Na última segunda-feira (23), o Milan encerrou a primeira rodada da Serie A com uma vitória magra, por 1 a 0, diante da Sampdoria. Certamente, não foi o melhor partida deste início de campeonato, tampouco uma demonstração dos limites desta atual equipe rossonera. Ainda assim, os comandados de Stefano Pioli conseguiram os três pontos, o que, neste momento, é a grande notícia para o torcedor do clube.
Mas, afinal, será que chegou a hora do Milan voltar a conquistar o Scudetto? Após um bom início de Serie A na temporada passada, o time caiu de produção de forma vertiginosa. Da liderança após o fim do primeiro turno, para uma vaga ameçada na Champions League nas rodadas derradeiras. No fim das contas, o Milan conseguiu se recuperar e assegurou o vice-campeonato.
Agora, diante de algumas mudanças no elenco, com saídas importantes e chegadas promissoras, o objetivo é dar o passo além e, enfim, levantar o troféu italiano após onze temporadas. Mas e aí, os milanistas tem condições de buscar esse título? Na sequência, o MondoSportivo Brasil separou algumas das “chaves” que podem determinar o sucesso ou fracasso do Milan nesta temporada.
Ele marcou nosso 1° gol da temporada e tocou o terror na defesa da Sampdoria ⚽️💥
Parabéns, @Brahim, eleito o MVP @emirates do #SampdoriaMilan 👏🥇
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Ser consistente
Algo que determinou o título da Internazionale na temporada passada foi, justamente, a consistência ao longo das 38 rodadas. Sem atravessar altos e baixos, a rival do Milan conseguiu, assim, sempre se manter no topo da classificação. Dessa forma, viu os adversários tropeçarem no caminho – como o próprio time rossonero, que começou num ritmo forte demais (e impossível de ser mantido).
É verdade que a Inter da temporada passada pôde mirar a Serie A com mais atenção, uma vez que acabou eliminada precocemente da Champions League. Ainda assim, para o Milan, fica a lição em saber DOSAR seu elenco, suas rotações e intensidade de desempenho, de acordo com o adversário. Contudo, é uma linha muito tênue que separa o jogo inteligente da preguiça (ou covardia).
Nesse caso, a vitória contra a Sampdoria deixa uma boa impressão. Sem ser brilhante, o Milan conseguiu abrir o placar com rapidez – outra característica positiva da equipe na temporada passada – e, depois, administrou o ritmo. Trocou mais passes e igualou a posse de bola mesmo com a vantagem no placar. Acabou, apenas, chutando menos a gol. Ainda assim, teve chances de ampliar o marcador e matar logo o confronto.
Aprendendo a jogar… em casa
O triunfo diante da Sampdoria ter vindo fora de casa não é mais novidade para o torcedor do Milan, Inclusive, a equipe rossonera é a que mais ganhou longe de seus domínios em 2021 (11 resultados positivos, tal qual Manchester City e Barcelona).
E esse bom retrospecto já vem desde 2020. Mesmo sem ser campeão italiano, o Milan teve a melhor campanha longe de casa dentre as 20 equipes do campeonato na última edição da Serie A – incríveis 16 vitórias em 19 partidas. Naturalmente, a ausência de público pode ter impulsionado este retrospecto, mas o próprio estilo da equipe fala por si só.
Com um jogo veloz, dinâmico e propício para o contra-ataque, Stefano Pioli deve gostar do contexto em se atuar na casa do adversário. Mesmo equipes “menores” assumem um pouco mais os riscos jogando dentro de seus estádios. Sendo assim, cabe ao Milan aperfeiçoar o jogo… em San Siro. O que fazer diante de ferrolhos adversários? Como controlar a partida e imprimir dinamismo sem tantos espaços?
Curiosamente, a perda do título passado se deu devido aos resultados EM CASA. Somente oito vitórias em casa, com mais seis empates e cinco derrotas. Ou seja, diante de situações claras de domínio, o Milan foi, em muitas vezes, inoperante. Será preciso balancear essa equação, sendo capaz de atuar em diferentes contextos e aplicando estratégias distintas.
Sua casa, minha casa 🏠
Em 2021, somamos 1⃣1⃣ vitórias fora, maior total nos 5 principais campeonatos europeus ao lado de @ManCityPT e @fcbarcelona_br 🔥#SempreMilan pic.twitter.com/v4YblJuDF3
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Defesa confiável
Diante da Samp, pela sexta partida consecutiva em Serie A, o Milan não foi vazado. Entretanto, o duelo da última segunda-feira reservou uma mudança (bastante relevante): nada de Donnarumma! Sem o jovem goleiro italiano, a equipe rossonera vai precisar manter o bom nível defensivo ao longo do campeonato se quiser, de fato, brigar pelo troféu.
No entanto, ainda é preciso entender se Mike Maignan, o novo arqueiro titular do time, vai dar conta do recado. Na estreia desta Serie A, o francês de 26 anos teve a melhor nota entre os jogadores do Milan, de acordo com o site SofaScore (7,7) – foram três defesas e 52 toques no total, apesar de que, em uma das intervenções, o ex-jogador do Lille contou com ajuda do travessão para não levar o gol.
Depois desse lance de sorte, Maignan foi bem em disparo de Gabbiadini, atacante da Sampdoria, evitando o empate da equipe de Gênova. Vale, portanto, ficarmos de olho. Ainda com Tomori e Kjaer no miolo da zaga, Stefano Pioli confia demais em seu sistema defensivo, que foi o terceiro melhor da última Serie A. Só que ainda há margem para melhorias, principalmente nos números brutos: 41 gols sofridos na temporada passada, marca, essa, que pode diminuir neste campeonato.
Caras novas e ‘Fator Ibra’
Além de Donnarumma, Çalhanoglu também deixou o Milan (este, trocando a equipe rossonera pela maior rival, Inter). Todavia, não foram somente saídas que movimentaram o último mercado do sete vezes campeão europeu. Olivier Giroud chegou já ostentando a camisa 9, no comando de ataque, enquanto Zlatan Ibrahimovic segue fora de combate.
Brahim Díaz é outro que reforça o time. Não é exatamente uma “cara nova”, pois atuou na temporada passada pelo Milan. Contudo, sua permanência foi estendida, o que já se mostrou algo positivo – Díaz fez o gol da vitória contra a Sampdoria, chegando a quatro particiações em jogos nos seus últimos cinco jogos. Por fim, também vale citar Alessandro Florenzi, que chegou para fortalecer ainda mais o lado direito do campo.
Além dos reforços, claro, a PRESENÇA de Ibrahimovic será determinante para o sucesso do Milan na temporada. No último campeonato, o sueco jogou pouco, mas foi extremamente decisivo. Com ótimas médias de gols, Ibra é um fator direto – e indireto. Ele também potencializa o desempenho de comanheiros, abrindo espaços e criando situações periogosas no ataque do Milan. Além de ser uma oção em bolas aradas e aérea. No entanto, trata-se de uma questão pura e simplesmente FÍSICA.
No momento, tanto Ibra quanto Kessié estão lesionados. Sem ambos, o Milan perde demais no sentido técnico. Com a dupla, ganha-se também a possibilidade de uma maior rotação, o que culmina no primeiro tópico deste texto, sobre “consistência”. Para ter uma chance de título nesta temporada, Pioli e sua comissão técnica vão precisar de todo o elenco saudável e disponível o mais rápido possível.
1⃣5⃣0⃣ 𝘃𝗶𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮𝘀 𝗻𝗮 𝗦𝗲𝗿𝗶𝗲 𝗔 💪
Parabéns, Míster 👏#SempreMilan pic.twitter.com/7L8TeiPNgf
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Na briga!
Diante de todas essas variáveis, podemos concluir que o Milan é um dos candidatos ao título, sem dúvida nenhuma. Com um pequeno enfraquecimento da Inter (vejam bem, PEQUENO) e uma certa indecisão quanto aos rumos da Juventus, talvez, para o Milan, este início de jornada seja ainda mais importante.
Caso consiga começar forte novamente, se distanciando dos rivais, pode ser possível ter mais calma e sobriedade para escolhas melhores ao longo da temporada. No fim, se trata de uma maratona, na qual cada passo é importante. Com a Champions League no caminho, o Milan precisará dosar bem seu elenco e suas escolhas. O Scudetto, certamente, é uma obsessão ao alcance deste gigante europeu.
E vocês, acham que dá para o Milan levantar o caneco?