MLS tem regras rígidas que permitem ao jovem norte-americano se desenvolver
A seleção de futebol masculino dos Estados Unidos nunca viveu um momento tão bom. Mesmo já tendo feito boas campanhas em copas do mundo, como em 2002, quando foi até as quartas de final, ou em 1930, na primeira Copa do Mundo, quando terminou em terceiro, os americanos nunca sentiram que de fato tinham uma grande equipe nas mãos, com uma geração que pudesse perdurar.
The #USMNT 🇺🇸 training in the Swiss Alps. ⛰️😍pic.twitter.com/nGHDMKXCw5
— Major League Soccer (@MLS) May 26, 2021
A geração de ouro dos Estados Unidos traz um time não só para o presente, como em outras oportunidades, mas também um time para o futuro, pensando em dois ou até três ciclos de copa do mundo. A geração, encabeçada por Pulisic, o capitão américa, já tem outros bons nomes à sua volta, como McKennie, da Juventus, Dest, do Barcelona e Reyna, do Borussia Dortmund.
Além deles, outras promessas começam a despontar no cenário americano e também no cenário internacional, como Cade Cowell, do San Jose Earthquakes, de apenas 17 anos, assim como Caden Clark, do New York Red Bulls. Dois jovens que carregam a responsabilidade e o protagonismo em seus clubes e, até aqui, não decepcionam. Além dos dois, o Philadelphia Union exportou para o Red Bull Salzburg o jovem Brenden Aaronson, de 20 anos, que chegou e de cara se destacou na equipe austríaca, realizando 20 jogos, cinco gols e cinco assistências.
Além dos três exemplos citados acima, McKennie e Reyna são frutos das academias norte-americanas. Reyna seguiu os caminhos do pai na Europa, mas iniciou nas categorias de base do New York City. E McKennie e fruto da Dallas Academy, uma das academias que mais revela jogadores nos Estados Unidos. Na próxima Data FIFA, apenas três dos 23 convocados jogam na MLS, um fato que, até pouco tempo, era inimaginável.
Mas qual é o papel de MLS em toda essa evolução? A principal liga do futebol norte-americano, desde a sua constituição, sempre prezou pelo produto nacional. A liga tem regras rígidas quanto ao limite de estrangeiros, teto salarial baixo, entre outros mecanismos, que são voltados para o equilíbrio da competição e também para que o jogador americano não perca espaço em seu campeonato.
Podemos usar como exemplo a Inglaterra que, até poucos anos atrás, tinha dificuldades em montar uma seleção forte por conta da invasão de estrangeiros nos times da primeira divisão. O jogador inglês simplesmente não tinha mais espaço nos clubes de seu país. Os americanos sempre trabalharam para evitar isso.
Com o dólar cada vez mais forte, a MLS poderia “abrir” fronteiras, afrouxas as rédeas quanto à chegada de estrangeiros na liga e, talvez, se tornar umas ligas mais fortes e importantes do mundo. Afinal de contas, quem não quer morar nos Estados Unidos, ganhar em dólar e fazer a vida?
Mas a MLS não pensa assim. Além de, novamente, buscar o equilíbrio competitivo, a liga trabalha ao lado da federação norte-americana para garantir que os jovens norte-americanos vão ganhar minutos e vão poder se desenvolver, para servir a seleção no futuro.
Quase todos os jogadores da atual geração americana frequentaram as seleções de base e estão construindo suas carreiras internacionais passo a passo. O modelo americano funciona. Uma liga com jogadores nacionais, uma seleção forte, cada vez mais jovens interessados em jogador futebol, cada vez mais mão de obra qualificada a serviço do soccer.