Locatelli faz dois, e Itália dá mais um show na Euro

Uma das grandes perguntas do futebol europeu, atualmente, é: Quem para a Squadra Azzurra? No Estádio Olimpico de Roma, a Itália venceu a Suíça por 3 a 0 e, dessa forma, garantiu classificação antecipada para a fase eliminatória da Euro 2020. Os gols da partida foram marcados por Manuel Locatelli, duas vezes, e Ciro Immobile, já no final do confronto.

Com mais este resultado positivo, a seleção italiana manteve sua sequência impressionante de 29 jogos dem derrotas. Somente em 2021, são sete partidas e sete vitórias. Agora, os comandados de Roberto Mancini encerram a primeira fase da competição contra o País de Gales, no próximo domingo, dia 20.

Domínio italiano

Novamente, assim como na estreia da Euro, a Itália dominou a partida. É verdade que a Suíça é um adversário melhor que a Turquia e, portanto, teve capacidade de reter um pouco mais de posse de bola. Contudo, a forte marcação italiana não permitiu que o adversário conseguisse criar boas chances no ataque na 1ª etapa. Ou seja, a grande maioria dos passes suíços foi trocada no próprio campo de defesa.

Como vem sendo costume, os azzurri imprimiram um ritmo intenso, com direito à pressão na saída de bola e grande movimentação, principalmente entre os homens de ataque. Com isso, a seleção quatro vezes campeã do mundo passou a assustar desde o início da partida. O capitão Giorgio Chiellini marcou logo cedo, após escanteio, mas o gol acabou sendo anulado por conta de um toque na mão do zagueiro.

Mesmo assim, a Itália continuou em cima. E o interessante é que, embora goste bastante da ligação direta, a Azzurra investiu bastante no jogo pelo solo nesta quarta-feira. Rodando bem a bola e acelerando nos contra-ataques, Insigne e Berardi, pelas alas, foram bastante acionados. O mesmo não se pode dizer de Immobile, ao menos na etapa inicial, quando acabou preterido em algumas jogadas pelos companheiros.

Este foi, talvez, o único defeito da Itália diante da Suíça. Na 1ª etapa, a equipe perdeu diversas chances em contragolpes por conta de decisões precipitadas – ou erradas. Contudo, antes mesmo de ter esses espaços para atacar, a seleção da casa precisou abrir o marcador.

Locatelli: o elemento surpresa

Em uma partida disputada e decidida por detalhes, é importante a presença de um elemento extra para desequilibrar a balança. Hoje, este papel ficou por conta de Locatelli. Isso porque, no primeiro gol, sua movimentação foi determinante para o final feliz na jogada. Berardi recebeu pela direita e carregou a bola. Com Insigne distante e Immobile marcado, coube ao volante do Sassuolo “se infiltrar” na zaga suíça.

Dessa forma, Berardi fez o cruzamento rasteiro para a área, e Locatelli só empurrou para as redes. Um gol que demonstra como a Itália é um time coordenado e com os movimentos claros em campo – por toda Euro até aqui. Evidentemente que o placar aberto permitiu mais espaços aos azzurri, mas faltou um pouco de capricho para a construção de um segundo gol ainda na etapa inicial.

No entanto, logo após o retorno do intervalo, a seleção italiana sacramentou o resultado, tirando qualquer chance de reação da Suíça. De novo, Locatellli. Aos 7 minutos, o volante recebeu na entrada da área e arriscou o chute de longa distância – sua marca registrada. O goleiro Sommer sequer se moveu e só observou a bola entrar macia no canto. Esta foi o primeiro “doblete” na carreira do camisa 5 da Itália, seja pela seleção ou por clubes.

Daí em diante, a Itália administrou a partida. Donnarumma até fez uma sequência de defesas importantes, mas nada além disso. Apesar da necessidade do resultado, a Suíça não conseguiu pressionar. Com a entrada de Federico Chiesa, a Naziole ganhou fôlego em campo. Immobile até perdeu uma chance clara, mas depois se redimiu com arremate de longe, em jogada que começou após desarme de Rafael Tolói (que entrou na segunda etapa). Dessa vez, Sommer falhou na defesa e acabou aceitando o gol.

Consagração em Roma

No fim da partida, Locatelli ainda deixou o campo, somente para receber os aplausos da torcida. Vale destacar o clima no Estádio Olímpico de Roma. Pela primeira vez em muitos anos, é possível perceber que os fãs italianos acreditam no potencial de sua seleção: uma equipe que vence (e convence). Com os 3 a 0, a Itália é líder do grupo A da Euro.

De quebra, a seleção de Roberto Mancini mantevante a impressionante sequência invicta. Agora, são 29 jogos sem perder – desde 2018, em um revés frente a Portugal. Além disso, a seleção italiana não perde há 58 partidas (excluindo os amistosos) em seu próprio território. O último resultado negativo aconteceu em 1999, contra a Dinamarca.

Também é válido destacar o poderio ofensivo da seleção italiana. Ao mesmo tempo em que não sofre gols há dez partidas, o tento de Immobile contra a Suíça, que fechou o placar, foi o 31º neste mesmo período de jogos. Ou seja, uma média de três gols por encontro, que mostra o porquê desta equipe ser tão forte.

Roberto Mancini encontrou a fórmula. Já os jogadores demonstram estar muito motivados. Com o apoio da torcida, então, é possível vislumbrar uma campanha histórica da Itália nesta Euro. A torcida da Azzurra, certamente está animada. Com a classificação garantida, ficam as expectativas de ver este time atuando diante de adversários de elite – e com muita pressão envolvida. Será que os azzurri vão corresponder?

Preocupações?

Para não dizer que tudo é festa na Itália, Roberto Mancini deve estar alerta com relação à situação física de Chiellini. Após marcar o gol invalidado, o capitão da Azzurra deixou o campo com um problema na coxa. Neste momento, o relógio apontava 24 minutos da primeira etapa. Para o seu lugar, entrou Acerbi, que até fez uma boa partida. Além do zagueiro, Florenzi – que foi desfalque – também deve ser monitorado.

Na partida final do grupo A, diante do País de Gales, a tendência é de que o time escalado seja alternativo. Dessa forma, o treinador da Azzurra pode preservar seus atletas mais desgastados já de olho na fase eliminatória da competição. Ou seja, um privilégio de poucos na Euro, que a Itália terá na terceira e última rodada. E, mesmo com reservas em campo, a seleção azul é favorita para fisgar o primeiro lugar da chave.

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