Na 15ª colocação da Serie B e com apenas duas vitórias em nove rodadas disputadas, o Parma passa por uma delicada situação na segunda divisão da Itália e os ruins resultados deixam cada vez mais difícil o tão sonhado retorno para a elite do futebol do país ainda nesta temporada.
O gialloblù foi adquirido em janeiro de 2020 pelo bilionário Kyle Krause, presidente e CEO da rede de lojas de conveniência norte-americana Kum & Go. A chegada do empresário abriu portas para o clube emiliano-romanholo crescer e tentar voltar a figurar entre as principais equipes da Itália, como aconteceu ao longos dos anos 1990 e início dos 2000.
O primeiro ano de Krause na gestão do Parma foi bem conturbado, pois o clube retornou para a Serie B somente três temporadas depois da espetacular reviravolta do gialloblù, que conseguiu sair da quarta divisão e voltar para a elite do futebol italiano em quatro anos.
Na assombrosa temporada 2020/21, o Parma conquistou somente três vitórias nas 38 rodadas disputadas. Apesar dos bons desempenhos do brasileiro Hernani e do eslovaco Juraj Kucka, o clube fechou a liga na última colocação, sendo rebaixado ao lado de Crotone e Benevento. Nem o promissor Fabio Liverani, que veio de um bom trabalho no Lecce, e Roberto D’Aversa, velho conhecido da casa, conseguiram impedir o naufrágio dos Ducali.
Mirando um retorno imediato para a Serie A, Krause praticamente recomeçou do zero seu trabalho e mostrou as verdadeiras cartas na janela de transferências mais recente. O Parma foi ao mercado e gastou pouco mais de 30 milhões de euros em novos reforços, como Gennaro Tutino, Andreas Cornelius, Wylan Cyprien e Lautaro Valenti. Outros atletas desvinculados de muito calibre também desembarcaram na Emilia-Romagna, como são os exemplos de Gianluigi Buffon, Danilo e Franco Vázquez.
O ex-meio-campista Enzo Maresca, que estava no comando do time sub-23 do Manchester City, aceitou o desafio de liderar a estrelada equipe do Parma na campanha da Serie B, mas sua permanência já vem sendo questionada, mesmo com somente cinco meses de trabalho. O ex-jogador terá a obrigação de derrotar o Cittadella na próxima quinta-feira (28), no Estádio Pier Cesare Tombolato, para afastar o gialloblù da zona do playout.
A Serie B italiana é caracterizada por ser um campeonato duro, quase sempre muito acirrado do início ao final, e altíssimos investimentos não costumam oferecer garantias de um acesso tranquilo. Na temporada passada, por exemplo, o Monza contratou diversos nomes de peso, como Mario Balotelli, Kevin-Prince Boateng e Carlos Augusto, mas o sonho de chegar na primeira divisão foi destruído pelo Cittadella na semifinal dos playoffs.
Na atual edição do campeonato, o pesado elenco do Parma está sendo superado pelos não estrelados, mas muito eficientes Brescia, Benevento, Pisa, Cremonese e Reggina. Vale ressaltar que essas três últimas equipes citadas, que brigam na parte de cima da tabela, não fizeram boas campanhas na Serie B passada.
Com somente nove rodadas disputadas, ainda é muito cedo dizer se o Parma brigará ou não pelo acesso, mas o ruim momento da equipe de Buffon e companhia chama bastante atenção. Apesar de ter ganhado notoriedade pela sua passagem positiva em solo inglês, Maresca tenta agarrar a melhor oportunidade da carreira, mas os recentes resultados já o colocaram contra a parede.
A derrota contra a Reggina por 2 a 1 ligou o alerta amarelo para Maresca e os nomes de Fabio Cannavaro, que jogou no Parma entre 1995 e 2002, e de Andrea Pirlo, estão sendo ventilados na imprensa local. O confronto diante do Cittadella poderá ser um divisor de águas, tanto negativamente quanto positivamente, pois uma vitória poderá recolocar sua equipe nos trilhos e salvar seu emprego, já um resultado adverso muito provavelmente causará o efeito inverso.