feitos.
Foi neste cenário que o campeoníssimo Conte chegou ao Tottenham. Nenhum dos dois poderia dizer que não conhecia a história do outro, portanto zero surpresas.
Todavia, desde que o italiano foi anunciado no time londrino em 4 de novembro até o presente momento, desilusões foram colhidas, principalmente fora de campo, porque dentro dele 9 jogos sem perder no campeonato nacional, as melhores estatísticas de um técnico do clube na história da competição.
Mesmo assim, isso apenas credencia o Tottenham a rondar a zona de classificação à próxima Champions League. Mas e o passo seguinte? A consolidação do time para brigar por taças? São nessas perguntas onde residem as desilusões do torcedor.
‘’Reforços! Reforços!’’, clamam os fanáticos. Somente a partir de um aprimoramento no elenco, que será possível o passo adiante dos Spurs com Conte seja à nível nacional seja internacional.
No entanto, o que se vê no mercado de transferência de janeiro é um anticlímax. Assim como o clube perdeu a oportunidade de dar o salto quando foi vice da PL e da UCL e apesar da promessa de contratações para Conte quando fechou o acordo para ser o treinador, os dirigentes perdem outra oportunidade de ouro para, enfim, ambicionar coisas grandes.
Até este momento, o que se fala é que Luís Díaz, ponta do Porto, seria o ‘’grande’’ reforço do Tottenham nesta janela. Mais de £ 60 milhões podem ser pagos por um único jogador, que nunca atuou em grandes ligas e que é uma aposta de risco para um time que tem tantas lacunas a serem preenchidas.
£ 60 milhões podem ser gastos com um jogador de uma posição não necessária. Antes, contratassem alas (dada o esquema tático de Conte) ou zagueiros.
O proprietário do clube, Joe Lewis, apesar de um dos donos de clubes mais ricos de toda Europa, e de quebra fazer parte da potência rentável que é a Premier League, mesmo assim a falta de ambição ronda o Tottenham Hotspur Stadium – além da incompetência.
Os trabalhos de Antonio Conte em todos os times nos quais trabalhou antes dos Spurs foram curtos, por motivos de desgaste com as diretorias respectivas. Na Inter, inclusive, o italiano saiu porque não queriam investir mais. No Tottenham, se a carruagem continuar correndo da mesma forma, o desfecho poderá ser o mesmo, apesar da aparente precocidade desta análise sobre a situação.