Em baixa no Cagliari, Godín viu sua estrela de xerife ficar apagada na Itália

Após uma passagem de sucesso e recheada de títulos pelo Atlético de Madrid, o experiente zagueiro Diego Godín se aventurou no futebol italiano, mas suas exibições com as camisas de Inter de Milão e Cagliari foram abaixo das expectativas, podendo não deixar muitas saudades entre os torcedores lombardos e sardos.

Contratado em 2010 pelos rojiblancos, Godín não demorou para virar o xerife da defesa da equipe comandada por Diego Simeone, que chegou no ano de 2011 na capital espanhola. Após quase 400 jogos pelo Atlético e oito títulos conquistados, o uruguaio desembarcou em 2019 na Itália para ser o dono da defesa da Internazionale, mas não causou o mesmo impacto.

No clube nerazzurro, que era liderado por Antonio Conte, Godín encontrou dificuldades em se adaptar ao sistema defensivo formado por três homens. O uruguaio atuava mais pelo lado direito do campo e a nova função exigia maior mobilidade e ação na posse de bola por parte do zagueiro. Com o tempo, o comandante da Inter percebeu as dificuldades do veterano atleta e optou em puxar Milan Skriniar para direita e colocar Alessandro Bastoni na esquerda, sem esquecer do holandês Stefan de Vrij centralizado.

Sem espaço na Internazionale e de fora dos planos de Conte para a temporada seguinte, Godín fechou precocemente sua passagem pelo clube lombardo com 36 jogos e dois gols marcados.

Após o fim do casamento com a Inter, Godín decidiu prosseguir no futebol italiano e escolheu o Cagliari para ser sua nova casa, um clube que já teve vários uruguaios como protagonistas (Enzo Francescoli, Fabián O’Neill e Diego López). O defensor chegou sem custos ao time da Sardenha e assinou um contrato válido por três anos.

Em sua primeira temporada pelo rossoblù, Godín foi titular absoluto da defesa e auxiliou o clube a escapar do rebaixamento para a segunda divisão, missão que começou a ser moldada após a contratação do técnico Leonardo Semplici. Após a complicada Serie A de 2020/21, o time não imaginava que a edição seguinte do Campeonato Italiano seria ainda mais conturbada.

Em 19 rodadas disputadas, o Cagliari venceu um jogo e conquistou 10 pontos, números que o deixam na penúltima posição da liga italiana. Além disso, o clube da Sardenha tomou 40 gols e tem a segunda defesa mais vazada da competição, melhor apenas do que a lanterna Salernitana, que sofreu 42 tentos.

Godín, que era para ser o xerifão do Cagliari, vem sendo alvo de críticas pelos erros cometidos dentro dos gramados, sem contar que a torcida também cobra pela entrada de zagueiros mais jovens na equipe titular. No duelo contra o Napoli, por exemplo, o defensor de 35 anos sofreu com a velocidade e agilidade do nigeriano Victor Osimhen, tanto que o uruguaio precisou agarrar o adversário em algumas ocasiões e até mesmo cometeu um pênalti após uma entrada desnecessária perto da linha de fundo.

Já na goleada por 4 a 0 que o Cagliari sofreu dentro de casa contra a Udinese, Godín cometeu um grave equívoco logo aos quatro minutos de jogo, que resultou no primeiro gol da equipe visitante. Na ocasião, o uruguaio recebeu a bola dentro da grande área e esticou demais o passe para Alberto Grassi, que não conseguiu alcançar a redonda e muito menos impedir a construção da mortal jogada.

A péssima fase do Cagliari dentro dos campos não deixou de respingar nos veteranos Godín e Martín Cáceres, que teriam sido notificados para encontrar outro time. Sem a dupla uruguaia no caminho, o rossoblù quer aproveitar a ocasião para tentar revolucionar seu setor defensivo, tanto que o jovem Matteo Lovato já chegou por empréstimo da Atalanta.

Godín ainda é um jogador do Cagliari, mas seu próximo passo é alvo de várias especulações, tanto que há possibilidades de até mesmo vê-lo usando a camisa do Atlético, mas o de Minas Gerais. O experiente defensor também vem sendo possivelmente desejado por equipes da Espanha, Uruguai e Argentina.

Apesar de Godín ser um dos zagueiros mais importantes da história do Uruguai e do Atlético de Madrid, o jogador não deixará muitas saudades em solo italiano e poderá fechar sua trajetória no país europeu de forma melancólica, mas com esperanças de um recomeço em uma nova equipe e, possivelmente, em um outro país.