Projeção: EURO 2020 chega às semifinais

Itália, Espanha, Inglaterra e Dinamarca. A próxima campeã europeia será uma dessas quatro seleções. Em ritmo alucinante, a EURO 2020 chega às semifinais para, então, definir quem vai disputar a grande decisão no próximo domingo (11). De um lado, um confronto de gigantes: Itália e Espanha, duas campeãs de olho na vaga. Ambas, inclusive, estão acostumadas a se enfrentar em grandes palcos do futebol europeu e mundial (este será o sétimo duelo entre elas somente em Eurocopas).

Do outro lado, a Inglaterra tem uma chance de ouro para chegar a uma final inédita em sua história. Para isso, porém, vai precisar confirmar o favoritismo e bater a Dinamarca, grande supresa desta fase. Embora já tenha um título europeu, a seleção dinamarquesa não era cotada para chegar tão longe nesta edição, principalmente após o drama vivido pelo craque do país, Christian Eriksen. No entanto, os companheiros do meio-campista encontraram forças para realizar uma campanha memorável.

Agora, chegamos ao momento da verdade. Restam apenas dos jogos separando alguma seleção do título da EURO 2020, mas o caminho é, ao mesmo tempo, longo e árduo. Sendo assim, o MondoSportivo Brasil preparou um resumo do que de melhor esperar desses dois jogaços. E aí, em quem vocês apostam suas fichas?

ITÁLIA x ESPANHA – 06 de julho, às 16h (de Brasília)

Velhas conhecidas e grandes rivais. Itália e Espanha se enfrentam, novamente, em um duelo eliminatório de Eurocopa. Já são, portanto, quatro edições seguidas com esse confronto garantido – em 2008 e 2012, melhor para a Fúria. Entretanto, em 2016, os azzurri levaram a melhor. Não à toa, este embate vai se tornar o mais disputado entre duas seleções europeias em Copas do Mundo ou Euros, com um total de dez.

Apesar de ter vencido quatro destes nove jogos importantes contra a rival, o retrospecto recente não é nada favorável para a Itália: somente duas vitórias nos últimos 14 duelos contra a Espanha. O último triunfo, inclusive, foi justamente na EURO 2016, quando a Squadra Azzurra venceu por 2 a 0 – gols de Giorgio Chiellini e Graziano Pellè.

Agora, se levarmos em conta a campanha atual, aí sim o torcedor italiano pode se entusiasmar. Com 100% de aproveitamento até aqui (ou seja, cinco vitórias em cinco jogos), a Nazionale é a única seleção que ‘só’ venceu até aqui. Além disso, a seleção tetracampeã do mundo alcança às semifinais de uma Eurocopa ou Copa pela 12ª vez em sua história, ficando atrás somente da Alemanha, com 20 participações nesta fase.

Também não é demais lembrar que, se não peder, a Itália chega a 33 jogos de invencibilidade. Com isso, irá se aproximar do recorde absoluto, que é da própria Espanha, de 35 partidas, entre 2007 e 2009.

Já a Espanha também não faz por menos na questão histórica. A seleção tricampeã da Europa (recordista, ao lado dos alemães) chega às semis da EURO pela terceira vez nas últimas quatro edições. E vale lembrar que, quando chegou neste estágio, a Fúria avançou – e venceu o torneio (2012 e 2016).

Clássico é clássico… e vice-versa!

Diante de um currículo tão extenso de ambas as seleções, não podemos esperar nada menos que um JOGAÇO. Será interessante notar o comportamento inicial de ambas. Afinal, quem irá tentar ser mais ofensivo primeiro? Haverá receio de atacar de algum dos lados? Como sabemos, a Espanha gosta de ter a posse de bola e trocar muitos passes, mas a Itália se notabilizou até aqui por sua marcação forte no campo de defesa do adversário. Portanto, é de se esperar muitas dificuldades na saída de bola espanhola.

A péssima notícia para Roberto Mancini, treinador dos azzurri, é a ausência de Leonardo Spinazzola. O lateral da Roma vinha fazendo uma EURO 2020 primorosa até aqui, mas acabou rompendo o tendão de aquiles esquerdo contra a Bélgica. Uma lesão gravíssima e que significa, portanto, uma perda significativa na fase ofensiva da seleção italiana. Para o seu lugar, Emerson Palmieri deverá ser escalado.

Lorenzo Insigne, um dos heróis da classificação nas quartas, provavelmente vai ao jogo com Federico Chiesa. Ambos são as válvulas (criativas) de escape, para um time que precisará tomar muito cuidado com os espaços cedidos. Isso porque a Espanha tem um grande poder de fogo (11 gols nos últimos três jogos).

São muitas finalizações geradas pela seleção do técnico Luís Enrique, o que, ao mesmo tempo, gera inúmeros chutes errados. Gerard Moreno e Dani Olmo, por exemplo, lideram o ranking de finalizações… para fora nesta EURO 2020. Álvaro Morata também não fica muito atrás. Ou seja, se trata de um time que ataca e cria demais, mas ainda peca na conclusão. Será preciso muita atenção a este detalhe para bater uma seleção tão segura defensivamente como a Itália.

Diferença na execução

Com estilos diferentes, Itália e Espanha devem igualar as ações. Até aqui, os azzurri demonstram um pouco mais de segurança defensiva, enquanto que a Fúria apresentou um volume de jogo impressionante. Agora, é tudo uma questão de quem vai pecar menos (seja na marcação ou nas finalizações). Em um jogo deste calibre, as oportunidades claras devem ser raridade. E vencerá quem se aproveitar delas.

“Vai ser uma partida difícil, assim como foi contra a Bélgica, mesmo que as duas seleções tenham um estilo de jogo diferente. Teremos, portanto, de nos preparar para outras dificuldades. A Espanha é uma equipe extraordinária com um excelente treinador ” – Roberto Mancini, treinador da Itália

Palpite nada convicto: Itália 1 x 1 Espanha (Itália avança nos pênaltis).

INGLATERRA x DINAMARCA – 07 de julho, às 16h (de Brasília)

De passo em passo, a Inglaterra conseguiu chegar à semi da EURO 2020. Agora, diante da Dinamarca, tem o favoritismo – e uma leve obrigação – ao seu lado para chegar à final inédita da competição. Em sua história, o English Team esteve presente em outras duas semis de Eurocopa (1968 e 1996). Menos, portanto, que a própria seleção dinamarquesa, com quatro semifinais, além do título de 1992.

No entanto, a seleção de Gareth Southgate terá o apoio da torcida. Assim como a outra semifinal, Inglaterra e Dinamarca será disputado no Estádio Wembley – assim como a final. Trata-se de um palco no qual os ingleses já bateram o rival da próxima quarta em cinco oportunidades (curiosamente, todas por 1 a 0). Contudo, nos últimos seis jogos oficiais diante da Dinamarca, os ingleses venceram somente um – na Copa do Mundo de 2002.

Se o histórico não parece ser muito tentador para o torcedor inglês, a atual campanha é impressionante. Sem levar gols até aqui em cinco partidas (jamais alguma seleção conseguiu não ser vazada em SEIS jogos de Euro ou Copa do Mundo), a Inglaterra desencantou contra a Ucrânia, ao vencer por 4 a 0, batendo o recorde de vitória mais larga de sua história em uma grande competição.

Por outro lado, a Dinamarca também vem numa crescente. Após perder os dois primeiros jogos da EURO 2020, marcou 10 gols nas três partidas restantes, venceu – e convenceu. O time do técnico Kasper Hjulmand desempenha um futebol empolgante, com organização e garra. Para deixar a história ainda mais especial, o episódio assustador com Christian Eriksen deixou de ser um trauma para virar motivação. Neste momento, toda a equipe corre, também, por seu camisa 10.

Coragem para vencer

Pode parecer clichê, mas o vencedor deste duelo vai precisar se impor e ter CORAGEM para buscar o resultado. Caso contrário, poderemos ver um jogo sem grandes emoções, que culmina em um empate modorrento. Espera-se que a Inglaterra tome essa iniciativa, tal como na partida diante da Ucrânia pelas quartas de final. A Dinamarca, na posição de franca-atiradora, pode se dar ao luxo de esperar… mas nem tanto! Recuar demais vai dar espaço e tempo ao talentoso ataque inglês.

Nem é preciso alertar para os perigos gerados por Harry Kane. O camisa 10 da seleção, enfim, acabou com o jejum de gols e mandou logo três bolas paras as redes adversárias nos últimos dois jogos. Com ele embalado (e naturalmente vigiado), surgem lacunas para outros jogados. Raheem Sterling pode ser esta alternativa, assim como foi nos três primeiros jogos. Até aqui, os ingleses vem desempenhando muito bem na conversão de suas chances.

Além disso, é preciso alertar a força da bola aérea na seleção campeã mundial de 1966. Contra a Ucrânia foram três gols de cabeça, algo que, certamente, deve estar na ‘lista de atenção’ dos dinamarqueses.

Do lado vermelho, a aposta é nas jogadas pelos flancos e contragolpes. Maehle, da Atalanta, foi o grande destaque na vitória contra a República Tcheca. Atuando com três zagueiros, a Dinamarca tem em seus alas os grandes criadores de jogadas da equipe, além de Højbjerg, garçom na EURO 2020. Braithwaite, Damsgaard e Dolberg também formam um trio de ataque interessante. Portanto, a Dinamarca merece atenção total neste duelo de semifinal.

Favoritismo existe… no papel!

Não é exagero colocar a Inglaterra como favorita no confronto. No entanto, trata-se de um ‘favoritismo perigoso’. Isso dependerá da postura do “time da casa”, contra um adversário infinitamente mais perigoso que a Ucrânia. Dessa forma, a larga vitória nas quartas não pode iludir demais o elenco inglês. Já do outro lado, a questão é bem menos complexa. No lucro até aqui, a Dinamarca deve jogar solta e confiante, como fe nos último três duelos. E aí, será que vai ter zebra nas semifinais da EURO 2020?

“É algo com que eu sonhava quando criança, principalmente vestir a camisa da minha família. É uma grande honra para mim. Eu me considero sortudo e representar a Inglaterra em um grande torneio é apenas um sonho que se tornou realidade. Estou apenas grato, cada oportunidade que eu tenho” – Jadon Sancho, jogador da Inglaterra

Palpite nada convicto: Inglaterra 0 x 1 Dinamarca.