Grêmio à deriva em mar revolto

É premissa básica que o comandante deve estar à frente das ações quando o barco está no meio de uma tempestade. Ali ele mostra seu valor, sua qualidade e sua capacidade de contornar um momento difícil. Parece que o Grêmio esqueceu ou não conhece essa premissa clássica e que muito se aplica no futebol. Depois da vexatória derrota na oitava rodada do Campeonato Brasileiro por 2 a 0 para o Juventude, em Caxias do Sul.

Uma hora e meia depois do final do jogo, o Grêmio colocou Marcos Hermann, Vice-Presidente de Futebol, o técnico Tiago Nunes e o Presidente Romildo Bolzan Júnior para uma entrevista coletiva que, ao final, se revelou confusa e que parece apenas postergar o inevitável: a demissão de Tiago Nunes.

Tiago Nunes se manifestou, concordou com a direção e, ao que tudo indica, assinou embaixo com o fato de sua cabeça estar prestes a ser exposta numa bandeja em praça pública. Talvez em função de entender que não consegue mais comandar o grupo ou talvez em função de compreender que o futebol brasileiro é assim mesmo.

É inegável que o Grêmio vem sendo uma equipe sem soluções, apática e de pouquíssima força ofensiva. O sistema defensivo, que já foi motivo de sustentação da equipe, hoje é vulnerável. O meio-campo é pouco criativo, independente das peças que o compõem. Mesmo com nomes como Geromel, Rafinha, Douglas Costa, Ferreirinha, entre outros, o Grêmio se tornou uma equipe previsível e que é facilmente batida pelos adversários. E isso já vinha acontecendo durante a parte final da passagem do técnico Renato Portaluppi no clube.

Último colocado do Campeonato Brasileiro com apenas 2 pontos, sem nenhuma vitória em 6 jogos e tendo o pior ataque da competição ao lado de Sport, São Paulo e Cuiabá, o Grêmio externa toda a confusão em que se encontra ao falar em fato novo e o condicionamento da permanência do técnico à vitória diante do Atlético-GO, na próxima rodada, em Porto Alegre.

O fato é que o Grêmio ainda não chegou no meio da temporada e tudo parece já um ambiente de final de festa. Quem comanda parece não conseguir comandar e que joga vem deixando muito a desejar.

O Grêmio está em crise, com comando incerto, com resultados pífios e com um técnico que já arruma suas malas. Tudo isso acontece em meio a um mar revolto que não perdoa e que sempre engole quem se atreve a não agir nesses momentos de turbulência.

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