A Associação Dinamarquesa de Futebol (DBU) informou que o meio-campista Christian Eriksen colocará um desfibrilador implantável para controlar sua arritmia. O jogador está hospitalizado em Copenhague em condições estáveis, mas a grande dúvida é se ele poderá prosseguir com sua carreira profissional.
O jogador da Inter de Milão, de 29 anos de idade, sofreu uma parada cardíaca em campo no duelo contra a Finlândia, pela primeira rodada da fase de grupos da Eurocopa, e precisou ser ressuscitado com um desfibrilador. O episódio levantou novamente a discussão sobre os problemas cardíacos que podem acontecer de forma repentina em jogadores de futebol.
Em um comunicado, a DBU revelou que a decisão de implantar o dispositivo em Eriksen, também chamado de Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI), partiu de Morten Boesen, médico da seleção da Dinamarca.
“Depois de Eriksen ter realizado vários testes cardíacos, foi decidido que ele precisará de um CDI. Esse dispositivo é necessário após uma parada cardíaca devido a anormalidades do ritmo. Christian aceitou a solução e o plano foi aprovado pelos especialistas, que recomendam o mesmo tratamento. Encorajamos todos a dar privacidade a Christian e sua família no futuro”, informou a nota.
Ainda não há informações se esse dispositivo será usado de forma temporária ou permanente, mas o CEO da Internazionale, Giuseppe Marotta, e o médico da equipe nerazzurra, Piero Volpi, deverão viajar até a capital dinamarquesa averiguar a situação do meio-campista.
Eriksen não será o primeiro jogador de futebol a implantar um dispositivo para o problema. O zagueiro Daley Blind, que está disputando a Eurocopa pela seleção da Holanda, foi diagnosticado em 2019 com um problema no coração e colocou um marca-passo para dar prosseguimento na carreira.
Outro caso é o do ex-jogador alemão Daniel Engelbrecht, que sofreu um mal súbito em 2013 durante uma partida entre Stuttgarter Kickers e Rot-Weib Erfurt. O ex-atleta, que trabalha atualmente como auxiliar técnico da equipe sub-19 do Bochum, precisou ser reanimado dentro do gramado e levado às pressas para o hospital, onde foi diagnosticado com miocardite.
Ele voltou a jogar depois de pouco mais de um ano e até marcou o gol da vitória da sua equipe em uma partida diante do Wehen Wiesbaden. Assim como Engelbrecht, há chances de Eriksen voltar aos gramados, mas os regulamentos na Itália são mais complexos e podem dificultar o dinamarquês em atuar pela Internazionale.
O médico italiano Carlo Tranquilli disse em entrevista à agência de notícias “ANSA” que o retorno de Eriksen ao futebol do país dependerá do “motivo pelo qual o desfibrilador foi implantado”.
Já Enrico Castellacci, médico da seleção da Itália que foi campeã da Copa do Mundo de 2006, enfatizou que a nação é “mais cuidadosa” e “severa” em conceder as autorizações de aptidão esportiva.
“Eriksen levará uma vida quase normal, esse desfibrilador bloqueia qualquer forma arrítmica que ele possa vir a ter. Para a vida esportiva, no entanto, honestamente há algumas dúvidas. Sobre o Blind? Deram a ele a autorização para jogar, mas é uma responsabilidade muito grande, não sei se a patologia do Eriksen é igual ao de Blind. Nós, na Itália, no entanto, somos muito cuidadosos e rigorosos ao conceder uma liberação”, explicou o especialista ao “LaPresse”.
O meio-campista é um dos principais jogadores da atual geração do futebol dinamarquês e é muito conhecido pela sua boa passagem pelo Tottenham. Na Internazionale, clube que defende desde 2020, conquistou o título do Campeonato Italiano e poderá ser uma das principais peças da equipe que foi recentemente assumida por Simone Inzaghi.
❤️ Denmark and Belgium unite to show their support for Christian Eriksen.#EURO2020 pic.twitter.com/jaaTpCNA3n
— UEFA EURO 2020 (@EURO2020) June 17, 2021