Napoli faz segundo tempo espetacular e vence Juventus de virada

Sempre que Napoli e Juventus se enfrentam no estádio Diego Armando Maradona (antigo San Paolo), a cidade de Nápoles para. É uma partida única. Não importam as circunstâncias e o momento em que os times se encontram, é de fato, um verdadeiro clássico.

A primeira contra a quarta maior torcida do país; duelo entre o Norte e o Sul da Itália e confrontos de tirar do fôlego com inúmeras disputas por Scudetto como nos anos 80/90 e na última década (2010-2020).

Era uma tarde especial para o Napoli. Afinal, Spalletti disputava seu primeiro clássico, Insigne entrava em campo pela 400° oportunidade com a camisa do clube do coração e o time estava em busca dos 100% de aproveitamento, algo que não acontecia desde 2013 (quando com Rafa Benítez, o time conseguiu quatro vitórias nos primeiros quatro jogos da Serie A).

Começo ruim para o Napoli

A partida começou tensa, com pressão na saída de bola dos jogadores napolitanos em cima dos visitantes, criando um boa oportunidade com Politano de cabeça. Taticamente, Osimhen sairia da área para trocar passes com Insigne e Politano fazendo o movimento de centroavante alterando com o nigeriano para que sempre tivesse um jogador dentro da área para finalizar.

Apesar da pressão do Napoli no começo do jogo, um vacilo proporcionado por Manolas prejudicou a equipe, permitindo que Morata roubasse a bola e abrisse o placar. O gol deixou a equipe desnorteada a ponto de quase levar o segundo gol com Kulusevski em outra jogada de Morata.

Um jogador importante para a reação Partenopea foi o estreante André Zambo Anguissa, que veio por empréstimo do Fulham, da Inglaterra. O camaronês fez uma partida impecável, como se já estivesse no clube a algum tempo. Teve aproveitamento de 97% dos passes, sofreu três faltas, criou duas boas chances de gol, além de ter interceptado duas bolas do adversário e ter realizado um desarme. Números bons para um jogador que chega ao clube com status de substituir Diego Demme, lesionado e com características parecidas com o ídolo Jorginho, hoje peça fundamental na seleção Italiana e no Chelsea.

Segundo tempo implacável

Spalletti armou bem a equipe e mesmo perdendo não deixou de se arriscar deixando espaços nas laterais para a Juventus. Mas a organização do time era impressionante, pois tanto no primeiro como no segundo tempo não deixou de ter no mínimo 65% de posse de bola. Para se ter uma ideia, somando ambos os períodos da partida, o Napoli teve 25 finalizações (6 no gol) contra oito da Juventus (4 certas), além de 13 a um em escanteios e 18 desarmes contra 11 da Vecchia Signora.

O segundo tempo foi um verdadeiro bombardeiro napolitano. Allegri não conseguia organizar a Juventus contra o rápido time Azurri. A ausência de Federico Chiesa e a saída de Cristiano Ronaldo prejudicaram e muito o esquema tático que o treinador havia planejado para a temporada. Chegou a colocar De Ligt que é zagueiro no lugar de Pellegrini (lateral-esquerdo) para conter o rápido ataque dos donos da casa.

Prevendo a retranca do adversário que praticamente abdicou do ataque, Spalletti chegou a colocar cinco jogadores mais ofensivos na área juventina, com Ounas, Anguissa, Politano, Osimhen e Insigne, pressionando a defesa adversária e conseguindo o empate após boa finalização de Insigne, em que Politano (como eu havia falado antes) presente na área para empatar a partida.

Virada inesquecível

O gol tirou todo o peso do Napoli que passou a jogar solto, esperando o momento certo para poder virar o jogo. Luciano Spalletti sacou Politano (cansado) do time para dar lugar a Lozano. A ideia era que Lozano e Insigne torturassem os zagueiros da Juventus e Osimhen ficasse na área como um clássico centroavante.

A pressão ofensiva foi tão intensa que aos 85 minutos em um cruzamento de Zielinski a bola desviou em Moise Kean e sobrou para Koulibaly marcar o gol da virada. Foi a primeira virada do Napoli sobre os Bianconeri desde 2010 (perdia por 1 a 0 e virou para 3 a 1). Além disso, a Juventus não fica sem vitória nos primeiros três jogos da Serie A desde 2015/16 (são dois inícios ruins para a equipe em 52 participações na primeira divisão). Outro fator negativo é que desde 2015/16 que a Vecchia Signora não termina nenhuma das três rodadas iniciais do campeonato sem levar gols. De fato é um péssimo começo de temporada para a maior campeã da Itália enquanto os atletas Partenopei vivem seu melhor momento em 2013/14.

O que esperar de ambos os times

Tem muito campeonato pela frente e ambos os times devem oscilar muito mas a impressão que fica é que Allegri terá mais trabalho para organizar a Juve do que Spalletti para fazer esse Napoli ganhar títulos novamente já que claramente o sistema defensivo dos Bianconeri já esta ultrapassado, sendo alvo fácil dos adversários que sabem que se pressionar com sabedoria podem criar boas chances de gol.

Para os napolitanos a lição que devem tirar da partida é que as vezes é melhor dar um chutão para frente do que tentar sair jogando porque as duas grandes chances que a Juve vieram de saídas erradas de jogadores no campo de defesa.

Com Chiesa, é um outro time a Juventus, mais ofensivo e veloz dando mais espaços para Morata fazer o que sabe. Enquanto para Spalletti, se o time titular não ficar desgastado e manter o controle da posse de bola e a criação de boas jogadas de ataque da para sonhar com títulos, pois a temporada é longa e algumas opções possui no elenco, faltando apenas um lateral-esquerdo e outro atacante para revezar com Osimhen.

Ambos os times entram em campo já no meio da próxima semana. A Juventus viaja a Suécia para a abertura do grupo H da Champions League contra o Malmö, na terça-feira e o Napoli vai para a Inglaterra jogar a Europa League contra o Leicester City, na quinta-feira.

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