Falta pouco, mas falta. Se quiser garantir sem sustos a vaga na Copa de 2022, a seleção masculina da Holanda sabe o que precisa fazer: ganhar os jogos contra Montenegro (neste sábado, às 16h45 de Brasília, em Podgorica, capital montenegrina) e Noruega (na terça-feira, 16, também às 16h45, em Roterdã), no grupo G das eliminatórias europeias. Portanto, todo cuidado é pouco para a Laranja – ainda mais tendo em vista os traumas recentes (ausência da Euro 2016, da Copa de 2018, a eliminação precoce na Euro 2020+1…). Por outro lado, a impressão é de que torcida e imprensa têm confiança de que a equipe atual é plenamente capaz de conseguir levar os Países Baixos de volta a um Mundial, oito anos depois.
Esse equilíbrio entre confiança e cuidado já vem a partir das palavras do técnico Louis van Gaal, ditas na entrevista da terça-feira passada, data de apresentação dos 24 convocados.
Por um lado, comentários sobre a imposição ofensiva vista nos últimos jogos da Laranja: “Vimos que todo time acaba se fechando contra nós. Seja Turquia, Gibraltar ou Montenegro: todos eles jogaram fechados na defesa”.
Por outro, Van Gaal alertou: “Montenegro tem jogadores de grande qualidade individual. Quando os enfrentamos [na vitória por 4 a 0, em outubro], fomos superados por eles durante os 20 primeiros minutos de jogo. Só começamos a jogar bem quando nossos pontas se colocaram na posição certa.
Vieram ainda lamentações de Van Gaal sobre a falta de opções ofensivas: “Tenho mais opções na [ponta] esquerda do que na direita”.
Azar das lesões que ocorreram entre os jogos de outubro e agora. Primeiro, porque Cody Gakpo (titular habitual na esquerda) sequer foi convocado: se lesionou na partida contra o Monaco, pela Liga Europa, em Eindhoven. Segundo, porque Steven Berghuis (não só titular da ponta-direita, mas vindo de boas atuações) foi cortado, após outro problema físico. Só resta a Van Gaal apostar naquelas que ele diz serem suas “únicas opções” na direita: Steven Bergwijn, de volta às convocações, e Donyell Malen, contestado no Borussia Dortmund. E esperar que Noa Lang ou Arnaut Danjuma, os candidatos à ponta-esquerda, tenham êxito como tiveram contra Letônia e Gibraltar.
Outro possível problema está no meio-campo. Davy Klaassen vinha sendo personagem muito importante no time escalado costumeiramente por Van Gaal. Porém, seu azar (uma lesão muscular no mês passado) foi a sorte de Berghuis: escalado no meio-campo do Ajax, este acabou deixando Klaassen no banco, e vive ótima fase. Com menor ritmo de jogo, talvez seja o caso de pensar numa possível alternativa para o meio-campista – ainda mais tendo em vista o crescimento de Teun Koopmeiners, que já começa a causar boa impressão na Atalanta.
Mas são problemas solucionáveis. E são poucos. No mais, os grandes destaques da Laranja estão à disposição: Stefan de Vrij, Virgil van Dijk, Frenkie de Jong, Georginio Wijnaldum, Memphis Depay. Todos eles, num bom ambiente. De quebra, a situação está do lado neerlandês: líder do grupo G das eliminatórias europeias, com dois pontos à frente da Noruega, uma vitória sobre Montenegro deixará os Países Baixos podendo até empatar na próxima terça, para garantir a volta a uma Copa do Mundo, após oito anos. Enfim, se há pressão sobre a seleção masculina, também há a confiança na equipe.