Eredivisie 2021/22: a concorrência se fortaleceu

Na semana passada, teve início o Campeonato Holandês desta temporada 2021/22. Na 65ª realização da Eredivisie (literalmente, a “divisão de honra”), é claro que o Ajax segue sendo favorito. Sempre o é, a bem da verdade, e ainda mais agora, como campeão em 2018/19 e 2020/21 – além do mais, disputava o título ponto a ponto com o AZ em 2019/20, quando a pandemia de COVID-19 forçou a interrupção e o encerramento do campeonato. Entretanto, a temporada atual deverá trazer algo em que a passada decepcionou: uma concorrência mais capacitada para tentar destronar os Ajacieden.

Se há um time que simboliza esse fortalecimento para buscar a Eredivisieschaal, a salva de prata entregue ao campeão dos Países Baixos, é o PSV. Na sua chegada para treinar o clube, o técnico alemão Roger Schmidt chegou para reconhecer terreno, estruturar um trabalho a médio prazo, as cobranças eram menores. Agora, não. Reforços vieram para o time de Eindhoven: se saíram tanto Denzel Dumfries quanto Donyell Malen, vieram nomes como o goleiro Joël Drommel, dos promissores nomes da posição na Holanda; o zagueiro brasileiro André Ramalho, já considerado “chefe da defesa”, homem de confiança de Roger Schmidt; o meio-campista Davy Pröpper, de volta, após quatro anos no Brighton inglês.

Além do mais, ficaram em De Herdgang (centro de treinamentos do PSV) outros nomes importantes: Philipp Max, Mario Götze, Cody Gakpo, Marco van Ginkel, Eran Zahavi, Noni Madueke. Todos capacitados para fazerem o que Roger Schmidt deseja: o “vollgasfussball” – “futebol a todo gás”, em alemão -, pressionando o adversário desde o começo. Foi assim que os Boeren se deram bem contra Galatasaray-TUR e Midtjylland-DIN, nas fases preliminares da Liga dos Campeões. Foi assim que o time impressionou na Supercopa da Holanda, goleando o Ajax com muita rapidez nas jogadas. Foi assim que começou a Eredivisie com segurança, fazendo 2 a 0 no Heracles Almelo. Foi assim que manteve as chances de ir aos grupos da Champions League: perdeu por 2 a 1 para o Benfica-POR, mas teve atuação elogiável, principalmente no segundo tempo. É assim que espera sobrepujar o Ajax.

Assim como o Feyenoord. Que começou a preparação para a temporada sob o imenso e dolorido impacto da perda de Steven Berghuis, o principal destaque técnico há algumas temporadas, para o arquirrival Ajax. Que assustou na segunda fase preliminar da Conference League, o novo torneio continental de clubes, quase perdendo a vaga para o Drita, de Kosovo. Mas que, pouco a pouco, se reanima. Com o técnico Arne Slot também tentando fazer do Stadionclub uma equipe mais ofensiva, mais veloz, mais empolgante. Tendo jogadores que começam muito bem: o reforço Guus Til, Bryan Linssen, Luis Sinisterra. Já conseguindo tranquilizar com uma goleada na primeira rodada do Holandês: 4 a 0 no Willem II. E dando a saudável impressão de que ainda pode evoluir.

Com os três grandes em boas condições, caem um pouco as chances de AZ e Vitesse surpreenderem na temporada. Nem tanto para o Vitesse: o time segue bem, fez boas contratações (como a do goleiro Markus Schubert), e pode superar as possíveis saídas de Riechedly Bazoer e Oussama Tannane. Mas os de Alkmaar ainda lamentam as saídas de Myron Boadu e Calvin Stengs, sem contar a possibilidade ainda existente de Teun Koopmeiners também deixar o AFAS Stadion. Perdas que fazem com que o nível técnico caia um pouco.

Isso possibilita a aproximação de outros médios capazes de boas campanhas, como o Groningen (um time sólido, que superará o novo fim de carreira de Arjen Robben, tendo um bom nome em Jorgen Strand Larsen), o Utrecht (tentando manter a sequência de boas campanhas, com menos ambição do que em 2020/21, quando só embalou no fim), o Sparta Rotterdam (também um time que sabe aliar segurança defensiva e velocidade nos ataques, por méritos do técnico Henk Fräser, auxiliar de Louis van Gaal na volta deste à seleção masculina).

De resto, times menores tentando apenas uma campanha honrosa no meio de tabela. Os promovidos NEC, Cambuur e Go Ahead Eagles buscando a permanência na elite. E afinal, o campeão Ajax, que consertou a má impressão deixada na Supercopa da Holanda goleando o NEC logo na primeira rodada (5 a 0), e trouxe Steven Berghuis, como supracitado, como ganho para um time que não perdeu nenhum de seus destaques, por enquanto – seguem lá Nicolás Tagliafico, Davy Klaassen, Ryan Gravenberch, Dusan Tadic, Antony, David Neres, há as revelações (Devyne Rensch, Jurriën Timber, Youri Regeer, Kenneth Taylor)… todos nomes que fazem dos Ajacieden, como sempre, candidatos ao título holandês.

Mas agora a concorrência será maior.