Orgulho da “selvageria” rubro-negra

Despedida: saudação no momento em que pessoas se separam. Para o Flamengo, o exato instante em que o Mais Querido se aproxima de sua gente, se vê orgulhoso, por detrás de janelas e cortinas, vivendo o rubro-negrismo em sua essência. Assim foi mais um AeroFla.

Assim como foi em 2019, o ano de 2021 também ficará marcado na memória e nos corações rubro-negros. Em mais uma despedida marcante, a torcida do Flamengo se reuniu na porta do Ninho do Urubu e fez uma linda carreata, “escoltando” o ônibus do Flamengo até o aeroporto.

Em exatos sete dias, o Flamengo decide sua sorte na final da Libertadores. Por conta do calendário e da logística, essa foi a última oportunidade que a torcida rubro-negra carioca teve para demonstrar toda sua paixão e devoção ao Clube antes da viagem para Montevidéu.

Ninguém se importa com o tamanho da festa, com a quantidade de pessoas nas ruas. Está em jogo apenas o amor pelo Flamengo. Ao colocar o Manto e sair de casa, um rubro-negro sabe que jamais estará sozinho. Um olhar, um aceno, um sorriso, um simples “vai dar Flamengo hoje”. A gente nunca está só. E o AeroFla serve para ratificar esse sentimento. De que juntos somos mais fortes, de que nós somos o Flamengo.

“Por que o Flamengo tornou-se o clube mais amado do Brasil? Porque o Flamengo se deixa amar à vontade”. Mário Filho, jornalista.

E esse Flamengo não se cansa de me surpreender. Cada nova manifestação de amor da torcida renova meu sentimento pelo Clube. Flamengo é diferente de tudo. Só quem é, sabe. Quem desmerece e chama de selvageria, na realidade se sente frustrado por não ser capaz de entender a paixão pelo Mais Querido. Tente entender o Flamengo e falhe miseravelmente.

Se selvageria é demonstrar carinho ao time, espalhar amor pela cidade, pintar as ruas de vermelho e preto e estreitar os laços com o Flamengo, então me chame de selvagem também. Antes a selvageria à indiferença.

O Flamengo representa tudo que muita gente desprezível tenta marginalizar. E quando a Nação se junta, orgulhosa e sorridente, os segregadores saem de suas tocas, destilando ódio, preconceito e inveja. Mas seu ódio alimenta nosso amor.

Flamengo do sul e do norte
De todos os cantos, de toda nação
Flamengo do asfalto e do morro
De Deus e do povo e do meu coração”

Tem muita torcida que idolatra jogador, mas só no Flamengo o jogador idolatra a torcida. A Nação é diferente de tudo. Ela faz festa para si própria. E se orgulha disso. Esse é o Flamengo “selvagem”.