Lorenzo Insigne: ídolo, capitão e disposto a bater mais recordes pelo Napoli

Toda criança napolitana sonha ou já sonhou em ser jogador de futebol, principalmente em vestir a camisa do time que representa a cidade e o povo do Sul da Itália; a Società Sportiva Calcio Napoli.

Em meio a tantos jovens que passaram pela categoria de base do clube, um conseguiu atingir o patamar de grandes ídolos do clube e temporada após temporada sobe degraus para chegar ao topo em inúmeras estatísticas.

Insigne corre atrás dos recordes

Lorenzo Insigne não é só o camisa 24 do Napoli, é o capitão e representante nato do torcedor dentro do clube. Neste sábado (11/09), diante da Juventus, “Il Capitano” chegará a marca de 400 partidas pelo time do coração somando todas as competições, ficando em quarto lugar atrás de Antonio Juliano (505), Giuseppe Bruscolotti (511) e Marek Hamsik (520). Além disso, se pensarmos apenas em partidas válidas pela Serie A, Insigne entrará em campo pela 308° vez ficando a dois jogos de igualar o quarto colocado Moreno Ferrario (310). Hamsik lidera a lista, com 408 presenças na primeira divisão vestindo a maglietta azzurra.

Quando pensamos em Napoli, logo vem a mente o nome de Diego Armando Maradona, maior ídolo e jogador que já passou pelo clube, a ponto de ter a sua camisa 10 aposentada da lista de números disponíveis para que um jogador possa vesti-la. Mas para Lorenzo não falta muito para se aproximar do ídolo Diego, já que está a cinco gols de igualar os 115 de D10S e a 25 de empatar com o amigo e companheiro de time, Dries Mertens.

Empréstimos para outros times

Mas quem olha o capitão napolitano hoje não sabe o quanto ele lutou para atingir o posto de titular da equipe e muito menos de capitão. Insigne estreou como profissional em 2010, mas foi emprestado para o Cavese, da terceira divisão, tendo jogado apenas dez partidas pelo clube. Foi emprestado novamente para outra equipe da Serie C: Foggia, em 2010/11.

Pelo clube foram 33 partidas e 19 gols marcados, ótimos números para o ponta esquerda que estava evoluindo a cada temporada. Na época seguinte, chegou ao Pescara para trabalhar novamente com o treinador Zeman, com quem Lorenzo tinha trabalhado na temporada anterior no Foggia. E foi pelos Delfini, que mostrou o futebol necessário para voltar ao Napoli. Na equipe da região de Abruzzo, ao lado de Immobile e Verratti (ambos companheiros da atual seleção da Itália), formou um dos melhores time da história do Pescara, ficando com o título da Serie B e ganhando o prêmio de melhor jogador da competição.

Retorno ao Napoli e sucesso imediato

Na temporada 2012/13 voltou ao clube do coração para fazer parte de um elenco cheio de jogadores famosos como Cavani, Hamsik, Pandev, Zuñiga, Armero entre outros. Mesmo sendo reserva, participou de 43 jogos, marcando cinco gols e dando sete assistências. Mas foi em 2013/14 que Lorenzo ganhou de vez a titularidade e o seu primeiro título com o clube ao vencer a Copa Italia na final contra a Fiorentina, marcando inclusive dois gols na vitória de 3 a 1 e sendo o artilheiro da competição.

Conquistou a Supercopa da Itália em 2014 contra a Juventus e a Copa Italia em 2019/20 novamente contra a Vecchia Signora.

Sua melhor temporada em termos de números pelo Napoli foi em 2015/16, quando em 49 partidas marcou 20 gols, sua época mais artilheira em toda a sua carreira. Sob o comando de Maurizio Sarri, Lorenzo viveu seu melhor momento na carreira. Batendo na trave pelo tão sonhado Scudetto em três oportunidades, em 2015/16, 2017/18 e 2018/19, períodos em o clássico Juventus e Napoli voltou ao mesmo patamar dos anos 80 e 90, período em que jogavam de igual para igual e também onde Insigne se consolidou como o principal jogador do time.

Capitão e principal jogador

Após a saída de Marek Hamsik, ao final da temporada 2018/19, Insigne tornou-se oficialmente o capitão do Napoli, título que ele carrega até hoje. O camisa 24 sempre foi dedicado em campo e chama a responsabilidade nos momentos mais difíceis da equipe, sendo o porta-voz do time com os torcedores e diretores do clube. De forte temperamento, não foge da imprensa, sabe criticar os companheiros e sempre os apoia na busca de grandes conquistas. Era muito próximo de Diego Armando Maradona, com quem possuíam forte amizade. Diego chegou a dizer em uma entrevista que Lorenzo era digno de usar a camisa 10 por ser tão empenhado em campo e dar a vida pelo Napoli.

Um fato curioso, é que nas últimas temporadas e atualmente, Lorenzo recebeu diversas propostas para deixar o Napoli e até o momento segue no clube do coração. Tottenham, Everton, Real Madrid, Barcelona, Inter de Milão entre outros clubes já tentaram a contratação do camisa 10 da seleção Italiana mas sem sucesso.

Insigne e as competições européias

Uma competição em que Lorenzo sonha em conquistar é a Liga dos Campeões. Mas infelizmente o capitão Partenopei não conseguiu levar a sua equipe no mínimo até às quartas de final, feito que nem o próprio Maradona conseguiu. Pela competição européia, Insigne tem seis participações, com 30 partidas e 11 gols, ficando apenas cinco gols de distância de Dries Mertens, líder da lista e que possui 16 bolas na rede pela equipe napolitana.

Lorenzinho como é carinhosamente chamado por companheiros, familiares e torcedores possui inúmeros momentos marcantes na competição como em 2016/17, quando nas oitavas-de-final marcou um lindo gol praticamente do meio-campo, na derrota de virada para o Real Madrid por 3 a 1 no estádio Santiago Bernabéu, time que viria a ser campeão naquela edição. Mas claramente o fato de Lorenzo e seus companheiros nunca terem passado pelas oitavas da competição se deve também pelo azar de sempre enfrentarem times fortes como aconteceu em 2019/20 quando esteve diante do Barcelona de Messi e foi eliminado com um agregado de 4 a 2, tendo inclusive jogado mais que a equipe catalã mas levou o empate e terminou a partida em 1 a 1.

O melhor momento de Insigne em torneios da UEFA foi em 2014/15 quando chegou às semifinais da Liga Europa e enfrentou o Dnipro, da Ucrânia, sensação naquela competição mas acabou eliminado com a soma de 2 a 1 para os adversários.

Infelizmente para o camisa 24 e também os tifosi napolitani, os feitos de Maradona quase foram igualados, com o resultado de uma semifinal de Liga Europa (Maradona foi campeão), três vices da Serie A (Diego foi bicampeão) e duas vezes nas oitavas de final (Maradona também nunca chegou às quartas). Mas de fato, Insigne ao lado de Mertens foram os únicos a se aproximarem de D10S com seus feitos no clube possuindo pelo menos uma Copa Italia a mais que o místico camisa 10 (duas da dupla contra uma do maior jogador da história do clube).

Seleção Italiana e importância tática

No dia 2 de setembro de 2012, Cesare Prandelli, convoca Lorenzo Insigne pela primeira vez para a seleção Italiana nos jogos contra Bulgária e Malta, válidas pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

O primeiro gol do camisa 10 da Azzurra foi no amistoso contra a Argentina em que a Itália perdeu por 2 a 1 no estádio Olímpico de Roma. Em Copas do Mundo, possui apenas um jogo, disputado no Recife, com a derrota para a Costa Rica por 1 a 0.

Ao todo, disputou uma Copa do Mundo, em 2014 (deve ser convocado para o Mundial de 2022), duas Eurocopas, em 2016 e 2021 (sendo campeão em 2021), com um total de 49 partidas e 10 gols para o napolitano.

É inegável a importância tática que Lorenzo Insigne tem para o Napoli e também para a seleção. Foi titular em seis dos sete jogos da equipe na última Euro, marcando dois gols, um deles uma pintura contra a Bélgica, nas quartas.

Destro mas sempre atuando pelo lado esquerdo, gosta de atrair a marcação e partir em alta velocidade sob os seus adversários. É um jogador muito veloz e de dribles curtos e com um chute colocado que se tornou sua marca registrada. Lembra muito os jogadores de futsal que sempre trabalham com a bola colada ao pé e possui uma excelente visão de jogo, sendo muito comum os lançamentos em profundidade e as viradas de jogo.

Durante a Euro 2020 (2021), Insigne foi importante no setor defensivo. Apoiando constantemente o lateral Emerson Palmieri e fazendo tabelas com Jorginho, relembrando os velhos tempos em que a dupla atuou junto pelo Napoli.

Na seleção Lorenzo joga com muita responsabilidade defensiva. Mancini gosta de usar a velocidade do ponta para iniciar as jogadas no meio em busca do centroavante da equipe (Immobile ou Belotti) ou de abrir espaço na área do adversário para que Jorginho, Barella ou Verratti possam chegar com plenas condições de finalizar.

Já no Napoli, joga com total liberdade por todo o campo. Bate faltas, pênaltis e escanteios. Além disso, tem momentos em que atua como meia de armação, meia esquerda, ponta esquerda e até mesmo como segundo atacante. Em todas as funções, realizou um bom trabalho. Faz jus ao título de capitão do time ao chamar o jogo para si o tempo todo.

É muito difícil ver um gol do Napoli sem a bola ter passado pelos pés de Insigne, pois com a sua velocidade alinhada com técnica e muita visão de jogo, fica nítida a importância do camisa 24 em todos os esquemas táticos dos últimos treinadores como Walter Massarri, Rafa Benítez, Sarri, Ancelotti, Gattuso e Spalletti. Com todos esses bons treinadores, Lorenzo tem sido a chave para a vitória.

Sem dúvidas que o jogador de 30 anos teria vaga em outros grandes times europeus e ao trabalhar com tantos técnicos renomados no futebol italiano, fica evidente a alta qualidade de Lorenzo Insigne que vem evoluindo ano após ano. Agora resta esperar quais recordes o capitão napolitano vai quebrar nesta temporada e quantos títulos deve conquistar seja pelo clube do coração ou pela seleção nacional.