7ª rodada da Eredivisie
Willem II 2×1 PSV (sábado, 25 de setembro)
Zahavi (contra, 20′), Nunnely (75′) – Zahavi (30′)
Nomes do jogo: Eran Zahavi (PSV) e Joël Drommel (PSV)
No jogo que abriu a primeira rodada com estádios abertos para 100% do público, a torcida que lotou o Willem II Stadion em Tilburg viu um PSV que chegou bem mais ao ataque. Que quase abriu o placar muitas vezes – inclusive com Eran Zahavi, de cabeça, aos 18′. Dois minutos depois, porém, seria num desvio acidental, também de cabeça, que Zahavi cometeria o gol contra que deixaria o Willem II na frente. Pelo menos o atacante israelense consertou seu erro da maneira como a torcida dos Boeren espera: empatando, dez minutos depois (também de cabeça!). A partir daí, no segundo tempo, o PSV seguiu muito mais perto do gol – transformando o arqueiro dos Tricolores, Timon Wellenreuther, num dos destaques do jogo. Até que, num raro contra-ataque, Ché Nunnely chutou da entrada da área, aos 75′. E Joël Drommel foi mais uma infelicidade no dia do PSV: um “frango” inegável do goleiro rendeu o 2 a 1 ao time da casa. Festa em Tilburg: bastante eficiente, o Willem II se tornou o vice-líder da Eredivisie. Preocupação em Eindhoven: as fragilidades do PSV estão cada vez mais expostas. Zahavi e Drommel, sem querer, simbolizaram esses azares e problemas.
Ajax 3×0 Groningen (sábado, 25 de setembro)
Álvarez (40′), Antony (57′), Mazraoui (81′)
Nome do jogo: Antony (Ajax)
Bem que o Groningen tentou se proteger, com laterais velozes a ponto de ajudarem os três zagueiros, bloqueando a área contra os ataques incessantes do Ajax, e também a ponto de trazerem perigo vez por outra, em contra-ataques. Mas como em tantos outros jogos dos Ajacieden, o gol parecia questão de tempo desde o começo. Muitas chances eram perdidas – principalmente com Dusan Tadic e Sébastien Haller. Mas o 1 a 0 chegou, enfim, num cabeceio de Edson Álvarez. A partir de então, foi o habitual nas partidas mais recentes do time de Amsterdã: dominação completa, chances a granel para uma goleada, fluidez no ataque. Com Antony simbolizando isso: já coroada com a convocação para a Seleção Brasileira que disputará jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo em outubro, a boa fase do brasileiro teve um novo capítulo com um belíssimo gol, aos 57′. Substituído pouco depois por David Neres, Antony saiu aclamado, em saudações mútuas com a torcida, numa mostra do grande momento que vive na carreira. E o Ajax manteve sua liderança imperturbável na Eredivisie. Só não foi goleada, como contra Cambuur e Fortuna Sittard, pelos muitos gols perdidos.
Vitesse 1×1 Fortuna Sittard (sábado, 25 de setembro)
Frederiksen (49′) – Seuntjens (3′)
Nomes do jogo: Mats Seuntjens (Fortuna Sittard) e Yanick van Osch (Fortuna Sittard)
No começo, foi o ataque do Fortuna Sittard. Personificado no belíssimo gol olímpico com que Mats Seuntjens abriu o placar, logo aos três minutos de jogo. E mesmo ficando mais retraído na defesa após vantagem tão precoce, o time de Sittard passou sem problemas no primeiro tempo, diante de um Vitesse que tinha a bola mas era pouco criativo. Pelo menos, no intervalo, vieram a campo Oussama Tannane e Loïs Openda, capazes de dinamizarem o Vites. E o time da casa chegou ao empate em quatro minutos. Aí, foi a defesa do Fortuna Sittard. Personificada no goleiro Yanick van Osch: seguro, ele fez pelo menos três ótimas defesas, possibilitando aos visitantes saírem com um ponto ganho de Arnhem, impondo aos donos da casa o quarto tropeço seguido no GelreDome.
Utrecht 5×1 Zwolle (sábado, 25 de setembro)
Douvikas (11′), Sylla (59′), Ramselaar (64′), Mahi (66′), Janssen (86′) – Saymak (75′)
Nome do jogo: Mimoun Mahi (Utrecht)
O Utrecht também saiu cedo na frente do placar – Anastasios Douvikas, de pênalti -, mas fez um primeiro tempo deficiente. A ponto de até tomar alguns sustos do Zwolle, que teve tanta posse de bola quanto os Utregs e também criou suas chances de gol (como a bola que Gervane Kastaneer chutou no travessão – quicou um metro atrás da linha, na pequena área). A coisa só melhorou quando Mimoun Mahi veio a campo, já no começo do segundo tempo. Aí, sim, os ataques do Utrecht foram acelerados. Em sete minutos, rápidos contra-ataques renderam a transformação do placar em goleada. Um deles, inclusive, com Mahi marcando o quarto gol, personificando o crescimento de produção do time da casa na etapa final – e outro mau dia do lanterna Zwolle, que só teve consolo no bonito gol de honra de Mustafa Saymak.
Feyenoord 5×3 NEC (sábado, 25 de setembro)
Kökcü (14′), Sinisterra (17′), Til (80′, 89′), Dessers (90′ + 2) – Mattson (32′), Odenthal (44′), Verdonk (75′)
Nome do jogo: Guus Til (Feyenoord)
Por algum tempo, parecia que o nome do jogo seria Jonathan Okita, ponta-de-lança do NEC. Afinal de contas, o Feyenoord começara com tudo, fazendo 2 a 0 e ensaiando uma vitória tranquila. Os visitantes de Nijmegen tinham proteção (cinco na defesa, quatro no meio-campo), mas faltava rapidez nos ataques. Não faltou mais, a partir do gol de Magnus Mattson, graças à triangulação veloz com Okita. Pouco depois, numa falha de Tyrell Malacia, bola cruzada, e Cas Odenthal empatou. Caminho aberto para um segundo tempo excelente. De um lado, o Feyenoord pressionando; do outro, a dedicação do NEC na defesa. Dedicação que poderia ser premiada, já na reta final do jogo: aos 75′, dois minutos após entrar em campo, Calvin Verdonk virou o placar, em outra jogada com participação de Okita. Aí entrou Guus Til. No “abafa” do Stadionclub para a outra virada, o meio-campista empatou de novo, de cabeça. E chutou com gosto, no penúltimo minuto para fazer 4 a 3 e colocar a torcida em êxtase em De Kuip. Com 11 gols na temporada, Til simboliza um Feyenoord de espírito remoçado em campo.
Sparta Rotterdam 0x4 Cambuur (domingo, 26 de setembro)
Bangura (36′), Kallon (63′, 74′), Boere (90′ + 5)
Nome do jogo: Issa Kallon (Cambuur)
Ao tomar goleada inqualificável do Ajax (9 a 0, há duas rodadas), o Cambuur pareceu um time desses considerados irremediavelmente condenados ao rebaixamento. A vitória contra o Heracles Almelo, no meio de semana (2 a 1), já mostrou que a vida continuava. E nesta 7ª rodada, apostando nos contra-ataques, o time de Leeuwarden surpreendeu o Sparta Rotterdam. Também, pudera: um nome apontado como destaque constante do Cambuur, o lateral esquerdo Alex Bangura costuma aparecer exatamente pela velocidade nos contragolpes – e graças a um deles, fez 1 a 0. Porém, o verdadeiro destaque no estádio Het Kasteel ainda estava por aparecer. Já autor do passe para Bangura abrir o placar, Issa Kallon fez 2 a 0, em outro ataque aproveitando os espaços na defesa do Sparta Rotterdam. Cerca de dez minutos depois, outro contragolpe, graças a um passe de Michael Breij em profundidade – e Kallon fez 3 a 0. O gol de Tom Boere serviu “apenas” para tornar esta a maior goleada fora de casa do Cambuur em sua história no Campeonato Holandês. Para um time exposto negativamente no sábado retrasado, nada mal…
Heerenveen 2×3 Twente (domingo, 26 de setembro)
Halilovic (74′), Henk Veerman (81′) – Van Wolfswinkel (10′), Rots (42′), Van Beek (contra, 66′)
Nome do jogo: Sven van Beek (Heerenveen)
Uma defesa adversária em mau dia: era tudo o que o ataque do Twente, de elogiável nível técnico para os padrões do Campeonato Holandês, poderia querer para encaminhar mais uma vitória. Já começou no pênalti com que Ricky van Wolfswinkel abriu o placar, aos 10′, cometido pelo zagueiro Ibrahim Dresevic. Depois, aos 42′, o gol de Daan Rots teve o caminho aberto por um passe errado de Milan van Ewijk. De quebra, lesionado, o goleiro Erwin Mulder precisou ser substituído no intervalo. Mas foi o zagueiro Sven van Beek quem mais simbolizou o desempenho desastroso da defesa do Fean: no segundo tempo, Van Beek recuou uma bola tentando deixá-la para Xavier Mous (substituto de Mulder no gol) e… Twente 3 a 0, no oitavo gol contra que Van Beek cometeu em sua carreira no Campeonato Holandês, recorde histórico no torneio. Bem que o ataque do Heerenveen, também digno para os padrões da Eredivisie, correu atrás da reação no fim. Tarde demais.
AZ 5×0 Go Ahead Eagles (domingo, 26 de setembro)
Karlsson (5′, 83′), De Wit (29′), Aboukhlal (86′), Reijnders (90′ + 1)
Nome do jogo: Jesper Karlsson (AZ)
Não chegava a ser uma pressão daquelas irrespiráveis pela vitória, mas diante de um começo tão preocupante (quatro derrotas em cinco jogos), o AZ sabia que o melhor modo de acalmar a torcida era triunfar sem problemas diante do Go Ahead Eagles. Jesper Karlsson foi o responsável por tranquilizar rapidamente as coisas, completando jogada para o 1 a 0. De certa forma, foi o primeiro sinal de que os Alkmaarders dominariam a partida. O segundo gol, que Dani de Wit fez com sua cabeça, deu sequência a esse domínio. E nem mesmo a atuação apenas correta do time da casa correu riscos, diante de visitantes pouco ameaçadores. Se surgisse qualquer dúvida, aliás, coube a Karlsson fazer o terceiro gol, de pênalti, já na reta final do jogo. E a vitória já tranquilizadora se transformou em goleada – com destaque para um belíssimo gol de Tijjani Reijnders, repetindo o que fizera na rodada passada (chute de fora da área, no ângulo). Mas foi Karlsson o grande destaque. O atacante sueco já começa a assumir o protagonismo, num AZ que perdeu muitos de seus destaques.
Heracles Almelo 1×0 RKC Waalwijk (domingo, 26 de setembro)
Burgzorg (59′)
Nome do jogo: Delano Burgzorg (Heracles Almelo)
Desde o pontapé inicial em Almelo (com o apito dado por torcedores sorteados do time da casa, em promoção repetida noutros jogos), o Heracles Almelo dominou o ataque, criando jogadas especialmente pelas pontas. O problema é que nada disso resultou em bola na rede. Nem mesmo em chances concretas – e isso rendeu vaias dos adeptos. Faltava um momento brilhante, ainda mais em se tratando do time cujos jogadores completaram mais dribles em todo o Campeonato Holandês, até agora. Ele só veio aos 59′, quando um dos atacantes mais perigosos dos Heraclieden enfim resolveu uma jogada sozinho: Delano Burgzorg driblou dois, entrou na área e chutou, quase sem ângulo, no alto da meta, para o 1 a 0 final. Vitória que abrilhantou mais um dia festivo no clube alvinegro de Almelo, com o 100º jogo sob o comando do alemão Frank Wormuth e a saudação a Tim Breukers, jogador com mais partidas na história do clube pela Eredivisie, de carreira recém-encerrada.