Os multicampeões Genoa e Sampdoria estão passando por um momento muito delicado na Serie A e a briga contra a zona do rebaixamento é uma realidade desde o início da atual temporada. Os blucerchiati estão apenas quatro pontos acima da parte vermelha da tabela e demitiram Roberto D’Aversa, já o vice-lanterna rossoblù, que venceu somente um jogo, escolheu despedir Andriy Shevchenko.
Detentor de nove títulos do Campeonato Italiano, o Genoa vive um dos seus momentos mais conturbados dos últimos 10 anos. O clube iniciou a temporada com Davide Ballardini no comando técnico, mas o experiente treinador não suportou a pressão e foi substituído pelo ex-centroavante Shevchenko, que durou ainda menos no cargo.
Além dos resultados ruins dentro dos gramados, não podemos esquecer que o Genoa passou por uma grande reformulação fora das quatro linhas do campo. Em setembro passado, o rossoblù foi vendido para o fundo de investimentos norte-americano 777 Partners, que colocou um ponto final na gestão de quase duas décadas do empresário italiano Enrico Preziosi.
A chegada de Josh Wander e Steve Pasko ao comando do Genoa foi vista como um sinal de esperança pelos torcedores, que passaram a sonhar com um futuro mais promissor. A contratação de Shevchenko, que fez um bom trabalho na seleção da Ucrânia, foi a cereja do bolo e acabou sendo interpretada como o possível grande ponto de virada do clube na temporada, mas os resultados não vieram e o ex-artilheiro do Milan não prosseguiu no cargo.
Contratado em novembro, Shevchenko foi a primeira grande aposta da 777 Partners sob o comando do Genoa. O ucraniano supervisionou o eneacampeão italiano em nove jogos na Serie A e não conquistou nenhuma vitória, sendo seis derrotas e três empates.
Pode parecer irônico, mas a aventura de Shevchenko no Genoa foi encerrada após uma derrota para o Milan, que é o time onde viveu o auge da carreira como jogador de futebol. Em duelo válido pela Copa da Itália, o rossoblù foi superado por 3 a 1 e deu adeus ao torneio.
O nome do novo técnico do Genoa ainda é incerto, mas o substituto de Shevchenko poderá chegar do exterior, como o ex-Hertha Berlim Bruno Labbadia. Enquanto a diretoria genovesa avalia suas opções, o ex-jogador francês Abdoulay Konko assumiu provisoriamente o comando da equipe principal, mas levou um sono 6 a 0 da Fiorentina logo em sua estreia no cargo.
No momento, o Genoa tem 12 pontos conquistados e está na 19ª colocação. A vantagem do Venezia, que é a primeira equipe fora da zona do rebaixamento, em relação ao rossoblù é de seis pontos.
Em comparação ao arquirrival, a situação da Sampdoria é um pouco melhor, mas ainda é acompanhada com muita preocupação por seus torcedores. O time genovês conquistou 20 pontos em 22 jogos disputados e tem quatro de distância do Cagliari, equipe que abre a zona do rebaixamento da liga italiana.
D’Aversa nunca foi um técnico muito popular entre os fãs da equipe e a péssima campanha no campeonato desgastou ainda mais a relação entre treinador e torcida. O time teve alguns breves momentos positivos, como nas vitórias sobre Salernitana, Hellas Verona e Genoa, mas não foram capazes de salvar o emprego do ex-comandante do Parma.
Em seis meses de trabalho, D’Aversa comandou a Sampdoria em 22 jogos na Serie A e conseguiu apenas cinco vitórias. O treinador, que já tinha sua carreira manchada em função da péssima passagem pelo Parma na temporada passada, novamente não conseguiu engrenar um bom trabalho.
Além dos problemas dentro dos gramados, a Sampdoria sofreu com uma brusca troca de comando. O presidente do clube, Massimo Ferrero, foi detido pela polícia italiana no início de dezembro em um inquérito por crimes societários e falência fraudulenta. O empresário renunciou ao cargo e o ex-zagueiro Marco Lanna, um dos principais protagonistas do Scudetto de 1991, assumiu a liderança do time.
A prisão de Ferrero foi celebrada pela torcida e o desempenho do clube melhorou após o cartola ter saído de cena, mas a Sampdoria voltou a oscilar na Serie A e a manutenção de D’Aversa ficou insustentável. O sonho da nova diretoria blucerchiata é promover o retorno de Marco Giampaolo, técnico do clube entre os anos de 2016 e 2019.
Genoa e Sampdoria ainda terão todo o segundo turno do campeonato pela frente, mas seus substitutos precisarão trazer pontos de maneira imediata. Os dois clubes, principalmente o rossoblù, que está na zona da degola, correm contra o relógio e necessitam somar pontos para não terminarem a temporada da pior maneira.