3ª rodada da Eredivisie
Fortuna Sittard 2×2 RKC Waalwijk (sexta-feira, 27 de agosto)
Baghdadi (23′), Seuntjens (68′) – Kramer (38′, 55′)
Nome do jogo: Michiel Kramer (RKC Waalwijk)
Michiel Kramer já é um atacante experiente. Alguns até o consideram polêmico (no mínimo) ou maldoso (no máximo), por algumas discussões em que se envolveu na carreira. Mas Kramer sabe marcar gols. Já fez isso em vários clubes dos Países Baixos: Feyenoord, Utrecht, ADO Den Haag… e foi contratado pelo RKC Waalwijk exatamente para isso. Após um gol na primeira rodada, Kramer mostrou utilidade de novo: mesmo fora de casa, virou o jogo para os visitantes de Waalwijk, se convertendo no goleador de momento no Campeonato Holandês. Só não foi plenamente o nome do jogo porque Mats Seuntjens salvou um ponto para o Fortuna Sittard…
Cambuur 2×0 Twente (sábado, 28 de agosto)
Jacobs (66′, 90′ + 1)
Nome do jogo: Jamie Jacobs (Cambuur)
Desde o começo do jogo, o Cambuur já impunha velocidade contra o Twente, vindo bem mais ao ataque, pelas pontas. A expulsão de Luka Ilic, no início do segundo tempo, deixou o caminho aberto para o time de Leeuwarden buscar ainda mais o gol. Mas faltava quem o fizesse. Não faltou mais com a aparição de Jamie Jacobs: vindo do banco após o intervalo, Jacobs abriu o placar, enfim. E aproveitou os espaços deixados pelo Twente para, num contra-ataque nos acréscimos, fazer o gol da primeira vitória do Cambuur após o retorno à primeira divisão.
Go Ahead Eagles 2×0 Sparta Rotterdam (sábado, 28 de agosto)
Bakker (6′), Botos (60′)
Nomes do jogo: Michael Heylen (Sparta Rotterdam) e Giannis Botos (Go Ahead Eagles)
Michael Heylen acabou virando o bode expiatório do Sparta Rotterdam. Primeiro, pelo que fez: um pênalti cometido logo aos 6′, em Isac Lidberg, que abriu caminho para Justin Bakker marcar o 1 a 0 dos mandantes em Deventer. Depois, pelo que fizeram com ele: Bakker foi substituído já no intervalo. De nada adiantou para os Spartanen. Porque apareceu o destaque do Go Ahead Eagles: Giannis Botos. Titular pela primeira vez na temporada, o atacante grego fez o segundo gol, confirmando a primeira vitória das Águias no campeonato. Vilões e heróis aparecem em todo e qualquer jogo…
PSV 5×2 Groningen (sábado, 28 de agosto)
Gakpo (7′), El Hankouri (contra, 27′), André Ramalho (45′ + 2), Zahavi (55′), Bruma (90′ + 7) – Ngonge (15′, 18′)
Nome do jogo: André Ramalho (PSV)
Quando Cody Gakpo (cada vez mais confiável) abriu o placar rapidamente, com um golaço, pareceu que o PSV teria um jogo tranquilo. A defesa atrapalhou: uma falha de Ibrahim Sangaré e Cyril Ngonge empatou, uma falha do goleiro Joël Drommel e Ngonge virou para os Groningers. Seria ele o nome do jogo? André Ramalho disse não: o zagueiro brasileiro se valeu de uma conhecida qualidade sua (o jogo aéreo) para ajudar a virar o placar. Na primeira vez, com um desvio em Mohamed El Hankouri antes do 2 a 2; na segunda, o cabeceio direto de André, para recolocar o PSV na frente. No segundo tempo, a maior capacidade ofensiva do PSV cuidou do resto. Só para comprovar isso, Bruma fez mais um belo gol para fechar a goleada do único time 100% após três rodadas da Eredivisie. E André Ramalho saiu de campo brincando com o gol creditado como contra: “Eu fiz dois gols!”. Bem que merecia o crédito.
Willem II 1×0 Zwolle (sábado, 28 de agosto)
Saglam (53′)
Nome do jogo: Gorkem Saglam (Willem II)
Se foi desinibido na vitória contra o Vitesse desde o começo, o Willem II foi mais capcioso contra o Zwolle. No começo da partida, aguentou as ofensivas dos visitantes – Slobodan Tedic teve a chance mais concreta de gol para os Zwollenaren. Mas quando o segundo tempo começou, enfim era hora dos anfitriões tricolores partirem para buscar o gol. Ele veio rapidamente, com Saglam. Outro poderia ter vindo, com Elton Kabangu, que balançou as redes mas estava impedido. O fato é que o Willem II confirmou, mais uma vez: tem um ataque capaz de fazê-lo vencer jogos e passar uma temporada mais sossegada do que a passada foi. A torcida agradece.
Utrecht 3×1 Feyenoord (domingo, 29 de agosto)
Janssen (45′ + 2), Sylla (48′), Gustafson (51′) – Sinisterra (45′)
Nome do jogo: Willem Janssen (Utrecht)
Diante de um Feyenoord algo lento e cansado após vir da partida contra o Elfsborg-SUE, pelos play-offs da Conference League, o Utrecht rondou mais o gol no primeiro tempo. Teve até um pênalti, cancelado (corretamente) pelo VAR. Porém, num raro ataque encaixado, o Feyenoord abriu o placar com Luis Sinisterra. Poderia ser um duro golpe para os Utregs, que haviam tentado mais. Willem Janssen apareceu: querido pela torcida, capitão e líder do grupo, o zagueiro experiente conseguiu aplacar o impacto do gol Feyenoorder, empatando antes mesmo do intervalo. Bastou para manter alto o ânimo do time da casa. O que desembocou num esplendoroso começo de segundo tempo, com dois gols em três minutos, encaminhou a vitória do Utrecht, na primeira queda dos visitantes de Roterdã nesta temporada. E tudo começou graças a Janssen, que não deixou a peteca cair. O que mais se pode querer de um capitão?
Ajax 5×0 Vitesse (domingo, 29 de agosto)
Antony (6′), Álvarez (31′), Gravenberch (43′), Tadic (60′), Klaassen (67′)
Nome do jogo: Antony (Ajax)
Dentro dos vários atacantes candidatos a serem titulares do Ajax (o ex-jogador Sjaak Swart chegou a sugerir que quatro avantes fossem escalados nos jogos do Campeonato Holandês), Antony era o nome de destaque, voltando a iniciar um jogo após voltar da campanha vencedora com a Seleção Brasileira masculina nos Jogos Olímpicos. Bastaram seis minutos para o jogador paulista de Osasco mostrar como poderia ajudar o Ajax: foi quando ele fez 1 a 0. E abriu o caminho para uma atuação como os Ajacieden de vez em quando fazem na Eredivisie: dominante, ofensiva, veloz, envolvendo bastante o adversário. De quebra, nomes como Edson Álvarez e Ryan Gravenberch ajudaram bastante, vindos do meio-campo – como indicou a jogada do terceiro gol, com dois chutes de ambos (Álvarez acertou a trave, Gravenberch fez o gol no rebote). Mas Antony, com dribles e ajudas no ataque, foi o nome da goleada. Com David Neres começando na reserva – e prestes a deixar o clube, como o diretor de futebol Marc Overmars indicou antes da partida -, o jogo pareceu uma troca de bastões entre os brasileiros do Ajax. Antes foi com Neres; agora, provavelmente, será com Antony.
Heracles Almelo 0x1 NEC (domingo, 29 de agosto)
Akman (50′)
Nome do jogo: Ali Akman (NEC)
Na rodada passada, Akman fez o gol que abriu o caminho da primeira vitória do NEC no Holandês. O atacante turco saiu de campo brincando: “Só vou começar a contar [os gols que marco] quando chegarem a 15”. Pois bem: neste domingo, Akman fez mais um. O Heracles Almelo tinha começado melhor e mais ofensivo, só que foi atingido com a expulsão de Sinan Bakis. Até então mais retraída em campo, a equipe de Nijmegen ganhou mais espaço para ousar. E Akman, novamente, abriu o caminho da vitória – que poderia ter sido mais ampla, não fosse o pênalti perdido por Jordy Bruijn. Pelo menos, Akman colocara mais um gol em sua trajetória de iniciante.
Heerenveen 1×3 AZ (domingo, 29 de agosto)
Henk Veerman (11′) – Pavlidis (14′), Witry (50′), De Wit (88′)
Nome do jogo: Teun Koopmeiners (AZ)
Foi um jogo rico em personagens. Poderia ter sido Joey Veerman: afinal, o meio-campo do Heerenveen entrou em campo após ser apontado pela imprensa dos Países Baixos como um provável reforço do… AZ. Poderia ser Henk Veerman (nenhum parentesco com Joey), que abriu o placar, novamente sendo a principal referência de ataque do Fean. Talvez Vangelis Pavlidis: o atacante grego se destacou nos visitantes de Alkmaar, ao marcar o gol de empate e dar um passe para o da virada. Ou então, Aslak Witry: no segundo jogo como titular dos Alkmaarders – Owen Wijndal se recupera de lesão -, o lateral esquerdo fez o 2 a 1 com um belíssimo chute no ângulo. Mas provavelmente, o mais marcante de todos os que entraram em campo foi mesmo Koopmeiners. Entrou em campo, comandou o meio-campo do AZ, ostentou a braçadeira de capitão, enfim, fez o de sempre em sua despedida do clube em que ficou por 13 anos, desde criança. Só na entrevista pós-jogo Koopmeiners soltou toda a emoção por deixar o AZ rumo à Atalanta, com as lágrimas incontroláveis. A primeira vitória do time de Alkmaar na temporada foi um regalo que ajuda a torcida a consolidar as boas memórias que Koopmeiners deixa. Vida que segue.