A ‘última dança’ de Joachim Löw pela Alemanha

A Alemanha empatou com a Hungria hoje (23) por 2 a 2 em Munique e avançou para as oitavas de final da Eurocopa. Em um grupo com França, Portugal e Hungria, os alemães passaram em segundo lugar com quatro pontos apenas atrás dos franceses. Apesar de ter passado de fase, os alemães viveram uma agonia na última rodada e por muito tempo estiveram atrás do placar e desclassificados da competição. Porém, o gol salvador de Goretzka, já na reta final do jogo, deu vida extra a Joachim Löw no comando da seleção, que está fazendo sua despedida nesta Eurocopa

 

O LEGADO

A partir de agora, na fase mata-mata, Joachim Löw poderá viver sua despedida a qualquer momento, visto que já anunciou que sairá da seleção após o fim da Euro, apesar de seu contrato ir até o final de 2022. Com isso, Löw encerrará um ciclo de 17 anos na comissão técnica na tetracampeã mundial. Vale lembrar que antes de assumir o comando técnico, depois da Copa do Mundo de 2006, já era um dos auxiliares do então comandante Jürgen Klinsmann.

Um dos motivos que levou o técnico a tomar a decisão de abandonar o cargo na seleção alemã foi o desgaste que seu trabalho sofreu nos últimos anos e nas últimas competições em que participou. Foram três eliminações seguidas em fases de grupos: Copa do Mundo 2018, Nations League 18/19 e Nations League 20/21. Lembrando que a Alemanha foi a última colocada na Copa num grupo com Suécia, México e Coréia do Sul e foi rebaixada na primeira Nations League, mas, com a mudança da regra pra segunda edição, o time se manteve na elite. 

O estopim da relação aconteceu em novembro de 2020, quando a Alemanha sofreu um contundente 6 a 0 para a Espanha na Nations League e foi eliminada. Após a goleada, Löw se reuniu com a direção da DFB e decidiu dar um fim à sua passagem no comando técnico alemão.

A impressão na reta final de trabalho é que Löw não conseguiu gerir e nem organizar a troca de ciclos da seleção. A geração que encantou e foi campeã na Copa de 2014 perdeu muitas peças por idade/aposentadoria e o time clamava por uma renovação. A partir disso, o técnico alemão se perdeu na troca de gerações e não conseguiu recolocar sua seleção nos trilhos apesar de novos talentos terem surgido. A Alemanha, depois de 2018, foi muitas vezes definida como um elenco muito forte que não conseguia transformar suas boas peças em um bom coletivo. Além disso, algumas decisões questionáveis em convocações só ajudaram a aumentar a pressão, como foi quando Hummels, Boateng e Müller, medalhões da equipe, foram comunicados que não faziam mais parte dos planos da seleção mesmo sem terem nomes consolidados para os substituírem.

Entretanto, apesar dos recentes reveses, a passagem de Löw não deve ser menosprezada pois trouxe muitas alegrias para os alemães nas últimas décadas. Foi segundo lugar na Euro 2008, terceiro colocado na Copa do Mundo 2010 e conquistou os títulos da Copa do Mundo 2014 e Copa das Confederações 2017. Além dos títulos, a seleção alemã foi considerada por muito tempo a melhor seleção do mundo durante a década de 2010, o que representa o bom nível atingido e o prestígio que o trabalho de Löw deu aos alemães.

 

PRÓXIMOS CAPÍTULOS

Agora, a Alemanha vai em busca do título da Euro para coroar o grande legado deixado pelo técnico. E, para isso, precisará vencer a Inglaterra já nas oitavas de final. O confronto vai acontecer no dia 29 de junho, às 13h, e vai pôr frente a frente duas seleções com muitos talentos, mas que não têm entregado o que se espera delas.

FUTURO DA SELEÇÃO

Com a saída de Löw, a DFB já anunciou que Hansi-Flick, ex-técnico do Bayern de Munique, assumirá a seleção depois da Eurocopa. O novo comandante já foi, inclusive, auxiliar de Joachim por um tempo, mas abandonou o cargo para fazer parte da comissão técnica do Bayern, onde conquistou tudo que disputou e, agora, voltará à seleção alemã para o maior desafio de sua carreira.

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