Sem dúvidas essa temporada européia promete grandes jogos com excelentes jogadores. Não importa se é Liga dos Campeões ou Liga Europa, os jogos são emocionantes. E o torcedor do Napoli tem motivos para se orgulhar da sua euipe. Afinal, são 12 jogos de invencibilidade somando Campeonato Italiano e agora Liga Europa.
Mas na estreia da equipe italiana na competição européia se resume a um jogador: Victor Osimhen. O nigeriano assumiu a responsabilidade como homem de área da equipe. Fez uma grande partida e marcou dois gols, mostrando todas as qualidades que o fizeram ser contratado pelo clube na última temporada.
Primeiro tempo: bobeada e pressão constante
Com Lozano de titular no lugar de Politano, Spalletti quis uma equipe rápida e atacando o Leicester City em todos os flancos do ataque. A pressão gerou uma finalização logo no começo com Osimhen. Apesar de ter a posse de bola o Napoli dava muitos espaços para os ingleses contra-atacar e por duas vezes teve a possibilidade de levar o gol.
Na primeira, troca de passes e Barnes finalizou para fora e na segunda com 9 minutos, cruzamento de Barnes e Ayoze Pérez, sozinho finalizou e abriu o placar. Falha de Di Lorenzo, que improvisado na lateral- esquerda não conseguiu acompanhar o meia espanhol. Aliás é no setor esquerdo napolitano o verdadeiro calcanhar de Áquiles do time e o Leicester soube aproveitar.
O gol não abalou a equipe Partenopea, que manteve a posse e criou ótimas oportunidades em que Kasper Schmeichel, fez três grandes defesas.
O gol no começo deu ao Leicester o poder de recuar e deixa a bola com os italianos, se dando ao luxo de jogar nos contra-ataques em praticamente todo o jogo. Não propondo o ritmo da partida, apenas segurando o Napoli, tentando segurar a vitória.
Segundo tempo: VAR e segundo gol inglês
O segundo tempo mostrou como os ingleses queriam frear o rápido ataque napolitano. Brendan Dodgers, técnico do Leicester fez duas mudanças importantes. Ao tirar Ayoze Pérez e colocar o belga Tielemans, dava claros sinais de que não atacaria usando seu meio-canpo e também a mudança de um zagueiro experiente (Evans) por um mais polivante que pode jogar como lateral e beque central (Söyüncü), incentivou o técnico Luciano Spalletti a colocar sua equipe quase que toda no campo de ataque.
A estratégia deu certo e se aproveitando dos erros napolitanos conseguiu marcar o segundo com Daka, em outra bobeada do lado esquerdo da equipe italiana. Mas o VAR anulou o gol alegando impedimento do atacante inglês. Mesmo com a anulação, parece que o Napoli se perdeu em sua própria pressão e em um raro momento de desatenção de Insigne na carreira, veio o segundo gol. Passe errado do capitão para Fabián Ruiz, troca de passes rápidas de Iheanacho que encontrou Barnes na ponta direita para finalizar cruzado. Um belo gol em outra falha do Napoli.
Victor Osimhen em sua melhor partida da carreira
Mas para Victor Osimhen não há partida perdida. Foram três finalizações (todas certas), dois gols, 100% de aproveitamento nos passes e dribles e seis de onze duelos pela bola vencidos. Um verdadeiro leão em campo. Se movimentou por todos os lados do ataque sempre buscando tabelas com Insigne e Ruiz. E foi esse trio que quatro minutos após o segundo gol do Leicester conseguiu diminuir a partida com um golaço do nigeriano, chapelando o zagueiro e tocando por cobertura.
Osimhen e sua dedicação em campo foram fundamentais para a reação napolitana. Não só pelos gols mas pela dedicação tática e física, inspirando seus companheiros a se entregarem mais no jogo.
O segundo gol foi uma clara prova disso. Politano (entrou no segundo tempo) cruzou e o camisa 9 subiu mais alto diante de três marcadores adversários e igualou a partida, aos 42 minutos, um prêmio para o esforço da maior contratação da história do Napoli em sua melhor exibição com a camisa do clube.
Aula tática de Luciano Spalletti
Mas os méritos da vitória não ficam só para Victor Osimhen e sua dedicação em toda a partida. O treinador Luciano Spalletti merece aplausos por saber usar o jovem e bom elenco que possui. Antes do segundo gol do Leicester, colocou em campo Politano (na vaga de Lozano) e Elmas (no lugar de Zielinski). Tirava velocidade no ataque, trazendo para este recurso no meio-campo, deixando assim, Osimhen mais preso como centroavante.
O primeiro gol Azurri, trouxe ânimo ao técnico que ousou taticamente sacando Insigne (cansado), Anguissa e Malcuit. As entradas de Ounas, Petagna e o brasileiro Juan Jesus, fizeram com que o time jogasse no 3-5-2, com Ounas e Politano nas pontas, Di Lorenzo mais centralizado porém próximo de Politano. Fabian Ruiz na marcação junto com Elmas. Petagna e Osimhen, ambos jogadores de muita força física ficaram na área para brigar com os defensores ingleses.
Essa mudança foi fundamental, pois ao tirar a mobilidade de Victor que correu o jogo inteiro, deu ao camisa 9 a possibilidade de revezar com Petagna as disputas aéreas nas jogadas que viriam na reta final da partida. O gol foi um brinde a boa visão de jogo que Spalletti teve ao perceber que com o 2 a 0, os adversários iriam relaxar e segurar a partida.
Os números evidenciam o domínio que o Napoli teve em sua estreia na Liga Europa. Com 54% de posse de bola (chegou a ser de 63%), alinhada as 22 finalizações contra sete dos rivais, oito escanteios a dois e apenas sete faltas contra 14 do Leicester. São estatísticas animadoras que trazem ânimo ao time e torcida. De fato o Napoli poderia até ter vencido a partida e Luciano mostra neste começo de temporada que pode voar alto sim mesmo com tantos jogos duros pela frente. Afinal, mesmo jogando fora de casa, foi superior ao adversário e se comportou como se estivesse na Itália diante da sua torcida.
Em um grupo com Legia, da Polônia e Spartak, da Rússia, a classificação virá para ambos os rivais de uma noite de futebol de altíssimo nível. O Leicester volta a campo domingo contra o Brighton, fora de casa e o Napoli também ficará longe de casa novamente quando enfrenta a Udinese, apenas na próxima segunda-feira (20/09).