O conjunto se destaca no Chelsea de Thomas Tuchel

Após sete temporadas tendo em Hazard o seu grande nome, o Chelsea precisou passar por um período de reestruturação no seu elenco em busca de outro grande jogador. A camisa 10 já passou por Willian e no momento está com Pulisic, mas, apenas das boas atuações do norte-americano, os Blues seguem sem um grande protagonista. Quem mais se destaca no Chelsea de Thomas Tuchel é o conjunto.

Ainda com Lampard, na temporada passada, o Chelsea se viu obrigado a utilizar vários jovens – visto que não podia contratar e possuía uma base de grande valor. Alguns nomes como Abraham, Mount, Reece, Hudson-Odoi e Gilmour se destacaram, mas passaram longe de ‘assumir a responsabilidade’, foram apenas bons e importantes coadjuvantes. O Chelsea foi ao mercado no último verão e contratou grandes nomes como Kai Havertz, Timo Werner e Hakim Ziyech, entretanto, seguiu sem depender de apenas uma peça.

NÃO HÁ MAIS UM ONZE IDEAL

Desde que Thomas Tuchel chegou ao Chelsea, não há um onze ideal, um onze titular. O time é escalado de acordo com o adversário e o contexto que envolve cada partida, ressaltando assim a importância do conjunto. Como resultado, muitos jogadores participam de gols, marcam e distribuem assistências. O líder é Timo Werner, dos mais criticados do elenco, mas que com Tuchel se reencontrou na temporada e é quem mais produz para o time.

Timo Werner: 12 gols, 12 assistências, 24 G/A*
Mason Mount: 9 gols, 7 assistências, 16 G/A
Tammy Abraham: 12 gols, 4 assistências, 16 G/A
Kai Havertz: 8 gols, 7 assistências, 15 G/A
Olivier Giroud: 11 gols, 0 assistências, 11 G/A
Ben Chilwell: 3 gols, 7 assistências, 10 G/A
Callum Hudson-Odoi: 5 gols, 5 assistências, 10 G/A
Hakim Ziyech: 5 gols, 4 assistências, 9 G/A
Christian Pulisic: 6 gols, 3 assistências, 9 G/A

*G/A: gols e assistências somados.

No mata-mata da Champions League, o Chelsea marcou 8 gols (3 contra o Atleti, 2 contra o Porto e 3 contra o Real Madrid) com 7 jogadores diferentes. Giroud, Ziyech, Palmieri, Chilwell, Pulisic, Werner e Mount, o único que marcou duas vezes. De todos esses, apenas Giroud é o centroavante de área. Werner, o jogador que mais entrega gols e assistências na temporada, alterna entre falso 9 e segundo atacante, dependendo do adversário e da estratégia.

DESTAQUES

Mason Mount não era um jogador de muitos gols com Frank Lampard. Com Tuchel, o jovem inglês atua mais próximo dos atacantes, fazendo parte da criação de jogadas e também da definição. Em outras palavras, é um jogador que pisa mais na área, que não atua mais ao lado dos volantes.

Kai Havertz é outro jogador interessante de se analisar. Já escrevi sobre ele. É um jogador capaz de atuar em diferentes posições, mas tendo a mesma função: liberdade para se movimentar, pisar na área, criar e definir. Kai sabe fazer tudo isso e cresceu muito com Thomas Tuchel.

Pulisic, o novo herdeiro da 10 de Hazard, é um fator desequilibrante nesse time. Tem velocidade, drible e finalização. Já fez ótimos jogos com o novo treinador, principalmente quando liga o ‘modo playoff‘ na reta final da temporada, mas está longe de ser um dos jogadores que mais entregam gols e assistências.

Em conclusão, o Chelsea de Tuchel é um time. Sim, um time. É um conjunto, se tornou uma equipe muito competitiva e que consegue dividir as atenções entre vários jogadores, não só os atacantes, tampouco apenas os novos contratados por vários milhões. O treinador alemão vai conseguindo extrair o melhor de cada jogador com um modelo bem definido e mecanismos criativos que colaboram para o crescimento do individual e do coletivo.

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