Após bater na trave em 2012 e 2020, o Atlético Mineiro é campeão do Brasileirão, 50 anos depois do seu último título na primeira edição do campeonato, em 1971. O time de Cuca se notabilizou por ser uma equipe totalmente dominante em toda competição, com a possibilidade de ser a segunda melhor campanha da história dos pontos corridos dependendo dos resultados nos próximos jogos contra Bragantino e Grêmio.
🐔 O CLUBE ATLÉTICO MINEIRO É O CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2021! NÓS SOMOS CAMPEÕES, MASSA! O #GALO É BICAMPEÃO!
GAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAALOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! 🏴🏳️
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— Atlético 😷 (@Atletico) December 2, 2021
O Galo apresentou coisas interessantes ao decorrer do campeonato, desde a mudança na forma de jogar, até dinâmicas que potencalizavam jogadores do time, então vamos a análise!
O Atlético dos contra-ataques
No início do Campeonato Brasileiro, o Atlético era um time totalmente diferente na forma de jogar comparado ao que terminou a temporada, o time se portava num bloco mais baixo e priorizava as transições rápidas ao ataque, sempre buscando atacar as costas da última linha adversária, seja com passes longos e jogadores fazendo o facão, ou com tabelas.
Hulk, Nacho e Savarino eram os principais expoentes desse modelo. Nacho com sua inteligência e boa ocupação de espaços, sempre se movimentando em áreas abertas na defesa adversária, distribuindo passes e pisando na área. Hulk com toda sua imposição física atraindo a marcação adversária abrindo espaços nas defesas ou até mesmo atacando as costas da última linha. Savarino sempre no 1×1 e atacando a profundidade com bastante força.
Após o Atlético deslanchar e começar a dominar o Brasileirão, os adversários acabaram mudando sua estratégia, tentando se portar mais recuados evitando essa forte transição ofensiva do Cuca que em toda competição sempre foi uma ótima arma do time.
Saída de bola: Saída Lavolpiana do Atlético
Um dos principais jogadores do Brasileirão 2021 foi o volante Allan, seja pela sua ótima qualidade defensiva, mas também pela sua importância na 1° fase de construção do Galo.
O comportamento individual do meia era de afundar entre os dois zagueiros (Júnior Alonso & Nathan Silva), fazendo uma saída de três, com isso os dois laterais tem liberdade para ir ao ataque e dar amplitude ao time, alargar a equipe no campo.
Esse sub-momento do time é composto por um 3+1, porém esse meia avançado dos zagueiros pode variar dependendo da situação do jogo, alguns momentos poderia ser o Jair, Zaracho, Nacho ou Tchê-Tchê.
Organização Ofensiva: Mobilidade e Permutas
O time base como estrutura variu entre 4-2-3-1 ou um 4-4-2 dependendo da entrada de Diego Costa, que perdeu jogos por lesões e problemas físicos.
O Atlético de Cuca é famoso pelas trocas de posição dos jogadores, as permutas. A equipe no ataque explora muito dessa dinâmica, que potencializou todo o time, principalmente por conta da qualidade de mobilidade dos jogadores de ataque. Um exemplo é as trocas de posição no corredor esquerdo do time. É muito comum ver o Arana mais por dentro e o Keno por fora, ou vice e versa por exemplo.
O Cuca usa sempre dois jogadores bem abertos em amplitude, alargando o campo, e o time aproveita disso para gerar bastante densidade no corredor central do campo. Principalmente ao redor da bola, os jogadores abertos alargam o campo pro time aproveitar e povoar o centro, padrão estrutural muito importante da equipe, que abre espaços muito bem nas defesas adversárias.
Até o momento da produção desse texto, o Galo é o 2° melhor ataque da competição, com 60 gols marcados.
Organização Defensiva: Perseguições e Encaixes
Defensivamente o Atlético tinha um esquema bastante definido independente dos jogadores. Em bloco baixo ou médio, o time se portava num 4-4-2, mas o time se notabilizou com a sua pressão em bloco alto, com encaixes e perseguições médias. Chamava atenção pelo seu principal gatilho para subir pressão, o recuo de bola, a entrada da bola num zagueiro ou goleiro era o principal fator para o time subir a pressão no adversário. Em situação de perda de bola não muda muito, o comportamento da equipe em transição ofensiva é a tentar recuperar a bola rapidamente após perdê-la, famosa pressão pós-perda.
O time do Atlético até o momento é a melhor defesa do campeonato com apenas 27 gols sofridos.
Hulk, o melhor em atividade no país
Não tem como falar de jogadores importantes para o Atlético Mineiro no ano e não falar de Hulk, a principal contratação do time na temporada contribuiu com mais de ⅓ dos gols do time, mas também com a sua importância tática no time. Contribuiu com sua imposição física, finalização, ataque a profundidade, pivôs e até defensivamente pressionando os defensores adversários. O melhor jogador do Brasileirão em 2021 é a principal influência do título do Galo.
Hulk (35 anos) no @Brasileirao 2021:
• Artilheiro do torneio (18).
• Líder em participações em gols (25).
• Maior Nota SofaScore do time (7.23).
• Atuou em 34 dos 36 jogos (94%!).
• Conquistou o título.
Esmagou muito! 💪💪 pic.twitter.com/OHywiCf6mw
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) December 3, 2021
Esse time de 2021 do Atlético Mineiro ficará na memória de todos, um título merecido de um time que talvez não seja o mais revolucionário e bonito de se assistir, mas que executou bem o que proponha e chegou no objetivo, com os investimentos futuros e apoio financeiro. A espectativa em cima do Galo é alta para o futuro.