Leicester e Manchester United se enfrentaram na oitava rodada da Premier League. Inicialmente, o time visitante foi um pouco melhor, mas esbarrou na falta de atenção. Na metade final, o time azul cresceu vertiginosamente de produção e sacramentou a vitória.
PRIMEIRA ETAPA DE GOLAÇOS E DESATENÇÕES
Nos 10 primeiros minutos de jogo, o Leicester reteve a posse de bola, enquanto o Manchester subia as linhas de marcação e apostava no ataque pelo lado esquerdo, com a concentração de jogadores neste flanco. Sancho, Pogba e Shaw tentavam se articular, mas não levavam perigo à meta de Schmeichel. Enquanto isso, o time azul apostava em ligações com Iheanacho, posicionado entre o zagueiro e o lateral adversário, pela direita do ataque. Início morno, com o Leicester levemente superior.
Entretanto, no meio da primeira etapa, o panorama começou a mudar. A equipe de Manchester conseguiu trocar passes no campo de ataque e, aos poucos, as chances começaram a aparecer. Em fase ofensiva, Solskjaer posicionou os laterais por dentro, para iniciar a construção, e avançou os médios, de forma que eles ficassem próximos aos dois extremos, que estavam em amplitude.
Dessa forma, foi possível observar jogadas iniciadas por Shaw e Wan-Bissaka que acionavam a linha de quatro mais avançada. Pobga e Sancho se associavam pela esquerda e Bruno Fernandes e Greenwood trocavam passes curtos na direita. Aos 19 minutos, tal dobradinha foi eficiente e Greenwood, após receber passe do meia português, acertou um lindo chute de fora da área.
Tudo parecia lindo para os visitantes, até que um antigo vilão da equipe apareceu. A desatenção, juntamente com a melhora do Leicester, foi a responsável pelas frustrações do Manchester no fim da primeira etapa.
Maddison, meio campo armador do Leicester, passou a receber bolas com espaços na intermediária e a equipe da casa foi chegando progressivamente. No minuto 31, o ataque azul pressionou a saída de bola do Manchester e, na falha de Maguire, Tielemans recebeu na entrada da área e emendou uma finalização “onde a coruja dorme”. Outro golaço de arremate longo.
O fim da primeira etapa ficou marcado pela ascensão do Leicester e pela queda de produção dos reds. A zaga de Manchester, sobretudo o defensor inglês, acusaram o golpe e mostraram abatimento.
SEGUNDO TEMPO DOMINADO PELO LEICESTER E CAÓTICO NO FIM
A segunda etapa iniciou com equilíbrio. Nos primeiros cincos minutos, Greenwood e Iheanacho finalizaram com perigo, ambos interrompidos pelos goleiros. Contudo, não demorou muito para a superioridade do Leicester aparecer.
Por volta dos 60 minutos, o Manchester trocava passes, na tentativa de encontrar espaços vazios, e o Leicester apostava na ligação rápida. Tal cenário não foi duradouro, e Maddison, que já havia crescido de produção no primeiro tempo, conduziu os mandantes ao domínio final da partida.
O camisa 10 e o volante belga Tielemans conseguiam vantagem sobre Matic, os alas, Pereira e Castagne, chegavam no ataque em boas condições e Iheanacho testava o De Gea com frequência. Por outro lado, o United quase não tinha boas notícias. O ataque estava infértil, tendo chances apenas em lances de genialidades individuais – como ocorreu no minuto 74, em que Pogba fez um lindo lançamento para Greenwood nas costas da última linha adversária -, os erros por desatenção na saída de bola eram frequentes e a zaga estava insegura. Na tentativa de alterar esse cenário tenebroso, Solskjaer colocou Rashford no lugar de Sancho.
Nos minutos finais, Brendan Rodgers, com uma ótima percepção de jogo, fez alterações que foram decisivas para a vitória. Perez entrou no lugar de Maddison e Iheanacho deu lugar a Daka. Os dois substituídos estavam muito bem, mas o momento do jogo pedia por velocidade. Perez e Daka conferiram mais dinamismo a uma equipe que já era dominante. Àquela altura, o contraste entre abatimento e confiança era nítido. Aos 83, Pogba errou um passe na primeira fase de construção, Tielemans foi ágil para interceptar e finalizou com perigo.
Os 20 minutos finais foram caóticos e esperados. Söyüncü, no minuto 78, após defesa de De Gea em chute de Daka, em uma jogada de escanteio, empurrou pra rede e desempatou. 5 minutos depois, Rashford recebeu um lançamento primoroso de Lindelöf, nas costas da zaga do Leicester, e finalizou com classe na saída de Schmeichel.
Nesse momento, o resultado era melhor do que a encomenda para os reds e frustrante para os donos da casa. Em seguida, no entanto, aos 83, Perez avançou com facilidade pelo lado esquerdo, cruzou para Vardy, que estava apagado até então, na área, e o atacante inglês provou seu poder de decisão ao emendar um lindo chute no ângulo. E, para fechar o caixão, Daka, merecidamente, deixou o seu, em outra bola sobrada de um lance de escanteio.
O Manchester United perdeu, hoje, a maior série invicta fora de casa de um time da Premier League. Problemas antigos, como desatenção, falta de criatividade no meio, falta de dinâmica na troca de passes e infertilidade na fase ofensiva, vieram à tona. Cristiano Ronaldo, em função de falhas coletivas e má atuação individual, teve poucas chances. Por outro lado, grande atuação do Leicester. O time se mostrou mais interessado, com maior vigor físico e, principalmente, teve uma boa leitura de jogo.
FICHA TÉCNICA
Ocasião: Leicester x Manchester United
Local: King Power Stadium
Escalações:
Leicester: Schmeichel, Amartey, Evans (Vestergaard), Söyüncü, Pereira, Tielemans, Soumare, Castagne, Maddison (Pérez), Iheanacho (Daka), Vardy; Téc: Brendan Rodgers.
Manchester United: De Gea, Wan-Bissaka, Lindelöf, Maguire, Shaw, Matic (McTominay), Pogba, Greenwood (Lingard), Bruno Fernandes, Sancho (Rashford), Cristiano Ronaldo: Téc: Solskjaer.
Gols: Greenwood (19’); Tielemans (31’); Söyüncü (78’); Rashford (82’); Vardy (83’); Daka (91’).
Cartões amarelos: Lindelöf (52’); Wan-Bissaka (85’); Pogba (86’).
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