Itália tropeça na Bulgária pelas Eliminatórias

A atual campeã da Euro perdeu os 100% de aproveitamento nas Eliminatórias para Copa do Mundo de 2022, no Catar. Diante da Bulgária, no Estádio Artemio Franchi, em Florença, a Itália ficou somente no empate por 1 a 1. No entanto, apesar do tropeço, a equipe segue na ponta do grupo C, com dez pontos após quatro rodadas. Federico Chiesa marcou o gol solitário da Itália no duelo desta quinta (2). Já Atanas Iliev balançou as redes para a seleção visitante.

Há quem possa imaginar que a Squadra Azzurra “relaxou” após o título europeu e, por isso, falhou diante da Bulgária. Contudo, o jogo foi um massacre em termos de números e domínio das ações. A Itália esteve distante de sua perfeição técnica, é verdade, por conta de algumas atuações individuais decepcionantes – como Insigne e Immobile. Ainda assim, o time comandado por Roberto Mancini poderia muito bem ter saído de Florença com uma vitória. Faltou, porém, competência para furar a retranca búlgara mais de uma vez.

Não foi uma vitória, mas o empate também serve para dar continuidade a uma sequência incrível. Agora, a Itália acumula 35 jogos consecutivos sem derrota. A Nazionale iguala, assim, a marca da Espanha entre 2007 e 2009. À frente, somente o Brasil, que, entre 1993 e 1996, ficou 36 duelos sem perder. A Itália, portanto, precisa apenas de um empate em seu próximo jogo, contra a Suíça, para se igualar ao recorde mundial. Será que vai dar?

Ímpeto de Chiesa não é suficiente

Contra a Bulgária, a Itália se manteve fiel ao seu estilo de jogo – e que deu tão certo na última Eurocopa. Muita posse de bola, troca de passes girando por toda a extensão do campo e tentativas rápidas pelas pontas. Do lado visitante, naturalmente, um bloqueio rígido com quase todo o time è frente da área do goleiro Georgiev.

Aos 12 minutos, Lorenzo Insigne tabelou, sem querer, com o zagueiro adversário e perdeu a grande primeira chance do jogo. Todavia, tal desperdício não fez falta. Dois minutos depois, Federico Chiesa carregou a bola da direita para dentro e fez passe para Ciro Immobile, no pivô. Curiosamente, o zagueiro búlgaro, de novo, fez o corte mas acabou tabelando com o jogador da Juventus. Sem pestanejar, Chiesa arriscou de canhota e marcou um belo gol – rasteiro e de fora da área.

Este foi o quarto tento de Chiesa com a camisa da seleção italiana. Com o pai, Enrico, presente no Artemio Franchi, este certamente foi um gol especial por ter sido marcado no estádio de sua ex-equipe, a Fiorentina. Aliás, por falar em gol de Chiesa pela Itália, este foi o seu terceiro nos últimos cinco jogos (ele também marcou contra Áustria e Inglaterra na Eurocopa). Parece que o camisa 14 engrenou de vez pela seleção!

Ainda no primeiro tempo, Florenzi e Immobile tiveram chegadas pelo lado direito da defesa búlgara, mas em muito perigo. Parecia que a Itália estava mais perto de ampliar o placar. No entanto, não foi isso que aconteceu…

Empate búlgaro e muro levantado!

No momento de maior controle – e possivelmente de um leve relaxamento – da Itália, foi a Bulgária quem buscou sem gol. Kiril Despodov se mandou pela esquerda em uma das raras estocadas da seleção visitante. Florenzi, mal no lance, viu o atacante passar sem conseguir pará-lo sequer com falta. Próximo à área, Despodov deu um lindo passe de três dedos para Atana Iliev, que se antecipou a Acerbi e tocou para o gol.

Uma falha coletiva do sistema defensivo da Itália que, aparentemente, não contava com uma investida de tanta qualidade do rival. No fim, ambos os gols do jogo foram oriundos de belas jogadas individuais.

No mais, a partida se transformou em massacre. Só a Itália jogava, enquanto a Bulgária buscava afastar o perigo. Dessa forma, o que se viu em Florença foram 27 chutes a 4 a favor dos Azzurri, além de 79% de posse de bola. Contudo, no segundo tempo, a seleção de Roberto Mancini sofreu com a falta de criatividade. Com o ataque em dia ruim, exceção de Chiesa, que tentou de tudo, nem mesmo as entradas de Berardi e Raspadori melhoraram o panorama.

Entre uma chance e outra, a Itália viu o tempo passar sem conseguir furar novamente a defesa da seleção da Bulgária. No fim, o empate por 1 a 1 acabou sendo sacramentado. Um resultado que não deixa de ser tropeço, mas que também não é suficiente para o surgimento de um sinal de alerta na Itália. Sim, a atuação ficou aquém do esperado. Entretanto, tais tropeções acontecem.

“Faltou precisão no terço final. Eles se defenderam bem e nós tentamos de tudo para tentar ganhar. Agora, temos um grande jogo no domingo contra a Suíça. Vamos buscar a vitória” – Roberto Mancini, técnico da Itália

Foco nos aspectos positivos

Assim como em 1982 e 2006, a Itália não conseguiu vencer logo após a conquista de um título. De fato, esta parece ser uma sina da seleção italiana. Dessa vez, ao menos, não se pode falar em preguiça ou o famoso “salto alto”. Há o que se aprimorar, principalmente na construção de jogo e em relação às bobeadas defensivas. No mais, vale ter tranquilidade para a sequência da caminhada.

Por linhas tortas, a Itália se manteve invicta, também em Florença. São 30 jogos em sua história na cidade e incríveis 22 vitórias – além de oito empates. Já Mancini também segue quase imbatível! Aliás, o técnico se tornou o que mais jogos disputou à frente da Itália, em casa, sem amargar uma derrota sequer (28).

Agora, o foco se direciona para a Suíça, rival mais difícil deste grupo C. A Azzurra ainda precisa enfrentar o país vizinho duas vezes e, certamente, esta primeira já nos trará um panorama bem claro da situação no grupo. O duelo acontece já no próximo dia 5, em território suíço. Já a Bulgária, que chegou ao segundo ponto após empatar com a Itália, enfrenta a Lituânia em seu próximo compromisso, no mesmo dia 5.

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