Antes do início da Euro 2020, a Dinamarca trabalhava seu sistema de jogo e girava a bola para os pés de um jogador, Christian Eriksen. O craque do time, o jogador que podia tirar um lance da cartola em um momento difícil ou uma bola parada, até a fatídica estreia onde aconteceu o que ninguém esperava. Eriksen retirado de campo. Torcida em choque. Jogadores chorando pelo companheiro. UEFA sem saber o que fazer. Bola em jogo novamente.
EM på hjemmebane 🤍♥️#ForDanmark #EURO2020 #DEN pic.twitter.com/kyH4irSFxl
— Fodboldlandsholdene 🇩🇰 (@dbulandshold) June 12, 2021
Aquele 12/06 foi um dia pra ser esquecido por toda a delegação, mas ao contrário do que parecia, não se tornou um fardo, e sim uma motivação pra toda equipe, passar de fase agora era mais que um desejo era um presente pro companheiro que teve que ir pra casa mais cedo.
A estreia contra a Finlândia nem é passível de análise, foi um momento extremamente atípico pra ambas as equipes, mas no final o placar foi de 1 a 0 para a Finlândia.
A partir dali a equipe se uniu muito mais do que antes e jogadores como o capitão Simon e o goleiro Schmeichel puxaram a responsabilidade para si. A equipe passou a se organizar num 3-4-2-1 e Daniel Wass entrou pro time titular.
É um time sem muitas estrelas mas que conseguiu fazer um jogo a altura contra a seleção belga, a mais complicada do grupo. No jogo com a Bélgica saíram na frente no placar e tiveram 21 finalizações contra apenas 6 dos belgas, sendo que 15 foram de dentro da área, a posse de bola foi equilibrada, o time se manteve muito coeso taticamente ocupando os espaços e não deixando muito chance de criação nas entrelinhas. Interceptaram mais bolas e fizeram mais desarmes, o gol da virada Belga só veio aos 70 minutos de jogo.
Contra a Rússia foi uma exibição de classe, dominou a partida desde o início e superou o adversário em todos os quesitos táticos necessários. Precisava de saldo de gols para se classificar e o fez, venceu por 4 a 1 e se garantiu nas oitavas de final da Euro 2020.
A Dinamarca era uma possível candidata a se classificar nesse grupo antes do início da Euro 2020, mas o que surpreende é a forma como chegou até aqui. Um time estruturado, um sistema defensivo muito seguro com coberturas próximas e boa saída de jogo pra construir pelo corredor central, no ataque um 9 de referência pra brigar pelos espaços e extremos que apoiam muito o meio de campo na construção da jogada fazendo com que o time ronde muito a entrada da área, prova disso é que 18% dos passes da Dinamarca ocorrem no último terço do campo.
Outro ponto interessante é a pressão pós perda que exerce durante a maior parte do jogo e a marcação com encaixes, permitindo que o adversário troque apenas 6 passes antes de recuperar a bola.
Que chegaria até aqui tínhamos uma ideia, da maneira como está sendo é surpreendente, principalmente depois da fatalidade com o jogador principal, se passa dessa fase, só o futebol poderá nos dizer!