Formar jogadores nas categorias de base é uma das principais receitas para o sucesso de um clube de futebol. Investir em centros de treinamentos modernos e que proporcionem uma maior qualidade para eles é primordial. Na Inglaterra, nos últimos anos, os garotos de Liverpool tem chamado a atenção pelo seu bom futebol e, sobretudo, pelo ótimo trabalho que os Reds tem feito com eles.
Seja Trent Alexander-Arnold, que inclusive já foi eleito o melhor em sua posição pela UEFA e Premier League, até Curtis Jones e Harvey Elliot, que chegou vindo do Fullham há duas temporadas ainda com 16 anos.
Jürgen Klopp nunca escondeu a sua admiração pelos jovens, e cá entre nós, o alemão é um dos treinadores que melhor trabalha os garotos, o caso de Neco Williams, que após o Liverpool ter garantido a conquista da PL 2019/2020, o alemão colocou o galês para atingir o mínimo de jogos para garantir a sua medalha da competição.
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Hoje, o assunto não é somente como o treinador lapida e faz com que esses atletas se tornem peças importantes, mas, sim, como os garotos de Liverpool sabem utilizar os minutos que Klopp lhe concedem para se tornarem referências.
O aproveitamento dos garotos de Liverpool
Antes de mais nada, vamos entender como tem sido a utilização de jovens oriundos das categorias de base do Liverpool, ou até mesmo aqueles que são contratados ainda muito cedo.
Quando estamos falando desse assunto, é impossível deixarmos de lado um nome que nas últimas temporadas se tornou o maior símbolo do que é ser um Red: Jordan Henderson. O hoje capitão do Liverpool chegou à Merseyside quando ainda tinha 21 anos vindo do Sunderland. Sua adaptação demorou anos, mas, atualmente, ninguém na cidade, e até mesmo no país, contesta a sua posição.
Klopp chegou ao Liverpool em outubro de 2015, na mesma temporada, Joe Gomez, um dos pilares dos títulos conquistados recentemente (PL e UCL), chegou vindo do Charlton Athletic, na época, ele tinha apenas 18 anos. Foi na mesma janela que um jovem atacante belga muito promissor também fora contratado, Divock Origi, esse, por sua vez, com o tempo não se provou – por mais que tenha marcado gols importantes, jamais caiu nas graças dos torcedores.
Na temporada 2016/2017, o hoje indiscutível Trent Alexander-Arnold subiu das categorias de base, ao lado de Ben Woodburn e Rhian Brewster. Na temporada seguinte, foi a vez do Liverpool buscar uma promessa em um rival, Dominic Solanke, ótimo jogador nas categorias de base da seleção inglesa e que pertencia ao Chelsea.

Já duas épocas depois, em 2019/2020, uma das melhores promoções de jogadores oriundos dos garotos de Liverpool nos últimos 10 anos. Caoimhin Kelleher, Neco Williams e Curtis Jones subiram. Sem falar, claro, na contratação de Harvey Elliot, jogador que nunca escondeu seu amor pelos Reds e que chegou com 16 anos ao gigante de Merseyside.
Como os garotos de Liverpool se desenvolvem e aproveitam as oportunidades
Se hoje Arnold é um dos melhores laterais-direitos do mundo é porque ele soube aproveitar as suas oportunidades. Sua primeira temporada, até por ter a concorrência de Nathaniel Clyne, ele disputou apenas 7 partidas. Contudo, em 2017/2018, Trent começou a dar as suas cartadas, utilizado em 19 partidas da PL, marcou um gol e deu outra assistência, rapidamente caindo nas graças do torcedor.
Já na sua segunda temporada completa bateu o recorde de assistência de um defensor na Premier League, 12, e de quebra foi coroado com o título da Champions League. Uma temporada depois, com 13 assistências na competição nacional, quebrou o seu próprio recorde e levou a taça da PL.
Foi na temporada do título da PL, que Curtis Jones começou a demonstrar o seu ar da graça, presente em apenas 6 jogos, o meio-campista conseguiu marcar um gol. Entretanto, o seu posicionamento em campo mostra mais do que a bola na rede ou os passes. Presente em todos os cantos, Jones começava a encantar os torcedores.

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Em 2019/2020, presente em 24 jogos, balançou as redes uma vez e distribuiu duas assistências, seu mapa de calor conforme o Sofascore, mostra um jogador que não tem medo de buscar os espaços e cumprir funções defensivas e ofensivas. Já na atual temporada, Jones se mostra ainda mais maduro, mesmo com somente 20 anos.
Já na atual temporada, Jones tem sido um dos cérebros do Liverpool dentro de campo. Jogador que a cada partida mostra uma maturidade muito grande para sua idade, sem se intimidar com jogos grandes. Acostumado a acompanhar jogos decisivos quando era menino, hoje ele é um dos garotos de Liverpool que tem chamado atenção dentro das quatro linhas. Crescendo ao lado de Henderson e Fabinho, pilares do meio-de-campo, e, até mesmo, de Arnold, que já viveu na pele o mesmo de Curtis está passando atualmente.
Para o mesmo setor do campo, após uma ótima temporada emprestado ao Blackburn, Harvey Elliot começou 2021/2022 barrando ninguém menos do que Thiago Alcantara. Entretanto, uma grave lesão vai tirar o garoto de Liverpool de metade da temporada. Harvey, mesmo sem ter marcado gols, mostra um espirito competitivo muito grande e um entendimento da instituição em que ele representa, um dos maiores da Inglaterra e do mundo.

O encaixe perfeito entre jovens e veteranos
Não é somente de contratações multimilionárias que vivem os principais times do continente europeu. Em um cenário de mercado que mudou da noite para o dia com a pandemia de Covid-19 nas últimas duas temporadas, os garotos de Liverpool tem tudo para se tornarem referências dentro e fora de campo.
Arnold, por sua vez, um veterano aos 23 anos, já não precisa sair de sua casa para buscar o estrelato, é ídolo em sua cidade natal e uma das principais lideranças dentro do clube em que fora gandula quando jovem. Atualmente, o lateral já declarou por vezes que quer ser um exemplo para as próximas gerações.
Gerações essas que inclusive dividem com ele o campo: Curtis Jones e Harvey Elliot. Os meio-campistas que não sentem a pressão de jogar contra os maiores do continente e do país, com entendimento e inteligência tática, estão trilhando um caminho para se tornarem referências entre os garotos de Liverpool.
Fotos: sofascore.com