Na sétima rodada da Premier League, Liverpool e Manchester City dão uma aula em todas as faces do jogo

No início da tarde de domingo (03), Liverpool e Manchester City se enfrentaram no Anfield, em confronto válido pela sétima rodada da Premier League 21/22. Na primeira etapa, o time azul teve as melhores chances e, por pouco, não abriu o placar. Na segunda metade, o equilíbrio e a qualidade foram as tônicas do jogo.

PRIMEIRO TEMPO COM CITY MAIS INCISIVO

A primeira etapa começou com o Liverpool ocupando o campo de ataque e pressionando a saída de bola do Manchester. A primeira linha de ataque, formada por Mané, Jota e Salah, pressionava os quatro defensores do City no momento de início de construção de jogo e, assim, toda a equipe vermelha se adiantava para recuperar a bola próxima do gol adversário. Nos primeiros quinze minutos, o Manchester encontrou dificuldades para vencer essa pressão. Entretanto, o restante do primeiro tempo se desenrolou de outra forma.

Aos poucos, o lateral João Cancelo passou a ser mais acionado para iniciar a construção de jogo e o City começou a encontrar espaços pelo lado esquerdo seu ataque. Nesse jogo, especialmente, Grealish ocupou a faixa central do ataque e Phil Foden atuou como extremo pela esquerda.

Com isso, o atacante inglês “cria da casa” foi a principal arma de ataque do time de Manchester na primeira etapa, recebendo bolas advindas de triangulações bem trabalhadas e de ligações diretas em momentos de desorganização do Liverpool. Além do Foden, o City chegou também com Bernardo Silva e De Bruyne. O primeiro gol não saiu por erros individuais na finalização e por defesas cirúrgicas de Alisson.

Nos minutos finais da primeira etapa, as dificuldades dos “reds” ficaram mais evidentes. Rodri e Gabriel Jesus bloqueavam as tentativas de passes verticais de contra ataque pela ala esquerda do ataque vermelho e o Liverpool estava infértil, distante de levar perigo à meta do Ederson. A torcida deu sinais de impaciência e Klopp saiu correndo para o vestiário em busca de soluções.

SEGUNDA ETAPA DE EQUILÍBRIO E ESPETÁCULO

As broncas do treinador alemão foram efetivas. O Liverpool voltou para a etapa final em outra rotação. O zagueiro Matic assumiu protagonismo na saída de bola e o meio campo passou a trabalhar com mais calma. Novamente ocupando o campo de ataque, o time de Klopp chegou com muito perigo aos 49 minutos, em finalização de Diogo Jota, e, aos 59, abriu o marcador.

O City foi ao ataque com muitos homens e deixou espaços na defesa. Com isso, Mohammed Salah não perdoou. O atacante egípcio foi acionado na ponta direita, no “um contra um” frente a João Cancelo, conseguiu o drible e avançou. Diogo Jota se movimentou para o lado esquerdo na intenção de atrair marcadores e Mané fez o famoso facão. Salah acionou o senegalês, que finalizou no canto de Éderson. Jogada meticulosa, calculada nos mínimos detalhes para quebrar a última linha da equipe de Guardiola

A adrenalina inicial deixou a partida mais aberta. Os dois times abriram mão do “jogo de xadrez” e se lançaram ao ataque com todas as armas em mãos. O técnico espanhol trocou Grealish por Sterling, que alternou de posição com Foden durante vários momentos do segundo tempo, na intenção de deslocar Van Djik e Matic e explorar as costas do lateral direito improvisado Milner, amarelado desde o final da primeira etapa.

No minuto 69, Gabriel Jesus recebeu no meio, aberto pelo flanco direito, passou pela marcação de Fabinho e Jones, tocou pra Foden na faixa oposta do campo e o atacante inglês não deu chances a Alisson. O melhor jogador do tempo inicial merecia esse gol. Tudo igual no marcador.

A alegria dos blues durou pouco. Precisamente, 8 minutos, uma vez que Salah, aos 76, de novo pela direita do ataque, fez uma jogada de rara execução e habilidade. Com um drible curto, tirou Cancelo da brincadeira, depois, dois cortes alternados na frente de Laporte, depois, bola na rede de perna direita. Partida a mil na cidade de Liverpool. Um show técnico e tático. 

Para instaurar a justiça e o caráter de espetáculo do confronto, De Bruyne, que não vinha muito inspirado, encerrou o marcador. Foden (de novo ele) tocou para o meio da área, Walker fez o corta-luz, e a bola sobrou na perna esquerda do belga, que finalizou de fora da área e contou com o desvio em Matic para fechar o placar.

Um espetáculo, uma aula, uma poesia. Chame como quiser esse confronto que demonstrou os mais altos níveis de aplicação tática, estratégia, habilidade individual, condições físicas e intensidade. Não deveria ter um vencedor!

FICHA TÉCNICA

Ocasião: Liverpool x Manchester City

Local: Estádio de Anfield, Liverpool

Escalações:

Liverpool: Alisson, Milner (Gomez), Matic, Van Djik, Robertson, Fabinho, Henderson, Jones, Salah, Mané, Jota (Firmino); Téc: Jurgen Klopp.

Manchester City: Éderson, Walker, Ruben Dias, Cancelo, Rodri, Bernardo Silva, De Bruyne, Foden, Grealish (Sterling), Gabriel Jesus; Téc: Pep Guardiola.

Gols: Sadio Mané (59′); Phil Foden (69′); Mohamed Salah (76′); Kevin De Bruyne (81′).

Cartões amarelos: Ruben Dias (26′); James Milner (42′); João Cancelo (56′); Diogo Jota (65′); Bernardo Silva (77′); Fabinho (82′).

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