Vacilo da Azzurra! Nem tanto pelo placar, mas pelo contexto do jogo. Jogando na Basileia, a Itália atacou mais, teve chances de marcar e ainda desperdiçou um pênalti com Jorginho. No fim, somente o empate por 0 a 0 com a Suíça. De fato, um resultado que não deveria ser considerado ruim, por ser fora de casa, mas que ganha contornos dramáticos em função do empate contra a Bulgária na última rodada.
Agora, com dois jogos a menos no grupo C das Eliminatórias, a Suíça pode ultrapassar a Itália e assumir a liderança – somente uma equipe da chave se classifica diretamente para a próxima Copa do Mundo. Com isso, para os Azzurri, resta vencer os três compromissos que ainda constam no calendário. Um deles, inclusive, contra a própria Suíça, dessa vez em casa, e que promete ser um verdadeiro JOGAÇO!
No entanto, a partida também simbolizou uma marca especial para a seleção da Bota. Com mais um jogo sem perder, a Itália igualou o recorde mundial, que pertencia à seleção brasileira, de 36 partidas invictas consecutivamente. Uma grande amostra do trabalho excelente que a Azzurra realiza desde o final de 2018, quando esta sequência começou.
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⏱️ FT – No way through at St. Jakob-Park.#SUIITA 0️⃣-0️⃣#Azzurri #VivoAzzurro pic.twitter.com/kJ8R5ZTUky
— Italy ⭐️⭐️⭐️⭐️ (@Azzurri_En) September 5, 2021
Uma barreira chamada Sommer
Destaque da última Eurocopa, o goleiro Yann Sommer, mais uma vez, fez a diferença. Isso porque o arqueiro foi responsável por SETE defesas nos dez arremates da Itália, ficando com a maior nota do jogo segundo o site SofaScore. De fato, Sommer esteve em um nível muito elevado. No primeiro tempo, defendeu bola cara a cara com Domenico Berardi. Já no segundo, agarrou com tranquilidade o pênalti (mal) batido por Jorginho – que já havia perdido cobrança de forma semelhante na disputa de penais da final da Euro.
Enfim, novamente a Itália criou mais que sua adversária. No entanto, se contra a Bulgária o problema foi a falta de precisão, dessa vez a campeã europeia esbarrou na muralha suíça. Um alento para a equipe de Roberto Mancini, que não ve apresentando o mesmo futebol eficiente da Eurocopa, mas que também não protagoniza partidas terríveis. É uma questão de encaixe. Por enquanto, as coisas não vem dando certo para a Itália.
Jogadores abaixo da crítica
E, novamente, a Itália acabou sofrendo devido às más atuações de atletas importantes do time. São os casos de Lorenzo Insigne e, principalmente, Ciro Immobile, ambos atacantes, e que acabaram contribuindo muito pouco. Insigne, mais presente que o companheiro, se mostrou errático. Já Immobile vem sendo bastante criticado, inclusive pela próprioa torcida italiana. Na outra ponta do tridente ofensivo, Berardi tomou o lugar de Federico Chiesa, o melhor jogador contra a Bulgária no empate por 1 a 1.
Dá para entender a mudança, por questões físicas, mas é fato que a Itália sofreu. Berardi ainda se envolveu no lance do pênalti (mal marcado pelo árbitro) com pouco menos de dez minutos da etapa final. Contudo, Jorginho perdeu a chance, novamente telegrafando a batida. Depois, Chiesa foi a campo junto de Zaniolo, que atuou com um falso nove no lugar de Immobile. As alterações, porém, não surtiram efeito.
Com uma ou outra chegada mais perigosa, a Suíça, que igualou o jogo em posse de bola, preferiu cadenciar o ritmo e, assim, se precaver defensivamente. De maneira alguma o time se assemelhou com aquele que perdeu por 3 a 0 para a Itália na fase de grupos da Eurocopa. Agora, a equipe dos Alpes joga duas vezes contra a Irlanda do Norte – talvez o time mais fraco do grupo – para ultrapassar a Itália na classificação. Algo que jogaria muita pressão na Squadra Azzurra.
Se ambas forem vencendo seus jogos, a decisão da vaga direta pode ficar para o dia 12 de novembro, na penúltima rodada das Eliminatórias. É possível que a Suíça chegue neste duelo com a ‘vantagem’ do empate. Assim, a Itália seria obrigada a vencer a vizinha em território italiano. Possível, mas perigoso…
Valeu recorde!
Apesar do empate e das “más notícias” com relação à classificação, a partida contra a Suíça simbolizou um recorde mundial para a Itália. A seleção chegou a 36 duelos seguidos sem derrota, empatando com o Brasil de 1993 a 1996. Não foi da maneira mais saborosa, mas ainda assim representa muito para essa geração italiana, que sofreu com a desclassificação para a Copa de 2018 e precisou se reerguer aos poucos.
Com o trabalho de Mancini, aliado ao entendimento dos jogadores, a Nazionale alcançou um jogo coletivo, com variações interessantes no esquema tático de um jogo para o outro ou, até mesmo, durante os 90 minutos de um duelo. É um time seguro defensivamente, mas que também sabe acelerar o jogo. Os últimos dois jogos foram tropeços, porém isso não apaga a bela trajetória até aqui.
Agora, a Itália tem a chance de se isolar com o recorde de 37 jogos invicta. Para isso, basta vencer a Lituânia no próximo dia 8 de setembro, em partida que fecha essa data FIFA para a campeã europeia. Ou seja, estamos falando de uma oportunidade dupla: ganhar é importantíssimo para manter a Suíça longe, ao menos por enquanto, e, também, para a Itália bater de vez esse recorde.
“Tivemos muitas oportunidades para ganhar o jogo. Precisamos ser mais implacáveis e precisos. Existe o mesmo sentimento de frustração que houve na quinta-feira [contra a Bulgária]. Faremos alterações para o próximo jogo porque os rapazes estão cansados”– Roberto Mancini, treinador da Itália
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