Napoli goleia a Udinese e vaga na UCL fica próxima

Em reta final de campeonato, é comum existir nitidamente um desgaste físico e emocional. Claramente as pernas não correspondem a mente. Apesar de não ter mais ambições no campeonato, a Udinese claramente deu trabalho ao Napoli. Com a defesa bem composta e apostando no jogo físico, os Friuli não deram espaços para os Azurri, nos primeiros 20 minutos de jogo.

A famosa pressão inicial napolitana não surtiu efeito mesmo com a chance clara perdida por Di Lorenzo, faltava paciência aos jogadores em concluírem a jogada. Era uma partida especial para dois atletas em campo. Pelo time da casa, Amir Rrahmani jogava a sua 50ª partida na Serie A, enquanto o arqueiro Juan Musso fez jogo número 100ª na primeira divisão.

O JOGO 

A partida estava sem grandes emoções. Eram muitos passes errados e pouca criatividade para criar boas jogadas. Mas se há um jogador que pode mudar tudo nesta reta final de Serie A, é Victor Osimhen. O nigeriano mostra muita habilidade e disposição, mudando completamente o jogo com a jogada incrível do primeiro gol em que Zielinski pegou no rebote e abriu o placar.

Graças a linda jogada do Nigeriano, tudo mudou na partida. A defesa da Udinese sentiu e sobraram espaços para que a equipe ampliasse o marcador. Zielinski deu belo passe para o golaço de Fabián Ruiz, numa finalização de fora da área que há muito tempo não fazia e era cobrado por isso por ser um meia de boa finalização.

Pela primeira vez em sua carreira, Piotr Zielinski marcou e deu assistência em uma única partida durante dois jogos consecutivos na Serie A, sendo o líder de passes para gol na primeira divisão, com 10 assistências. Já Ruíz, marcou sete dos seus 11 gols na liga de fora da área, mais do que qualquer outro jogador do Napoli desde que começou a disputar a competição (2018/19).

Os gols transformaram totalmente a partida, algo que tem sido comum em suas partidas em casa. É muito bom ver o Napoli jogar no estádio Diego Armando Maradona. A equipe joga leve, sempre ofensivamente e mesmo sem torcida os jogadores fazem valer o mando de campo.

A DEFESA DO NAPOLI

Mas como venho batendo na tecla nos últimos jogos dos Partenopei é que se o ataque funciona, a defesa entrega. Sem Koulibaly, a qualidade defensiva cai drasticamente. No único momento em que a equipe relaxou na primeira etapa, Rodrigo De Paul, tocou para Okaka que conseguiu dominar, ajeitar e finalizar fazendo Manolas de fantoche.

Aliás infelizmente o zagueiro grego não é mais o mesmo, deixando seu bom futebol na temporada passada, trazendo consigo muita insegurança e falhas consecutivas. Foi a 18° participação em gols para De Paul nesta liga (nove gols, nove assistências), um recorde em uma única temporada para ele na Serie A.

Mas no geral, foi um primeiro tempo positivo. Equipe mandante com boa porcentagem de lançamentos (73%) além de muitas finalizações (10), com quatro para o gol, marcando duas vezes. A Udinese saiu no lucro no primeiro tempo, afinal poderia ter levado mais gols e com apenas dois chutes conseguiu balançar as redes na única bola que foi em direção do gol.

SEGUNDO TEMPO

No segundo tempo, vimos uma partida totalmente diferente. Os Zebrette passaram a ir ao ataque, dificultando a troca de passes do Napoli no campo defensivo, com total disposição de empatar a partida. Porém o excesso de divididas não permitia chegadas ao campo de ataque que trouxessem perigo ao gol de Meret.

Após o susto inicial, novamente a partida voltou ao domínio Azurri. Insigne, Osimhen e Lozano passaram a dominar o ataque trazendo perigo ao gol de Musso. Era questão de tempo para a equipe marcar o terceiro. Foi só apertar a saída de bola da Udinese para vir outra bola na rede. Lozano teve malícia de prever o passe de Musso para Rodrigo De Paul, antecipou e tocou na saída do goleiro.

O gol foi um tiro de misericórdia para os Bianconeri, que passaram a jogar mais defensivamente para evitar uma goleada do que necessariamente para reagir ao bom time do Napoli. Foi só apertar mais que veio o quarto. Por pouco Manolas não se redime da falha no gol da Udinese e marca o quarto. Em um rebote de Musso, Di Lorenzo, amplia o marcador, estabelecendo seu recorde de participações em gols na primeira divisão para nove (três gols, seis assistências).

A partida passou a ficar morna o que era esperado devido a grande movimento de jogo ao longo do segundo tempo. As substituições trouxeram levessa ao Napoli e foi só apertar um pouco que Insigne fechou a tampa do caixão. Foi o 22° gol de fora da área da equipe neste campeonato, igualando o recorde da Juventus de 2014/15. Além disso, o gol de Insigne foi a 100° da equipe na temporada, somando todas as competições.

A equipe fica atrás apenas da Atalanta (104) entre os melhores ataques do futebol Italiano. O capitão napolitano subiu ainda mais no ranking de maiores artilheiros da história do clube; alcançou a solitária quarta posição, com 108 gols, superando Attila Sallustro, com 107. Lorenzo ainda igualou sua melhor marca na liga. Foram 18 gols até aqui, assim como foi em 2016/17.

A GOLEADA

É impressionante como os Azurri construíram a goleada. Foi algo tão natural, que surpreende a facilidade em finalizar no gol adversário. Não houve um jogador apenas como destaque. Todos tiveram boas participações nas construções de cada jogada. Na única falha que teve de fato levou gol e isso só comprova como o time é bem organizado.

Um fator interessante é que o Napoli é a equipe que tem mais gols como mandante neste campeonato, igualando o recorde obtido em 2015/16, de 49 bolas na rede. Números que escancaram o poder ofensivo do time. Outro dado histórico para os jogadores de Gattuso, é que os Partenopei igualaram seu recorde de tentos seguidos na história da Serie A. Foram 24 partidas consecutivas anotando gols, melhor resultado desde 1975. Para fechar, os Azurri anotaram 22 gols de fora da área, pelo menos oito a mais do que qualquer outro time nas cinco melhores ligas européias.

E AGORA?

De fato foi uma partida tranquila para os atletas de Gattuso. Não foi necessária uma grande pressão no ataque pois os gols saíram pouco a pouco e com naturalidade. É claro que o grupo está bem entrosado, que a vaga para a Liga dos Campeões está bem encaminhada necessitando vencer as próximas duas partidas diante de Fiorentina, fora de casa e do Verona sob os seus domínios.

Os confrontos entre Milan e Atalanta e Juventus e Inter nas próximas rodadas elevam a confiança de um time que fez por merecer uma vaga na grande competição européia. Um trabalho bem feito por um treinador que é realidade e tende a ser um grande nome futuramente para qualquer equipe na Itália caso não permaneça no comando do time.

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