5ª rodada da Eredivisie
Sparta Rotterdam 1×1 NEC (sexta-feira, 17 de setembro)
Mijnans (44′) – Okita (37′)
Nome do jogo: Dirk Proper (NEC)
A rigor, o jogo em Roterdã foi mais cadenciado. A não ser pelos dois gols na reta final do primeiro tempo, e chances um pouco mais frequentes no segundo tempo, nada de mais aconteceu no estádio Het Kasteel. Pelo menos, o NEC sai tendo o que comemorar: o bom começo lhe deixa momentaneamente colocado entre os ponteiros. E o meio-campo simboliza o retorno auspicioso dos Nijmegenaren à primeira divisão: há a experiência de Lasse Schöne, mas quem comanda o setor é o jovem Dirk Proper, ditando o ritmo do jogo. Fica mais fácil para nomes como Bart van Rooij e Iván Márquez serem firmes na defesa. E para gente como Ali Akman e Jonathan Okita trabalharem no ataque
Heerenveen 1×0 Fortuna Sittard (sábado, 18 de setembro)
Henk Veerman (5′)
Nome do jogo: Henk Veerman (Heerenveen)
A partida em Heerenveen mal tinha começado, quando o Heerenveen ficou na frente. Contando com a dupla que já tem a confiança da torcida desde a temporada passada: os Veerman (que, apesar do sobrenome igual, não têm nenhum parentesco). Joey Veerman cobrou escanteio, e Henk Veerman fez seu terceiro gol na temporada – o terceiro de cabeça, algo previsível para os 2m que tem. Foi o suficiente em todos os 90 minutos: o Fean pôde se proteger na defesa – mesmo sendo sempre perigoso nos contra-ataques, principalmente a cargo de Tibor Halilovic. E o Fortuna Sittard, mesmo tendo a posse de bola, nunca trouxe perigo suficiente para ameaçar outro bom resultado do time da Frísia.
Willem II 2×1 Groningen (sábado, 18 de setembro)
Wriedt (5′), Saddiki (24′) – Suslov (61′)
Nome do jogo: Kwasi Wriedt (Willem II)
No começo do jogo, o Willem II acuou o Groningen em seu campo de defesa, com muita rapidez e intensidade. Kwasi Wriedt foi o símbolo disso: ele esteve atento para finalizar rapidamente e abrir o placar logo aos cinco minutos de jogo. Aos 24′, ele passou para o segundo gol dos Tricolores: cruzamento para o voleio de Dries Saddiki. Entre esses dois gols, Wriedt manteve a bola, atraiu marcação, enfim, causou muitos problemas a um Groningen assustado. Os visitantes só ganharam algum ânimo quando surgiu o gol de honra, numa falha do goleiro Timon Wellenreuther na saída de bola, que Tomas Suslov aproveitou. Aí, sim, os visitantes buscaram o empate, pressionaram com perigo. Mas o Willem II se aguentou – em grande parte, por aquele bom começo capitaneado tecnicamente por Wriedt.
Ajax 9×0 Cambuur (sábado, 18 de setembro)
Timber (16′), Berghuis (19′), Mazraoui (29′), David Neres (38′, 84′), Tadic (60′), Daramy (64′), Haller (67′), Danilo (76′)
Nome do jogo: David Neres (Ajax)
Numa entrevista pré-jogo, na ESPN holandesa, o técnico Erik ten Hag explicava a escalação de David Neres no Ajax: era hora do atacante brasileiro, já sem o mesmo espaço dentro do time costumeiramente escalado, mostrar seu valor para voltar a fortalecer sua posição. Demorou para isso acontecer: no começo do jogo, a estrela Ajacied foi Jurriën Timber – e prova disso foi seu espantoso avanço da defesa ao ataque, no primeiro gol. Mas aí, David Neres apareceu, quando o placar já marcava 3 a 0: com um bonito voleio, o brasileiro marcou o quarto gol. E simbolizou, no segundo tempo, a volúpia ofensiva do time de Amsterdã, que foi enfileirando gols e mais gols diante de um Cambuur em dia fragílimo na defesa. Gols que vinham de titulares habituais (Dusan Tadic, Sébastien Haller) e de reservas que tiveram seu espaço no jogo (Mohammed Daramy, Danilo). Mas dois gols… só David Neres. Que mereceu os elogios de Ten Hag, no fim do jogo: “Ele quis uma transferência, mas não aconteceu. Agora ele transformou essa chateação em motivação. Está fazendo isso também nos treinos. Podemos tirar prazer disso tudo”. Também se pôde tirar a justificação da escalação…
Utrecht 2×2 RKC Waalwijk (sábado, 18 de setembro)
Gustafson (4′), Douvikas (52′) – Odgaard (20′), Büttner (45′)
Nome do jogo: Richard Martens, o árbitro
Só nos primeiros seis minutos, já houvera um gol (Simon Gustafson abrindo o placar para o Utrecht) e um pênalti perdido (Jens Odgaard tivera a chance do empate para o RKC Waalwijk, mas bateu rasteiro e fraco, e o goleiro Maarten Paes pegou a cobrança do penal). Um jogo quente acabou sendo esfriado à força, por volta dos 20 minutos: em decisão criticada por ser exagerada, o juiz Richard Martens decidiu interromper o jogo após pegar um isqueiro atirado no gramado do estádio De Galgenwaard, mesmo sem atingir ninguém – e mesmo que o ambiente no estádio estivesse longe de ser tenso. Interrupção encerrada e jogadores de volta ao campo, a partida continuou animada com bola rolando. Apostando numa forte defesa e nos contra-ataques, o RKC virou o jogo, em boa atuação de Odgaard. A pressão do Utrecht começou logo no início do segundo tempo. Teve frutos, no gol de Anastasios Douvikas (destaque ofensivo dos Utregs). E seguiu ao longo dos últimos 45 minutos, culminando num gol de Mike van der Hoorn, que só não foi validado porque a bola tocara na mão de Adrián Dalmau antes da conclusão. O VAR viu e anulou, nos acréscimos. Nada mais digno para um jogo inesperadamente turbulento.
Go Ahead Eagles 1×0 Zwolle (domingo, 19 de setembro)
Botos (77′)
Nome do jogo: Giannis Botos (Go Ahead Eagles)
No primeiro tempo (também interrompido por alguns minutos – mas aí, com motivos: torcedores do Zwolle jogaram sinalizadores no gramado), o Go Ahead Eagles já criou chances de gol mais perigosas, com Boyd Lucassen e Marc Cardona. Porém, o princípio da segunda etapa assustou: o Zwolle não só pressionou, como quase teve um pênalti a favor – o juiz Kevin Blom até apitou bola na mão de Gerrit Nauber, logo no primeiro minuto, mas o VAR aconselhou e Blom anulou o pênalti após a revisão. Foi o alerta de que as Águias precisavam: alterações foram feitas, o time voltou a ser dominante no ataque… e coube a Giannis Botos, já despontando como destaque do time de Deventer neste começo de temporada, fazer o gol da vitória no “dérbi do Ijssel”.
PSV 0x4 Feyenoord (domingo, 19 de setembro)
Toornstra (45′ + 1, 85′), Linssen (71′), Dessers (90′ + 2)
Nomes do jogo: Jens Toornstra (Feyenoord) e Roger Schmidt (técnico do PSV)
O PSV embarcou na animação da torcida durante boa parte do primeiro tempo: tanto Mario Götze quanto Cody Gakpo trouxeram problemas constantes à defesa do Feyenoord. Só que o time de Roterdã não estava acuado. Longe disso: de vez em quando, nos contra-ataques, sempre aparecia com perigo para lembrar que estava vivo. E provou isso de vez quando Jens Toornstra fez 1 a 0 no lance final do primeiro tempo – um golaço, de voleio, para completar um contragolpe. Para tentar resolver as coisas no segundo tempo, Roger Schmidt já recheou o PSV de mudanças: foram três, só no intervalo. Não só não deu certo, como a quarta alteração (tirar Cody Gakpo para colocar Carlos Vinícius, mudando o ataque aos 61′) deixou os Boeren menos dinâmicos na frente. O Feyenoord, por sua vez, teve mais espaço para seguir contra-atacando. E deslanchou rumo à goleada consagradora, para encerrar os 100% de aproveitamento do adversário no clássico. Com Toornstra marcando mais um gol, para simbolizar: existe vida e ânimo no Stadionclub, depois de Steven Berghuis.
Vitesse 1×4 Twente (domingo, 19 de setembro)
Darfalou (62′) – Pröpper (3′, 55′), Van Wolfswinkel (42′), Vlap (60′)
Nome do jogo: Robin Pröpper (Twente)
O zagueiro Robin Pröpper já vinha badalado no Twente – quando nada, por causa do belíssimo gol que definira a vitória diante do Utrecht. Bastaram apenas três minutos de jogo em Arnhem para que Pröpper desse sequência ao seu inesperado lado goleador: de cabeça, fez 1 a 0, diante de uma defesa do Vitesse muito frágil nas bolas aéreas. O Vitesse até pressionou aqui e ali, mas um pênalti pouco antes do intervalo, convertido por Ricky van Wolfswinkel, aumentou a tranquilidade do Twente. Que se valeu de mais um cabeceio de Pröpper para o 3 a 0, e de um rápido contragolpe finalizado por Michel Vlap para os 4 a 0 impressionantes. O Vitesse até diminuiu logo depois – e de todo modo, o clima no estádio já era amistoso, por ser um dia de homenagens (o “Jogo de Airborne”, celebrando os veteranos de Arnhem que lutaram na Segunda Guerra Mundial). Mas o time da casa teve de amargar outra dura derrota em casa. O Twente comemorou um bom dia, graças principalmente a Robin Pröpper, seu surpreendente homem-gol – são quatro gols do zagueiro no campeonato, um abaixo de Sébastien Haller, artilheiro da Eredivisie.
Heracles Almelo 3×2 AZ (domingo, 19 de setembro)
Sierhuis (45′ + 1), Burgzorg (73′), Vloet (90′ + 4) – Gudmundsson (19′), Reijnders (89′)
Nomes do jogo: Jordy Clasie (AZ) e Rai Vloet (Heracles Almelo)
No primeiro tempo, quando retomava a bola de um Heracles recuado, o AZ pressionava mais – até abrir o placar, num belo chute de Albert Gudmundsson. Era um jogo tranquilo para os visitantes de Alkmaar… até que Jordy Clasie foi expulso, aos 44′, após o VAR pedir a revisão de um carrinho do volante. Nem foi necessário esperar muito para ver as consequências: poucos instantes depois, Kaj Sierhuis empatou para o Heracles, num belo chute de longe. No segundo tempo, diante de um AZ obviamente mais retraído, o time da casa teve paciência para esperar a chance e virar o jogo – chance que veio com Delano Burgzorg. A vitória parecia garantida. Mas o fim do jogo trouxe emoções surpreendentes. Primeiro, em mais um chute de longe: Tijjani Reijnders empatou, quando ninguém esperava mais nada. Definido? Nada disso. Porque aos 90′ + 4, no último lance do jogo, Rai Vloet cobrou falta com precisão para a vitória do Heracles Almelo. Vitória esperada, com emoções inesperadas.