Quando Napoli e Juventus entram em campo, temos um clássico que mexe com as duas torcidas. Para os napolitanos, é dia de guerra pois vencer o maior campeão nacional é praticamente um título, já os Bianconeri um sentimento de obrigação em vencer o rival que sempre é uma pedra no sapato.
O futebol é mágico por sempre nos surpreender. Afinal, nenhum jornal italiano apontou um empate ou vitória napolitana. Todos foram unânimes no triunfo Bianconeri que era sim favorito no duelo entre o Norte e Sul italiano.
⏱ 90+7 | It’s all over!#JuveNapoli 1-1
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— Official SSC Napoli (@en_sscnapoli) January 6, 2022
Primeiro tempo: golpe mortal napolitano
A Juventus começou a partida pressionando. Se aproveitando dos inúmeros desfalques napolitanos, vimos os 15 minutos iniciais de apenas um time. Com Chiesa solto e Morata fazendo o pivô, os donos da casa eram muito perigosos, porém as finalizações eram todas de fora da área com excessão do gol perdido por McKennie em uma cobrança de escanteio com cinco minutos, onde sozinho cabeceou para fora.
Após um início difícil, pouco a pouco os jogadores napolitanos foram se entendendo taticamente e as jogadas começaram a surgir e com isso o equilíbrio da partida. Zielinski que era dúvida jogou como armador e o retorno de Insigne na ponta esquerda formando o ataque com Mertens e Politano, tínhamos um pequeno equilíbrio entre os ataques. A velha fórmula das jogadas pela esquerda parceira manjada pela Juventus. Afinal você fechando o setor, impede que Insigne apareça na partida e crie jogadas perigosas para os Partenopei.
Com a pressão Bianconeri no meio-campo, era difícil trabalhar a bola já que Demme e Lobotka não são atletas com boas presenças ofensivas, mas sim de marcação e baixo poder técnico para armar jogadas.
Mas apesar do favoritismo, os mandantes fizeram um primeiro tempo muito abaixo do esperado e passaram a deixar a bola mais com o Napoli. Esta escolha foi mortal pois independente de estar ou não desfalcado, os jogadores napolitanos possuem qualidade o suficiente para levarem perigo e o gol veio aos 22 minutos. Sem pressão na marcação, sobraram espaços e Insigne fez lançamento em profundidade para Politano e rapidamente encontrou Mertens livre que teve tempo de dominar e bater cruzado para abrir o placar. O gol tirou a pouca paciência que a torcida da Juventus tinha com o time que passou a vaiar os jogadores pois apenas Chiesa e Morata buscavam o gol enquanto os demais estavam em uma péssima noite.
Assim como diante do Milan o Napoli se fechou totalmente passando a jogar com uma linha de quatro defensores totalmente recuados, deixando os laterais Ghoulam e Di Lorenzo presos aos zagueiros, com Demme e Lobotka na frente da linha de marcação para darem o primeiro combate. Apenas Zielinski, Politano, Insigne e Mertens ficavam mais a frente para puxarem o contra-ataque.
A estratégia deu certo pois após o gol não vimos nenhuma chance de gol para os donos da casa, restando o segundo tempo para buscar uma reação.
Chiesa bota fogo no segundo tempo
Os 45 minutos finais começaram intensos e assim como no começo da partida, só dava Juventus. Ligada nos 220W a Vecchia Signora veio com tudo ao adiantar a defesa e com mais jogadores chegando ao ataque. Cuadrado passou a aparecer mais na partida dando o apoio necessário para Chiesa e as mudanças táticas deram certo. Aos 54 minutos, Cuadrado chegou em velocidade no ataque; Chiesa se aproveitou das disputas de bola do colombiano e encontrou um pequeno espaço para finalizar no canto direito de Ospina. Um gol que premia a boa atuação do ponta Bianconeri e trouxe fogo para a partida.
Atordoado com o gol cedo, os napolitanos não esboçavam uma reação Ospina começou aparecer com boas defesas. Sem Koulibaly é difícil ter qualidade o suficiente para segurar jogadores adversários como Chiesa que surpreendeu ao fazer um grande jogo após voltar de lesão. Mas claramente falta a Juventus um centroavante que possa jogar no mesmo nível de Chiesa. Mauro Icardi, do PSG tem tudo para chegar em Turim formando um ataque mais forte. Mas enquanto isso não acontece é nítida a dependência da magia do camisa 22 juventino.
Pouco a pouco a partida voltou a ser equilibrada e o Napoli passou a crescer no jogo tendo inclusive uma ótima chance com Mertens em que Szczesny apareceu bem para evitar. Com mais posse de bola os Partenopei pressionaram os donos da casa em busca da vitória, porém a forte marcação impedia mais profundidade ofensiva dos visitantes.
Elmas entrou para tentar manter a velocidade do time que passou a jogar mais ofensivo após os 65 minutos em que a Juventus dominou a partida. Insigne fez uma ótima partida. Sua ausência é sentida em todos os sentidos para o time. Hoje vimos um Napoli mesmo abaixo tecnicamente, jogando com muita raça e o capitão mesmo com a saída decretada para o Toronto FC ao final da temporada, fez uma partida sólida apoiando a defesa na marcação e armando o time usando toda a sua velocidade.
A reta final da partida ficou muito tensa com inúmeras reclamações de ambos os lados e poucas jogadas de perigo. O empate premia um Napoli que mesmo tão desfalcado e com quase nenhuma opção no banco de reservas que pudesse mudar a partida conseguiu um empate diante de um time que vem em constante crescimento no campeonato e que claramente estava mais completo que os Napolitanos.
Não sabemos como será a COVID nesta segunda metade de temporada, afinal são muitos problemas sanitários na Itália mas independente de termos ou não a continuidade da temporada ambos os clubes precisam urgente de reforços que possam trazer qualidade o suficiente para brigarem por títulos. Hoje, no cenário nacional, é clara a diferença da Inter para os demais e a cada rodada fica difícil enxergar um campeão que não seja a equipe Nerazzurri.