A final está decidida! Nesta quarta (5), o Chelsea mostrou sua força em Stamford Bridge, bateu o Real Madrid por 2 a 0 e garantiu vaga na decisão da Champions League. Timo Werner e Mason Mount foram os autores dos gols da vitória. Pela terceira vez em sua história, os Blues estão na finalíssima da principal competição de clubes do mundo.
Na disputa pela taça, o Chelsea encara o Manchester City, que despachou o PSG na terça-feira. Ou seja, uma final totalmente inglesa – algo que se repete pela terceira vez no torneio. O duelo acontece no dia 29 de maio, no Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul.
FT. IT’S ALL OVER!
WE’RE IN THE CHAMPIONS LEAGUE FINAL! 😁 pic.twitter.com/hOgSc20pKO
— Chelsea FC (@ChelseaFC) May 5, 2021
Domínio completo
Nesta quarta, o Chelsea executou sua estratégia com muita maestria diante do Real. A equipe inglesa tinha a vantagem do empate por 0 a 0, porém não se fechou totalmente. Nos primeiros vinte minutos, os espanhóis tiveram mais posse de bola, é verdade. Modric e Kroos tentaram chutes de fora da área, mas Édouard Mendy fez defesas tranquilas. Depois, o goleirão teve que trabalhar bem em arremate de Benzema.
No entanto, a paciência dos merengues chegou ao fim rapidamente. Timo Werner empurrou a bola para as redes duas vezes. Na primeira, estava impedido. Na segunda, aos 17 minutos, contou com a sorte: Havertz recebeu dentro da área de Kanté e deu uma cavadinha por cima do goleiro Courtois. A bola bateu no travessão e voltou macia para Werner apenas empurrar para as redes.
Com este gol, o atacante se tornou o maior artilheiro alemão pelo Chelsea na Liga dos Campeões (com quatro gols, ao lado de Michael Ballack). Ele também estabeleceu outra marca rara: apenas o segundo jogador nascido na Alemanha a marcar em semifinal de Champions com um time… não alemão (o outro foi Özil, pelo Real, em 2012). Por fim, Werner também alcançou Tammy Abraham na artilharia do Chelsea na temporada, com 12 gols – contando todas as competições.
Golpe final
Assim como no primeiro confronto, O Real Madrid saiu perdendo. Contudo, o time não teve forças para reagir desta vez. O 2º tempo foi completamente dominado pelo Chelsea, que perdeu inúmeras chances de matar o jogo e garantir mais cedo a vaga na final da Champions. Mesmo com Courtois dando “novas vidas” ao Real com algumas ótimas defesas, os merengues não conseguiram ressuscitar no duelo. Melhor para os Blues, que ampliaram o marcador no finzinho do jogo.
Aos 40 minutos, Kanté, novamente, efetuou a roubada de bola. Ele passou para Pulisic, que aguardou, pacientemente, pela chegada de Mason Mount. O garoto só precisou completar o cruzamento para as redes e correr para o abraço. Com 22 anos e 15 dias, ele se tornou o segundo jogador inglês mais jovem a marcar em uma semifinal da Liga dos Campeões, depois de Wayne Rooney (com 21 anos e 182 dias).
O homem do jogo!
Infelizmente, as participações de N’golo Kanté nos gols do Chelsea não entram diretamente para as estatísticas. O volante francês iniciou ambas as jogadas e fez passes decisivos. Não contam como assistências, mas é impossível deixar aplaudir o ímpeto ofensivo e a precisão de Kanté.
Não à toa, o camisa 7 do Chelsea foi considerado o melhor jogador da partida pela UEFA. Além dos 46 toques na bola, ele ainda conseguiu cinco interceptações e três passes-chave (dois deles, justamente nos lances que resultaram em gols dos Blues). Kanté é, sem dúvidas, um dos meio-campistas mais completos da atualidade. Aos 30 anos, ele evoluiu demais na parte ofensiva, sem deixar de ser um verdadeiro cão de guarda lá atrás. Em alguns momentos, parece haver três ou quatro Kantés ao mesmo tempo em campo.
🔵 Brilliant transitions both from defence to attack and from attack to defence! N'Golo Kanté takes the prize after another big semi-final display 🥇#UCLPOTM | #UCL pic.twitter.com/wuMcwR9QqY
— UEFA Champions League (@ChampionsLeague) May 5, 2021
Zidane foi mal
O Real Madrid estava há 19 jogos sem perder, antes do duelo de volta contra o Chelsea. A sequência acabou e, para piorar, com eliminação. Todo o time esteve abaixo da crítica e mostrou muita apatia diante das adversidades. No entanto, Zinedine Zidane talvez seja a maior decepção – e principal alvo das críticas.
Primeiramente, o francês alinhou Vinicius Junior como ala pela direita. Contudo, o brasileiro não conseguiu dar conta da posição: marcou mal e liberou o corredor para Chilwell, ao mesmo tempo em que ficou preso para atacar. Pelo outro lado, Ferland Mendy, que voltou de lesão, também não conseguiu ser útil.
No entanto, a pior decisão do técnico foi a de manter Eden Hazard tempo demais em campo. O belga começou jogando e até se mostrou participativo. Sofreu faltas e assustou os torcedores sempre que ia ao chão. No 2º tempo, porém, desapareceu do jogo. Mas Zidane não o substituiu. Pior do que deixá-lo a partida inteira, talvez tenha sido sacá-lo aos 44 da 2ª etapa para a entrada de Mariano Díaz.
Para agravar sua situação, Hazard ainda mostrou bom humor após o apito final. O belga cumprimentou os antigos companheiros de Chelsea com brincadeiras e revoltou imprensa e torcida espanhola. Para o fã fanático dos merengues, uma piada de mau gosto.
Já Zidane, apesar das três conquistas de Champions e da história incrível pelo Real (como jogador e técnico), não resistiu às críticas. Infelizmente, algumas passam do ponto e se tornam ofensas. O futebol é assim e parece jamais aprender. O treinador foi mal, sim, é fato. Contudo, de nada adianta não reconhecer os méritos do Chelsea em anular o Real. O time inglês foi superior em todo os aspectos do jogo. E saiu de campo, merecidamente, classificado.
O sonho persiste
Com a vitória, o Chelsea se mantém vivo na perseguição pelo segundo título de Champions em sua história. Em 2007-08, a equipe perdeu, nos pênaltis, a decisão para o Manchester United. Quatro temporadas depois, em 2011-12, veio a redenção: vitória, também na marca da cal, diante do Bayern de Munique, em plena casa dos bávaros, a Allianz Arena.
O Chelsea também se tornou o primeiro time inglês a vencer quatro equipes espanholas em uma só edição de Champions: Sevilla, na fase de grupos, Atlético de Madrid (duas vezes), nas oitavas, e o Real Madrid, agora, na semifinal do torneio.
Já Thomas Tuchel alcançou a segunda decisão consecutiva de Champions. Dessa forma, o alemão é o primeiro treinador na história a fazer isso por equipes diferentes – na temporada passada, ele foi vice-campeão com o PSG diante do Bayern. Tanto ele, quanto o brasileiro Thiago Silva trocaram Paris por Londres ao longo do último ano. As mudanças de ares deram certo, e a dupla está de volta ao jogo mais importante do futebol de clubes europeu. Será que dessa vez a sorte de ambos será diferente?
Fato é que o Chelsea tem todas as credenciais para sonhar com o título. O rival é conhecido e foi batido recentemente. Em abril, os Blues eliminaram o Manchester City, com vitória por 1 a 0, na Copa da Inglaterra (FA Cup). Portanto, Tuchel e seus comandados sabem o caminho das pedras. O que não significa que do outro lado há um adversário previsível. Muito pelo contrário. Pep Guardiola também é capaz de surpreender todos nós.
Por isso, preparem-se. Restam três semanas para um verdadeiro espetáculo em Istambul. Chelsea e Manchester City, em busca da glória eterna na Champions League.
The 2021 #UCLfinal is set! 🏆
Manchester City 🆚 Chelsea #UCL pic.twitter.com/9WMV1GzbJu
— UEFA Champions League (@ChampionsLeague) May 5, 2021