Eredivisie, os nomes do jogo da 11ª rodada

PSV 5×2 Twente (sábado, 30 de outubro)

Vertessen (14′, 54′), Zahavi (27′), Carlos Vinícius (58′, 63′) – Vlap (13′), Zerrouki (45′)

Nome do jogo: Carlos Vinícius (PSV)

A alternância vista no primeiro tempo tornou o jogo bastante animado. De um lado, o Twente aproveitando com perigo os espaços deixados pela lentidão da defesa do PSV – até abrindo o placar. Do outro, Yorbe Vertessen carregando o time da casa não só para uma rápida reação, com jogadas rápidas na ponta-direita, mas também para a virada protagonizada por Eran Zahavi. Por um longo tempo o jogo seguiu assim: se Ramiz Zerrouki empatou num primoroso chute de longe no ângulo esquerdo do goleiro Joël Drommel (cada vez mais contestado pela torcida), Vertessen recolocou os Boeren na frente. Aproveitando rebote de uma grande chance perdida por… Carlos Vinícius. Novamente escalado numa dupla de ataque ao lado de Zahavi, o brasileiro também vinha sofrendo com desconfianças. A primeira oportunidade perdida não o ajudaria muito. Mas, pouco depois, enfim o maranhense de Bom Jesus das Selvas conseguiu seu primeiro gol pelo PSV. O coice na trave, durante a comemoração, deixou claro o tamanho do desabafo e do alívio. Tão grande que o segundo gol, transformando o sufoco do PSV em goleada, talvez seja o agradável indicativo de que dias melhores virão para o “Vinícius da Pose” no Philips Stadion.

Heracles Almelo 0x0 Ajax (sábado, 30 de outubro)

Nome do jogo: Frank Wormuth, técnico do Heracles Almelo

Durante a semana, em entrevista à revista Voetbal International, o técnico alemão Frank Wormuth comentou: telefonara dias atrás a Marco Rose, técnico do Borussia Dortmund goleado pelo Ajax na rodada passada da Liga dos Campeões. Experiente (passou muito tempo trabalhando nas seleções de base da Alemanha), Wormuth alertou: não se podia deixar o Ajax chegar, dominar o jogo desde o começo. Pois bem: o Heracles até permitiu que o líder do Campeonato Holandês chegasse, com a posse de bola habitualmente grande. Mas com uma firme defesa (quatro nomes) e uma dupla de volantes (Orestis “Kio” Kiomourtzoglou e Luca de la Torre), permitiu poucas chances aos Ajacieden. E quando elas vieram – cabeceios de Lisandro Martínez, de Sébastien Haller, de Dusan Tadic -, o goleiro Janis Blaswich fez ótimas defesas. De quebra, com dois rápidos pontas em Delano Burgzorg e Navajo Bakboord, até que os Heraclieden fizeram o goleiro Remko Pasveer trabalhar para evitar o pior ao Ajax. Que não contava com o tropeço em Almelo, diminuindo sua vantagem na liderança da Eredivisie para um ponto. Graças à estratégia defensiva de Frank Wormuth, muito bem executada. Só restou o suspiro do treinador Erik ten Hag: “Pelo menos não perdemos”.

Heerenveen 1×2 Vitesse (sábado, 30 de outubro)

Van Ewijk (45′ + 2) – Openda (55′, 90′ + 2)

Nome do jogo: Martin van den Kerkhof, o juiz

Era possível que o nome do jogo fosse Ibrahim Dresevic. Afinal de contas, com apenas dez minutos de jogo no estádio Abe Lenstra, o zagueiro kosovar errou um recuo de bola, deixando Loïs Openda livre com ela, e teve de cometer a falta para evitar o gol do Vitesse – levando o cartão vermelho direto. Contudo, não só o Heerenveen se assentou na contenção da óbvia pressão dos visitantes de Arnhem, como acertou um contragolpe nos acréscimos do primeiro tempo, com o qual o lateral direito Milan van Ewijk fez 1 a 0. Aí aconteceu o erro do juiz, confessado logo que o jogo terminou. Aos 55′, numa jogada, a bola desviou no árbitro Martin van den Kerkhof. Ao contrário do que manda a regra (parar o jogo e dar bola-ao-chão), Van den Kerkhof deixou a jogada seguir… e ela terminou no empate de Openda, para o 1 a 1. O Vitesse martelou, o Heerenveen se segurou – em grande parte, por ótima atuação do goleiro Xavier Mous -, mas Openda afinal fez 2 a 1, nos acréscimos, de cabeça. O Heerenveen lamentou: tanto esforço defensivo, 80 minutos regulamentares com um homem a menos, não serviu para nada. Martin van den Kerkhof confessou o erro, envergonhado: “Eu vou para casa com um sentimento horrível”. E o técnico do Fean, Johnny Jansen, foi espirituoso em sua raiva: “O que o VAR estava fazendo na hora? Vendo um filme pornô?”

AZ 3×2 Zwolle (sábado, 30 de outubro)

Dani de Wit (14′), Pavlidis (38′ , 52′) – Mees de Wit (5′, 13′)

Nome do jogo: Vangelis Pavlidis (AZ)

No começo, o De Wit que sairia feliz parecia Mees de Wit, zagueiro do Zwolle: com o lanterna da liga tendo cinco defensores, ele foi à frente – e com dois gols de cabeça, fez os visitantes ensaiarem uma zebra, sonharem com a segunda vitória consecutiva. Aí, o outro De Wit do jogo alegrou a torcida em Alkmaar: o meio-campista Dani de Wit, do AZ, que foi à frente e diminuiu logo após o 2 a 0 dos Zwollenaren. Mas o jogo ainda esperava um protagonista. Ele surgiu com Vangelis Pavlidis. De cabeça, aos 38′, o atacante grego empatou o jogo – aliás, era o quarto gol de cabeça na partida. Com os pés, Pavlidis virou o placar logo no princípio do segundo tempo. E se converteu no símbolo da reação do time da casa, após o susto dos primeiros minutos. Foi apenas alarme falso. Graças a Pavlidis.

Sparta Rotterdam 0x1 Feyenoord (domingo, 31 de outubro)

Dessers (90′ + 3)

Nome do jogo: Cyriel Dessers (Feyenoord)

No primeiro tempo do “dérbi de Roterdã”, poucas emoções se viram no (mau) gramado sintético de Het Kasteel. O Sparta Rotterdam rondou mais o ataque, porém tinha pouco a bola nos pés; o Feyenoord chegou ainda menos ao gol do rival, porque nem tinha espaço para contra-atacar. Essas lacunas só começaram a aparecer no segundo tempo. Bem como as chances do Stadionclub – a mais importante delas, com Bryan Linssen, que perdeu gol aos 51′, cara a cara com o goleiro Maduka Okoye. No decorrer da etapa final, então, veio a campo o atacante Cyriel Dessers, justamente no lugar de Linssen. Dessers vinha pressionado pela torcida desde o gol que perdera contra o RKC Waalwijk, há duas rodadas. Pois coube justamente ao nigeriano, nascido na Bélgica, garantir três pontos, do jeito como os adeptos mais gostam num clássico: gol nos acréscimos, praticamente no último lance do jogo (chute em diagonal após escanteio, no canto esquerdo de Okoye). As palavras de Dessers à ESPN dos Países Baixos deixaram clara a importância do gol: “Após aquela chance contra o RKC, eu fiquei alguns dias sem dormir. Agora, ficou tudo certo”.

NEC 3×0 Groningen (domingo, 31 de outubro)

Akman (45′), Tavsan (55′), Okita (90′ + 2)

Nome do jogo: torcedores do NEC

Mesmo com o crescimento dos números da pandemia de COVID-19 na Holanda (Países Baixos), os estádios seguem com torcida na primeira divisão do país. Menos um: De Goffert, o estádio do NEC. Nada para minorar as aglomerações: o estádio foi momentaneamente interditado pela queda de parte da arquibancada dos visitantes, no clássico contra o Vitesse, há duas rodadas. Restou aos mais fanáticos se juntarem perto dos portões do estádio – e o barulho deles foi ouvido durante todo o jogo. Motivos para agitação alegre, eles tiveram. Porque o time de Nijmegen dominou completamente o Groningen, de jeitos diferentes. No primeiro tempo, mais ofensivo, pressionando, até causar o erro de Mohamed El Hankouri, que Ali Akman aproveitou para fazer 1 a 0. No segundo tempo, mais resguardado contra a (pouca) pressão do Groningen, o NEC cuidou apenas de ser eficiente para conseguir a vitória e se manter em posição segura na tabela, até com perspectivas melhores. Tão logo a tranquila partida terminou, os jogadores premiaram quem não se deteve com o fechamento do estádio: foram saudar os torcedores.

Utrecht 5×1 Willem II (domingo, 31 de outubro)

Ramselaar (10′, 25′, 67′), Mallahi (83′), Van Overeem (90′ + 2) – Wriedt (35′)

Nome do jogo: Bart Ramselaar (Utrecht)

Em termos de tabela, tratava-se talvez do jogo mais importante da rodada: quem ganhasse, encostaria em Feyenoord e PSV – e sonharia, por quê não?, em alcançar o líder Ajax. Coube a Bart Ramselaar simbolizar qual seria o time que se afirmaria como o “intruso” a desafiar o trio de ferro nos Países Baixos, pelo menos neste terço inicial de Campeonato Holandês que já se foi. Porque, aos 10′, o meia/atacante chegou rápido para chutar cruzado e fazer 1 a 0. Aos 25′, então, o gol foi até mais bonito: Ramselaar iniciou ataque com a bola no campo de defesa, tabelou com Moussa Sylla e chegou à área para chutar no ângulo. Depois, Wriedt até diminuiu a vantagem, e o Utrecht teve de se proteger diante dos ataques do Willem II. Mas já no segundo tempo, Ramselaar deixou claro que os Utregs mandariam: teve alguma sorte em seu terceiro gol no jogo (chutou, a bola desviou em Saddiki, e enganou o goleiro). E aí, a chuva forte vinda do céu se traduziu em chuva de gols no gramado. Pelo menos, chuva de gols do Utrecht: Mohamed Mallahi com seu primeiro gol pelo time principal, Joris van Overeem completando a goleada… e o Utrecht, 3º colocado, ganhou o direito de sonhar. Pelo menos, por enquanto.

RKC Waalwijk 0x1 Cambuur (domingo, 31 de outubro)

Kallon (63′)

Nome do jogo: Issa Kallon (Cambuur)

Desde o começo do jogo em Waalwijk, o Cambuur tentou chegar mais ao gol. Quase conseguiu logo aos 10′, num pênalti sofrido por Robin Maulun: porém, o próprio Maulun perdeu a cobrança (o goleiro Etiënne Vaessen espalmou). Ainda assim, pelo menos no primeiro tempo, os visitantes foram mais ativos no ataque do que o RKC. Só estavam perdendo todas as chances que tinham quando podiam chutar a gol – por exemplo, com David Sambissa, rápido na sequência das jogadas, falho na finalização. Até que, na etapa final, essa rapidez mostrada pelos visitantes de Leeuwarden rendeu, enfim, o gol, aos 63′, com Issa Kallon completando cruzamento. Só então, os donos da casa partiram para o ataque. Tiveram até uma boa chance para o empate, quando Jens Odgaard cabeceou na trave. Ainda assim, o Cambuur manteve a vantagem que lhe rendeu respiro importante contra a proximidade das últimas posições, na primeira vitória da história do clube pelo Campeonato Holandês no mês de outubro. Deu tempo: no último dia do mês…

Go Ahead Eagles 4×3 Fortuna Sittard (domingo, 31 de outubro)

Brouwers (53′), Cardona (61′), Córdoba (83′), Kramer (89′) – Seuntjens (11′), Rienstra (18′), Tekie (55′)

Nome do jogo: Iñigo Córdoba (Go Ahead Eagles)

O começo do jogo foi o melhor possível para o Fortuna Sittard. Na frente, mais eficiência com a bola nos pés: menos chutes do que o Go Ahead Eagles, mas mais chutes a gol – e dois deles, na rede. Atrás, uma defesa firme, diante de um time da casa que tentava ser veloz, mas sem aproveitar muitas chances. Isso só aconteceu no segundo tempo. E como. Mesmo que Luuk Brouwers houvesse diminuído (falha da defesa visitante), o belíssimo gol de Tesfaldet Tekie – chute de longe, no ângulo – parecia ter arrefecido de vez o ânimo das Águias. Nada mais longe da verdade. Porque Iñigo Córdoba e Marc Cardona, a dupla espanhola que catalisa o Kowet, começaram a ter brilho com a bola nos pés, além da rapidez. Porque a pressão, no jogo aéreo, foi acuando o Fortuna Sittard. Assim, de cabeça, Cardona diminuiu. E em dois escanteios, nos últimos dez minutos, o Go Ahead Eagles confirmou o que o clima fervilhante do estádio De Adelaarshorst pedia: uma virada, para a terceira vitória consecutiva na Eredivisie. Que manteve o time firme na metade da tabela – com expectativas positivas. Até pelos dados, que dizem: desde 1986 o Go Ahead Eagles não vivia momento tão bom na divisão de elite.

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