Aston Villa e Steven Gerrard uma relação promissora que tem tudo para render bons frutos

É bem verdade que Steven Gerrard chegou ao Aston Villa muito respaldado pelo sucesso que teve com o Rangers da Escócia, principalmente, por tirá-los de uma seca de títulos que contou até mesmo com a refundação da equipe. Dos maiores jogadores que já aturam na Premier League, e também de temporadas de muito sucesso no comando do time escocês, agora o ex-camisa 8 começa a mostrar as suas principais armas como treinador na maior competição nacional da Europa.

Mas não deixa de ser surpresa, ou melhor, um destaque positivo, tudo o que ele tem feito em Birmingham com uma equipe que estava acostuma a brigar na parte de baixo da tabela.

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A janela de transferências de janeiro também foi muito furte pelos Villans. Phillippe Coutinho chegou por empréstimo vindo do Barcelona, Lucas Digne deixou o Everton para se juntar aos comandados de Steven Gerrard, além de Robin Olsen que estava emprestado ao Sheffield United pela Roma e agora será a reposição a Emiliano Martinez.

Hoje, vamos mostrar um pouco das valências, pontos positivos e também o que esperar do Aston Villa tanto para o restante da temporada 2021/2022 como para as próximas, afinal, um grande trabalho interno está sendo construído para formar um time encantador e que incomode o Big Six.

Para falar do presente é preciso olhar o passado: a temporada 2020/2021 do Aston Villa

O Aston Villa iniciou a temporada 2020/2021 sem grandes pretensões, principalmente por em 2019/2020 ter escapado do descenso à Championship nas rodadas finais. E o que causou surpresa foi o grande início de jornada, principalmente, pelo trabalho de Dean Smith, que foi questionado durante boa parte de sua carreira.

A janela de verão de 2019 do Villa foi muito boa, em uma só jornada Emiliano Martinez, Matty Cash, Ross Barkley, Morgan Sanson, Bertrand Traoré e Ollie Waktins chegaram para melhor todos os setores do campo.

As primeiras partidas foram impressionantes, com direito a uma esmagadora vitória por 7 a 2 frente ao Liverpool, então campeão da Premier League. A expectativa foi aumentando conforme os jogos iam passando, o Villa chegou a figurar entre as equipes que disputavam vagas para as competições continentais.

Entretanto, a expectativa não se tornou realidade, e a péssima segunda metade de temporada fez com que a equipe terminasse apenas na 11ª posição com 55 pontos. Se por um lado não houve luta contra o rebaixamento, tampouco o sonho de retornar as disputadas europeias veio.

Mais forte no mercado e com início fraco, Villa troca Dean Smith por Steven Gerrard

Mesmo terminando na metade da tabela na temporada 2019/2020, a direção do Aston Villa não poupou esforços para formar um elenco ainda mais forte para 2020/2021. Ashey Young, ídolo da torcida retornou após anos em Manchester United e Inter de Milão, Leon Bailey, Emiliano Buendia e Danny Ings também foram contratados para reforçar o ataque.

Mesmo com um elenco dos mais fortes entre as equipes que buscam bater de frente com o Big Six, na prática o Aston Villa não conseguiu desempenhar o futebol esperado nas primeiras rodadas. Nas 10 primeiras partidas foram apenas três vitórias conquistadas.

E, com a sequência de péssimos resultados, a direção dos Villans decidiu que era hora de uma mudança completa no comando técnico. Dean Smith treinador e torcedor fanático do clube deu lugar a um dos mais promissores nomes da Europa, Steven Gerrard.

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A chegada do ex-camisa 8 do Liverpool se tornou extremamente justificável, principalmente pelo belo trabalho que ele desenvolveu na Escócia sob o comando do Rangers. Em 192 partidas no comando dos escoceses, foram 124 vitórias e apenas 27 derrotas. Mais do que isso, fez o clube voltar a ser protagonista no seu país, e até memo no continente.

Depois de uma sequência de nove títulos seguidos do Celtic e também o que contou com a refundação do Rangers por motivos financeiros, Steven Gerrard foi o responsável por tirar a equipe da longa espera por conquistas. De quebra, levou a equipe até as oitavas de finais da Europa League, um feito e tanto se analisado o contexto do futebol escocês nos últimos anos.

Como tem jogado o Aston Villa de Steven Gerrard

Em pouco mais de 230 partidas como treinador de futebol, Steven Gerrard possui 147 vitórias, 47 empates e 41 derrotas, ótimos números que chamam atenção pela sua juventude e também por sempre ter comandado equipes em competições que visam o jogo físico.

O professor Gerrard não possui apego aos números, ou melhor, ao que eles querem dizer nas formações táticas. É claro que o seu preferido ainda é o 4-3-3, mas variáveis para um 4-5-1 também são muito vistas, principalmente em momentos defensivos de suas equipes.

Para se ter uma noção, em sua estreia no dia 20 de novembro contra o Brighton, no Villa Park, ele mandou a campo: Martinez, Cash, Enzi Konsa, Tyrone Mings e Matt Targett; Nakamba, John McGinn e Jacob Ransey; Buendia, Ings e Watkins. Uma equipe na teoria armada no 4-3-3 e com mesclas para o 4-5-1 e também para o 4-4-2, com Buendia recuando para o meio-de-campo e Ings e Watkins formando uma dupla de ataque.

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As questões de esquemas táticos não são um apego do treinador, ainda mais por contar com um elenco com boas peças de reposição. Do time da sua estreia, por exemplo, Nakamba é reserva e hoje Targett também se tornou após a chegada de Lucas Digne. No meio-campo, Phillippe Coutinho também tem tudo para ganhar uma das posições, muito provavelmente a de Ransey – mesmo sendo um dos amuletos, ainda é muito jovem –, ou até mesmo a de um dos centroavantes.

Na última partida do Villa – até o fechamento desta matéria – em 22 de janeiro de 2022 contra o Everton em Liverpool, Gerrard mandou a campo Martinez, Cash, Konsa, Mings e Digne; Douglas Luiz, McGinn e Ransey, Buendia, Watkins e Coutinho. Com o brasileiro ex-Barcelona atuando como ponta esquerda.

Em um elenco que já era forte para brigar por competições como a Conference e a Europa League, Steven Gerrard ganhou acréscimos importantes como Coutinho e Digne para o restante da temporada.

O que o Aston Villa de Steven Gerrard pode fazer na Premier League?

É fato que o péssimo início de temporada ainda sob o comando de Dean Smith comprometeu toda a jornada. A rápida solução encontrada é promissora e conhecedora de aspectos táticos e técnicos, além de saber tudo sobre a Premier League.

Hoje, o Aston Villa ocupa a 10ª posição com 26 pontos em 21 partidas disputadas, estando a 10 do Tottenham, equipe que estaria se classificando para a Conference League.

Ainda tem muita água para rola de baixo da ponte, ou melhor, muita bola nos gramados ingleses. É difícil cravar que Steven Gerrard levará o Aston Villa para alguma competição europeia, mas o trabalho até aqui deve ser admirado. Em 11 partidas são 5 vitórias e um empate, bons números para quem chega agora à Premier League, mas não como o maestro de uma equipe e sim como o comandante.

Para as próximas temporadas, a semente já está plantada, e o passado de glórias que conta até mesmo com a taça da Champions League pode voltar no horizonte da equipe de Birmingham.