Napoli vence o Milan fora de casa e assume a vice liderança

Quando Napoli e Milan entram em campo, sempre existe uma alta expectativa. Afinal é uma rivalidade de muitos anos na Serie A, com equipes que foram protagonistas no país nos anos 80 e início dos anos 90 e que atualmente lutam para trazer os dias de glória novamente ao seus torcedores. Porém, ultimamente, ambos os clubes sofrem com lesões, elencos curtos e pouco poder financeiro para terem times com qualidade o suficiente para desbancar a Inter, atual líder do campeonato e que jogo a jogo mostra como o Scudetto está ficando distante de Rossoneros e Napolitanos.

Primeiro tempo: gol rápido e controle napolitano

Sem cinco titulares (Koulibaly, Mario Rui, Fabián Ruiz, Insigne e Osimhen), Spalletti escalou o Napoli bem remendado com Di Lorenzo improvisado como lateral-esquerdo, Zielinski como armador do time e Petagna de centroavante no lugar de Mertens.

Mesmo desfalcada a equipe Partenopea não deixou de ser ofensiva e nos primeiros cinco minutos, aplica muita pressão o que resultou em dois escanteios e o gol logo aos quatro minutos.

Em cobrança de escanteio pelo lado direito, Zielinski cobrou na primeira trave, Elmas antecipou Romagnoli e cabeceou no fundo das redes, um gol importantíssimo para um time que não vence a três jogos na Serie A.

A temperatura de zero graus não afetava os jogadores napolitanos que mesmo com a vantagem no placar seguia com posse de bola e troca de passes constante, deixando a torcida Rossonera nervosa em diversos momentos. A cada passe milanista, dois marcadores Azurri surgiam para interceptar. Spalletti armou um time ofensivo e intenso e com marcação alta, dificultando qualquer criação de jogadas do Milan. Com marcação forte, os jogadores Rossoneri passaram a reclamar muito com a arbitragem, sendo uma partida pesada fisicamente e cheia de reclamações dos mandantes.

Essa pressão física imposta pelos napolitanos era favorável para o Napoli, pois o Milan ao invés de jogar de igual para igual passava mais tempo reclamando e perdendo divididas do que necessariamente jogando futebol.

Com Ibrahimovic em campo, os mandantes tinham uma arma ofensiva. O sueco era o principal alvo das bolas aéreas da sua equipe que enfrentando dificuldades para trocar passes no ataque passou a aderir os lançamentos como saída para chegar ao gol de Ospina. Ibra quase empatou o jogo aos 19 minutos, em uma rara bobeada defensiva napolitana.

Em vantagem no placar o Napoli passou a retardar mais a partida passando a deixar mais a bola com o Milan e se fechando defensivamente em busca dos contra-ataques. A marcação era muito forte e jogadores como Brahim Díaz, Kessié e Florenzi se perdiam em meio a intensidade física dos adversários. A ideia Partenopea era de controlar a partida e terminar a primeira etapa com a vantagem obrigando os Rossoneri a irem com tudo na segunda etapa abrindo espaços para que Elmas, Lozano e Zielinski possam chegar ao gol com mais facilidade.

Para se ter uma ideia como o primeiro tempo foi físico e não técnico, tivemos ao todo 18 faltas, 17 cortes, 14 desarmes e 11 interceptações, números que evidenciam a ausência técnica dos times em 45 minutos de raríssimas emoções.

Napoli segura o Milan e vence merecidamente

O segundo tempo começou intenso com o Milan pressionando e quase empatando a partida com 48 minutos, quando em chegada rápida ao ataque, Kessié fez lindo passe para Ibrahimovic que finalizou com força e Ospina fez ótima defesa. A jogada acendeu os Rossoneri que mais confiantes jogaram em cinco minutos infinitamente mais do que ao longo da primeira etapa.

Com dificuldades na marcação e resposta lenta as investidas dos mandantes, Spalletti sacou Demme do time e colocou Lobotka para manter a marcação no meio-campo e dar mais qualidade na armação de jogadas além de auxiliar Zielinski que fez uma ótima partida e assumiu a responsabilidade como capitão do time e armador.

A pressão inicial do Milan durou apenas dez minutos, com a posse de bola voltando novamente para o Napoli que atraia os donos da casa para a sua defesa e roubava a bola criando contra-ataques perigosos. De fato foi uma noite importante taticamente para o Napoli que mesmo tão desfalcado conseguia bloquear os principais armadores rivais a ponto de controlar a partida.

De fato Spalletti possuí bons jogadores mas como vemos sempre batendo na tecla sem reforços em janeiro não conseguirá ser tão consistente na temporada.

Brahim Díaz estava em uma péssima noite. Assim como Kessié se perdiam na marcação adversária e apresentavam pouquíssima vontade de mudar o cenário da partida, deixando Ibrahimovic sozinho com Saelemaekers (entrou no segundo tempo). Giroud entrou no lugar de Díaz em uma péssima substituição realizada por Pioli, deixando claro que a única possibilidade de empatar a partida seria em cruzamentos na área, tornando previsível qualquer investida no ataque Rossonero.

A diferença entre as equipes ficou mais clara com o passar do tempo em que vimos um Napoli controlando a partida com posse de bola, faltas pontuais e principalmente marcação firme sobre os rivais enquanto o Milan totalmente desorganizado e com jogadores sem inspiração não traziam nenhuma confiança em sua torcida.

Vendo que o Milan estava caminhando em campo e sem organização alguma ofensiva, Spalletti mexeu no Napoli e colocou três jogadores rápidos e técnicos (Politano, Ounas e Mertens) no lugar dos cansados Zielinski, Lozano e Petagna. O treinador Napolitano sabia que após os 75 minutos, os adversários iriam com tudo ao ataque e com jogadores rápidos e descansados a possibilidade de matar a partida era grande.

Mas na reta final da partida os visitantes optaram pela retranca e isso atraiu o Milan para o ataque que passou a dominar o jogo e até empatou a partida. Aos 88 minutos, em lançamento na área Giroud, impedido, disputou bola com Juan Jesus e acabou sobrando no fim para Kessié empatar o jogo. Mas corretamente o VAR anulou o gol.

Os minutos finais foram tensos para ambos os torcedores que acompanhavam lance a lance nervosos o desfecho final da partida. Mas no fim venceu a melhor equipe e o Napoli garantiu importantíssimos três pontos e assume a vice liderança do campeonato, com quatro atrás da líder Inter.

Restam 20 rodadas e muitas emoções pela frente em um campeonato disputado ponto a ponto mas que atualmente tem como grande favorito ao título uma Inter de Milão forte defensivamente e implacável no ataque.

Para o Napoli foi uma vitória fundamental para dar moral ao elenco e mostrar aos adversários que a equipe não é formada apenas por Koulibaly, Fabián Ruiz, Insigne e Osimhen mas por um elenco todo. A última rodada do primeiro turno será na próxima quarta-feira (22/12), em casa diante do Spezia. Já o Milan enfrenta o Empoli fora de casa também no dia 22/12.

Janeiro será um mês fundamental para que ambos os times possam se reforçar e também para mostrar se vão ou não brigar rodada a rodada com a Inter que claramente está mais perto do bicampeonato do que os demais times da Serie A.

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